Decodificação

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Jennie que não havia contado nada a ninguém sobre isso, ficou estupefata em como Avril era perspicaz. Ela estreitou os olhos, avaliou todo o cômodo da sala vip fechada enquanto Avril apreciava tranquilamente o fim de seu jantar. Ela se encolheu, enfiando a mão por baixo do vestido preto recatado, seus cabelos presos em um rabo de cavalo e seus brincos longos  se inclinaram para frente enquanto ela tateou por baixo da barriga falsa, retirou o pendrive e colocou diretamente dentro da bolsa de Avril que estava posta na mesa.

    Avril sorriu sutilmente e arqueou a sobrancelha, se levantou da mesa terminando de limpar os cantos da boca e deixando o guardanapo ao lado do prato.

— Interessante... Eu preciso ir agora. Tenha uma ótima noite, Jennie!

— Ótima noite para você também! Fique longe de problemas... Estaremos esperando por novas informações.

Avril assentiu elegante, como era dona do restaurante, apenas saiu com os olhares admirados dos clientes.

O gerente trouxe o casaco e ajudou Avril a coloca-lo, abriu a porta de vidro e se curvou para sua chefe.

   O vento cálido soprou bagunçando os fios negros. A mafiosa fechou os olhos apreciando a brisa enquanto o Imperador preto estacionava na porta, ajeitou os fios negros em seus devidos lugares. O chofer abriu a porta do carro, um sujeito vestido elegante com um terno preto, um chapéu e luvas de couro.

Avril sentou e o esperou dar a volta no carro. Após dar partida no automóvel, o silêncio era pesado e ambos se encaravam pelo retrovisor.

Os olhos castanhos esverdeados mapearam através do reflexo do retrovisor o rosto distante e olhos azuis frios.

— Toque para a mansão! _ Avril sussurrou encarando a janela do carro.

— Sim, senhorita!

***

    Deixada em casa, arrastou o corpo para fora do banco de couro, os seguranças a cercaram logo na entrada da mansão e a guiaram em segurança para dentro.

Ela retirou o casaco, o dobrou e o deixou repousado nos braços. A porta dos fundos para os empregados abriu e Henry tirou o chapéu de chofer.

— Belo disfarce. _ Avril disse ajeitando o enfeite em cima da lareira.

— Ela conseguiu? _ Ele perguntou e Avril o olhou de solaio e se afastou da lareira.

— Vamos para o próximo passo. _ Disse estendendo o pendrive para o ex-militar.

Henry arqueou a sobrancelha observando o objeto metálico em suas mãos.

— Certo! Avisarei os outros!

— Avalie o que tem ai e depois me avise ..._ Avril massageou o pescoço.

— Você andou muito ocupada com a máfia ultimamente.

— Se fosse apenas com isso.... Estou lidando com a empresa também a pedido de Brayan!

— Achei que ele conseguia fazer isso a distância.

— Até pode, mas estará criando brechas para erros! _ Avril suspirou cansada. _  Eu nem mesmo tive tempo de ligar para Jason...

— Falei com ele hoje de manhã. Expliquei que você estava trabalhando muito... Ele é um bom garoto em entender isso!

— Ele é! Me orgulho do meu filho ser um grande homem mesmo ainda tendo apenas 4 anos...

   Avril subiu as escadas, desaparecendo na escuridão da mansão, apenas o som de seus sapatos de salto faziam contraste com o silêncio perturbador.