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  Avril saiu do quarto rapidamente, cabelos ainda molhados,  e a roupa colada no corpo, além do telefone no ouvido.

A expressão séria e a voz firme. Não parecia a garota tranquila e brincalhona de alguns minutos atrás.

   Henry analisa a calça de couro  e o coturno, além da blusa de seda pregada no corpo, mostrando claramente que Avril não estava usando o sutiã.

Ela se aproxima se inclinando de lado pegando o fuzil.

— Estou a caminho! – Ela rosna desligando o telefone e o guardando no bolso da calça.

  Do outro bolso ela tira um cartucho e encaixa na arma e avalia a mira em Henry.

— Cuidado com isso ai! Princesas não deveriam brincar com essas coisas. – o rapaz brinca saindo da mira e Avril abaixa a arma e sorri de lado.

— Aqui é não é essa brincadeira de criança do seu trabalho, meu anjo..– Ela pisca, apoiando a arma no ombro. – Eu preciso dar uma saidinha.

— Eu gostaria de ir junto, mas isso é antiético.

   Avril coloca o pé no sofá entre as pernas de Henry, ela se inclina o olhando mais de perto.

— O acordo foi você ficar bem longe do meu trabalho, Henry. Mas eu posso abrir mão por hoje. Esses caras são um saco até para vocês que odeiam lidar com eles. Você mata e outros brotam como ervas-daninhas...

— Demorou. – Henry rouba um selinho em Avril e se levanta abruptamente. – Mas eu não toco em ninguém por causa do meu trabalho. Quero ver como é que você trabalha. Sé a boazona mesmo...

  Avril sorri debochada.

— Pega sua inveja e enfia... – ela se cala com um olhar repreendedor de Henry. – Vamos princesa, não tenho o dia inteiro!

— Eu posso pelo menos ficar apresentável? – Henry cobre os pequenos mamilos por cima de um abdômen impecável.

   Avril faz uma careta avaliativa, mordendo o lábio e nega. 

— Pode ficar assim mesmo. – ela sorri batendo o fuzil no ombro. – Anda logo! – ela fica séria de imediato ao sentir  o telefone vibrar no bolso e aponta a arma para o rapaz.

   Henry corre, ele volta do quarto com a camiseta no ombro, a arma no cós do moletom e tentando calçar seus sapatos. Sua dog tag balançando chamando a atenção de Avril.

— Estou pronto!

— Não esquece de tirar a dog tag. Se alguém perguntar você é primo do Gustavo. É da máfia alemã. Nem sonhe em soltar alguma piadinha de militar ou eu mesma corto sua língua lá mesmo. Se meu pai descobrir, nós dois morremos. Você tenho certeza!

Henry veste a camisa e Avril toca no abdômen do rapaz, deslizando a mão pelos gominhos.

— Hey... – Henry tenta repreende-la.

— Adeus amigo...– Sussurra abatida vendo o tecido cobrir os músculos– É difícil resistir.

— Avril! O seu assunto! – Henry afasta a mão da garota  que da um sorriso safado e se afasta deixando o rapaz intrigado.

   Ela abre a porta com força, fazendo a mesma bater na parede e voltar.

— Hoje é ótimo dia, meu amigo! É tudo que eu queria para ficar contente! – Avril diz no corredor.

***

    Um chute de Avril foi o suficiente para fazer as duas portas metálicas se abrirem em um estrondo. A gangue toda entra já com as armas apontadas.

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