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   O jato decolou. Depois de alguns minutos no ar, Marco, Avril e Mathew conversavam animados sobre algum assunto interno da máfia. Ashley se aproximou do banheiro e bateu três vezes na porta.

A porta abriu lentamente e Apollo saiu desconfiado com sua mochila nas costas. O grupo o observou em silêncio.

— Obrigado pela carona. _ Apollo sorriu forçadamente e sentou na poltrona do fundo.

— Espero que tenha aprendido a lição, ou eu vou te fazer pular de paraquedas!_ Ashy rosnou e Apollo ficou pálido.

—Mas eu não tenho um paraquedas..._ Sussurrou fino.

— Exatamente...

Ashy sentou ao lado de Marco e afagou seus cabelos. O mafioso sussurrou algo para a esposa que a fez sorrir maquiavélica e Apollo teve um calafrio na espinha.

— Estou preocupado com um certo noivado..._ Marco sussurrou olhando de relance para Avril.

— Ja está tudo resolvido.

— Não... Ainda tem algo que precisa ser conversado antes deles realmente poderem se casar.

— E o que seria?_ Ashy pergunta deixando o corpo relaxar na poltrona.

— Aprovação.

***

— Por que toda essa demora? _ Edgar resmungou escorado em uma lapide.

    Mathew chutou uma pedra no chão que voou caindo em cima do túmulo de Jordan.

   O carro estacionou, a noite estava fria, a névoa escondia os túmulos do cemitério. A mulher bem preparada para a noite, desce cercada por dois seguranças.

— Desculpe a demora. _ Avril comentou sem emoção parando ao lado de Mathew e encarou de solaio o túmulo ao lado.

— Onde ela está?

  Avril tirou o cordão de prata com o nome de Jully do bolso do sobretudo preto e estendeu frente a Edgar. Seu olhar estava frio, não passando nenhum tipo de emoção, o que dificultava Edgar a traduzir. 

    Edgar pegou o cordão receoso e o olhou nas próprias mãos. Seu semblante fechou e ele encarou Avril mortalmente.

— Ela não resistiu. Sinto muito!

Edgar avançou, sua mão aberta para agarrar o pescoço de Avril, mas ela desviou.

— Dói, não é? _ O sussurrou áspero de Avril o fez fechar a mão em punho ainda no ar. _ Perder alguém que ama...

Edgar recolheu o braço, apertando o colar contra o peito. A dor alojada era tão forte que o fez chorar como uma criança depois de tantos anos sem nem mesmo derramar uma única lágrima.

— Minha Jully... Minha doce Jully..._ Edgar se encolheu sentando na lapide, seus lábios tremiam enquanto ele chorava. _ Eu não estava lá por ela! Eu a perdi...

  Mathew desviou o olhar, a amargura de seu coração não permitia que ele sentisse compaixão pelo homem a sua frente.

    Avril enfiou as mãos no bolso do sobretudo, as luvas de couro aplacavam o frio da madrugada. A mafiosa levantou o olhar para o céu sem estrelas.

— Ela era tudo que você tinha, não é?

Edgar concordou apertando o cordão contra o peito.

— Ela foi a única pessoa que eu amei. Era a única que me fazia esquecer o monstro que eu sou.

— Eu nunca vou conseguir te perdoar por ter matado as pessoas que eu amava !

— Eu sinto muito..._ O sussurrou sincero de Edgar a fez suspirar.

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