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— TIANA! Para! _ Henry corria pelas ruas atrás da garota.

Ela parou abruptamente quase colidindo com um carro que passava naquele instante e Henry a puxou de volta pela mochila.

— ME SOLTA!

— PARA DE AGIR COMO UMA CRIANÇA BOBA E ME ESCUTA! _ Henry gritou e a garota parou de se debater. Raramente ela o viu ficar tão bravo.

   Algumas pessoas passaram curiosas, e observaram cerca de cinco homens os cercarem amigavelmente.

— Não podem ficar aqui. Estão expostos. Edgar pode usar isso...

— Que se dane! _ Tiana rosnou soltando seu braço da mão de Henry. _ Você é um traidor! _ seu sussurro estava carregando de nojo.

Henry queria se acalmar, ele queria se comunicar quando alguém rompeu entre eles, agarrando Tiana pelos cabelos e a arrastando de volta pelas ruas.

Avril não estava para brincadeiras e nem para conversas. Os últimos dois dias foram tortuosos para sua mente que borbulhava. A perda de três pessoas queridas a deixaram áspera e sem paciência para pequenos surtos de quem quer que fosse.

— AH! Me solta sua cadela!

— É melhor calar a boca! _ Avril disse friamente sem alterar seu tom de voz pleno. _ Ou não vai ser preciso que Edgar te mate!

Henry queria poder ajudar a amiga sendo arrastada pelos cabelos. Os longos metros até o galpão foram carregados de murmurios, insultos e reclamações.

Quando Avril a soltou dentro do escritório, um dos gangster fechou a porta e se pós no caminho. Ninguém mais entraria na sala até que Avril o liberasse. Com apenas as duas se encarando mortalmente, a mafiosa passou por ela e se jogou em sua poltrona, relaxando o corpo e colocando a pistola em cima da mesa.

— Quer dizer mais alguma coisa? _ o tom de deboche fez Tiana ficar vermelha como uma pimenta. Avril a encarou sem ânimo. _ Eu sou da máfia sim! Sou a chefe!  Meu território e poder são bastantes vastos e forte, então tome cuidado com suas palavras, não tolero insultos e posso dar um jeito de te fazer acordar com formigas na boca!

Avril pegou a arma e carregou uma bala, o barulho da mesma fez Tiana ficar tensa.

— Você não faria isso!

Avril atirou.

O som do disparo fez Henry andar de um lado para outro do lado de fora. Mas ele sabia que Avril não machucaria Tiana por causa de algo tão pequeno.

Tiana tremeu olhando para a alça de sua mochila rasgada pelo caminho da bala. Ela não sofreu um único arranhão.

— Deseja uma nova tentativa? Devo alerta-la que tenho uma ótima pontaria e que nessa distância eu não erraria sua cabeça nem se estivesse de olhos fechados...

Tiana bufou e Avril acatou isso como uma rendição da militar.

— Você o corrompeu! O tornou em um criminoso! Um traidor! _ Tiana murmurou vom rancor.

— Não! Eu não fiz isso! E nunca concordei com Henry sair do comando. Nunca o trouxe para este lado do mundo. Mas se você não ouvir a história dos dois lados, nunca vai conseguir entender...

— Ele não tinha motivos para sair! Ele era o melhor! Ele... Ele nem ao menos se deu o trabalho de dizer algo para mim antes de ir embora...

— Entendo sua raiva. Mas nesse momento, talvez você não tenha noção do quão perigoso sua presença é. Um passo em falso e você morre, Tiana ... Eu tive um tio, um cunhado, e uma irmã... Mortos... Acha que Henry quer sentir isso? Quer ver seu corpo esticado ensanguentado e sem vida no chão de uma calçada? Você está sendo egoísta por causa de seus sentimentos. Considere os dele...

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