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— Qual é o próximo plano? _ Avril perguntou encarando o teto que girava. Sua embriaguez ainda estava lá, enquanto ela e Henry, ambos deitados no chão sobre o carpete felpudo, encaravam o teto da mansão.

— Fazer tudo parar de rodar! _ Henry sussurrou de olhos fechados.

— Muito bem! E quanto ao outro plano?

O ex-militar abriu os olhos e encarou de solaio a mafiosa. Ela estava com os braços abertos, enquanto ele mantinha suas mãos em cima do tórax.

— Nos odiar!

— Bom, isso não vai ser difícil para mim..._ Avril sussurrou e Henry bufou.

— Claro! Você semmmpre me odiou!

— Sim! _ Avril concordou encarando o lustre.

— E você me odiava muito mais quando sentava em mim ou eu te pegava de quatro, não é? A gente sabe o resultado desse ódio aí, e se chama Jason!

— Quantos cristais tem esse lustre?

— Eu não sei. Não to afim de contar!

— Nem eu! Vou pedir para alguém contar! Mathew! Mathew!

— Ele não está aqui... Ele ficou na Colômbia!

Avril praguejou.

— Porque a desgraça teve que recair em peso para os Bradson? Porque todo mundo quer procurar encrenca com a minha mãe? Nos perdemos o tio Maick, e perdemos a Charlotte e o Will! Pobre Mathew...

— Ele vai superar com tempo...

— Ninguém supera isso.... A gente só para de pensar. Quantas pessoas eu ja matei? Eu não sei mais, provavelmente mais que esses cristais no lustre...

— Eu também ja perdi a conta...

— Henry, ainda não consigo aceitar sua saida do comando...

— O que é tão difícil de compreender? _ Avril não respondeu, apenas ficou em silêncio fitando o teto. Henry suspirou e também voltou a olhar na mesma direção.

    A madrugada avança, o silêncio da mansão e a escuridão dos cômodos estava confortável para os dois adultos  embriagados, mas um pouco mais lúcidos.

— Quem ele vai matar agora? _ Avril sussurrou e Henry franziu as sobrancelhas com o pensamento.

— Acho que ele vai partir para o meu lado... Algo para subornar... Mas eu ja tomei providências para que todos fiquem seguros.

— Você acha que suas medidas vão funcionar?

— Acho! Ninguém será estúpido de vir quando a ameaça é evidente.

— Humm... _ Avril murmurou pensativa. _ Tenho uma opinião diferente, mas você conhece sua família melhor do que eu.

— Ninguém seria burro de vir quando a situação é crítica!

— Eu tenho minhas dúvidas!_ Avril fez biquinho encarando Henry de relance.

***

Dois dias depois...

Tiana rompeu pelas portas do aeroporto da base militar, carregava apenas uma mochila com alguns pertences nas costas.

  Ja era noite, e o sereno lhe causou um breve arrepio na espinha, comparado as noites quentes na base.  Quando ficou sabendo que Henry não voltaria, quase surtou. Ela não era apenas uma garota apaixonada por ele... Eles eram melhores amigos desde a infância. Então Tiana sentia que seu melhor amigo tinha que lhe dar explicações.

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