Calmamente cortou o apetitoso filé de carne, o levou com calma a boca o saboreando.
— Eu não gosto quando interrompem o meu jantar... Mas aceito companhia._ Avril sussurrou ao terminar de engolir e logo em seguida apreciou um gole de vinho rosé.
Seus olhos cairam em Jennie que puxou cadeira, e rapidamente o garçom a ajudou com elegância.
— É um lugar muito chique para meu gosto..._ Jennie olhou ao redor admirando o lustre de brilhantes a cima de sua cabeça.
— É um restaurante seis estrelas..._ Avril cortou mais um pedaço de carne enquanto o garçom a serviu uma taça cheia de vinho novamente e ofereceu a Jennie
— Vinho, madame?
— Não, Obrigada!
Com a rechaça ele colocou a garrafa no gelo e se retirou com uma breve reverência, fechando as portas da sala vip.
— E então? Conseguiram alguma informação? _ Avril continuou seu jantar.
— Esse homem é um fantasma. Não tem nada dele em lugar nenhum! Não faço ideia de como vamos dar procedência ao plano.
— É bem simples na verdade. Se não temos informantes para nos dar o que queremos... Vamos as ter por conta própria.
— Genial! E suicida!
— Edgar desapareceu do mapa. Me pergunto onde ele deve se esconder para que nenhum olho ou ouvido o tenha notado... Bom, acho que temos algo para aprender com esse homem no final das contas!
— Você tem certeza que quer proceder com o plano? Avril, ele pode mata-la ...
— Eu sei! Estou muito bem consciente sobre isso. Mas não vou voltar a trás, Edgar ja tomou muito do meu tempo, esgotou minha paciência e me tirou pessoas amadas!
— Compreendo sua dor, mas ...
— Jennie, por que está aqui?
Jennie ficou brevemente em silêncio, ambas as mulheres se encarando a espera de qualquer palavra.
— Eu vim... Eu vim porque...
— Você veio para falar sobre o Henry, não é mesmo?
— Você é inteligente como o tio Apollo! _ Jennie revirou os olhos. _ Você precisa o convencer a não sair do comando. Minha mãe... Bom, é o menor dos problemas! Mas sem ele no BIRDS... É como se o grupo tivesse estilhaçado!
Avril arqueou a sobrancelha intrigada, deixando o corpo relaxar na cadeira enquanto ela apreciava agora o vinho.
— Me pergunto quem mais vai vir atrás de mim com esperanças de que um simples estralar de dedos meus faria Henry voltar a atrás.
— E estamos errados?
Avril ficou em silêncio, encarou Jennie com desgosto e suspirou pesadamente.
— Talvez! Mas eu vou tentar. Em recompensa por não terem me enfiado em problemas naquele dia na base.
— Obrigada!
— Aliás Jennie... _ Avril colocou a taça na mesa e inclinou o corpo para sussurrar mais perto da mulher. _ Já tem quantos meses de gestação?
Jennie a encarou, com um olhar afiado e sorriu ladino desviando do olhar sagaz de Avril. A militar entendia agora porque a fama dos Bradson ser tão grande, nada realmente passava batidos dos mafiosos.
***
O homem ligou o chuveiro na água morna, deixando seu corpo relaxar, ouviu a porta do quarto abrir e fechar, logo passos leves e conhecidos adentraram o cômodo do apartamento nada muito luxuoso. Era um típico apartamento de uma mulher solteira de 35 anos, de classe média.
— Quando chegou?
Edgar desligou o chuveiro e virou para encarar a mulher parada na porta do banheiro o encarando.
Ela tinha o olhar abatido, um tanto cansada, mas um sorriso ladino tranquilo surgiu em seus lábios.
— Venha se juntar a mim... _ sussurrou rouco, mas a mulher negou ainda com um sorriso bobo.
A diferença de idade entre eles era grande, mas isso não importava. Ela tinha 35 e Edgar tinha seus quase 52.
— Está com fome? _ A loira de olhos azuis perguntou e Edgar sorriu estreito concordando.
— Estou, mas não precisa cozinhar para mim July!
— Querido, eu não te vejo ja tem três semanas. Eu vou cozinhar feliz ao te ter em casa novamente!
Edgar riu baixo, estendeu o braço a pegando de surpresa e a puxando para baixo do chuveiro. Ela protestou quando se molhou pela água morna, mas apenas sorriu contra os lábios de seu homem.
— O faremos juntos... _ Ele sussurrou a abraçando.
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Na cozinha, a mulher cortava alguns legumes com atenção. Edgar se aproximou sorrateiro como um fantasma, seu toque era gentil afastando os cabelos loiros para frente do ombro, mas seus olhos caíram na mecha de fios dourados que ficaram entre seus dedos.
Notando a quietude, July parou de cortar os legumes e se virou, observando o olhar estagnado e distante de Edgar em seus cabelos que ficaram nas mãos no marido.
— Voltou, não é? Você...
— Edgar, não quero falar sobre isso!
— O câncer voltou July?! Você está fazendo quimioterapia?
— Voltou! _ Ela se desvencilhou de perto do corpo do marido. _ Fiz uma nova sessão na semana passada. Ainda me sinto fraca...
— July ...
— Eu não sei porque ainda tento, Edgar! O médico não me dão mais esperanças. Fez metástase... É questão de meses até... até que eu...
July abaixou a cabeça, seus cabelos loiros esconderam seu rosto mórbido e sem esperanças. Edgar estava sem chão, apoiou suas mãos no balcão também de cabeça baixa.
— Eu ja perdi quase tudo que eu amava nessa vida, July... Não posso perder você também!
— Edy... Me prometa que vai continuar sendo um bom homem! Me prometa que não vai perder as esperanças da vida!
— Eu não posso prometer nenhuma dessas coisas! _ Edgar sussurrou rouco e se retirou da cozinha. _ Eu preciso de um minuto sozinho... Vá para cama! Você precisa descansar...
— Edgar ....
— Por favor July...
— Você tem outra?
Edgar parou no mesmo lugar e a olhou por cima do ombro.
— Não! Por que disso agora?
— Eu não posso mais esquentar sua cama como um dia o fiz... Ja tem meses que nós não... Você tem suas necessidades e ..
— Chega July! Mais uma palavra sobre isso e eu irei ficar com raiva! Eu não preciso de sexo para me sentir completo! Mas eu preciso de você por perto para me manter lúcido, vivo, e completo! Entendeu? Nem pense em se entregar!
July soltou uma lágrima sorrateira que percorreu seu rosto.
— Eu amo você! Eu não quero morrer Edy! Eu não quero!
Edgar deu meia volta, passos decididos, ele a tomou nos braços, afagando os cabelos loiros e beijando o topo de sua cabeça.
— E eu a você, July! Você não vai morrer! Eu prometo!
— Você não pode prometer isso! _ July protestou o dando um tapa no peitoral.
— Eu sei! Mas eu vou mesmo assim! Sem você, minha vida é uma completa desgraça...
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Um pouco da vida do Edgar. Sei que ele é o vilão, mas dizem que o melhor vilão é aquele que tem motivos para o ser... Oh vida desgraçada é desse homem ! Enfim...
Boa leitura!
❤️
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Decodificação
DiversosLivro 4 - Assumindo por fim sua responsabilidade com a máfia, Avril, filha de Marco e Ashley, terá que lidar com assuntos de "gente grande". Ela foi treinada para ser uma mulher forte e inteligente, capacitada para lidar com a máfia e com qualquer s...