~ 99~

395 42 19
                                    

Edgar alisou com cuidado o rosto de July adormecida. Ele se lembrava bem da primeira vez que a viu.

July era tudo que tinha lhe restado. Ela trouxe silêncio a sua mente barulhenta e um sorriso depois de tantos anos sem saber o que era realmente isso. Ela foi sua primeira paixão, seu primeiro delírio, a primeira ao vê-lo suspirar. E ele odiava tudo que tentasse tirá-la dele. 

Se afastou para atender o telefone que piscava a tela.

— Fale!

— Senhor, olhe as fotos que acabamos de enviar! _ um subordinado avisa e Edgar desliga a ligação.

Ele abre o aplicativo de mensagens, olhando  algumas fotos da noite passada.

— Interessante!

***

Avril apertou a secretária eletrônica ao se lembrar de uma coisa.

— Marry, traga-me...._ O telefone começou a tocar, então ela abandonou a secretária eletrônica e atendeu. _ Pai?

— Como você está?

— Surtando. O que há com sua voz?

Marco fez silêncio por um segundos, Avril podia ouvir os passos ecoarem do outro lado da linha. Apurando sua audição ouviu a chamada de um médico.

— Pai....

— É a sua mãe. _ Avril fechou o cenho aplumando o corpo na cadeira.

— Como assim? O que aconteceu?

— Calma! Eu só te liguei para avisar para não se preocupar. Entende? Está tudo bem. São só exames de rotina...

— A mamãe odeia exames! Fala logo o que está acontecendo! _ Avril se colocou de pé autoritária.

— Ela pegou um resfriado! _ Marco comentou por fim e Avril segurou o riso que saiu como um roncando. _ Ela e Jason estavam brincando na chuva ontem.

— Pai! Ela deve estar irritada com você!

— Bastante. Mas você sabe que estamos ficando velhos... Eu quero cuidar da sua mãe até meu último respirar. E quero prolongar isso o máximo que eu puder! _ Marco comentou e Avril suspirou e se escorou na mesa encarando a paisagem de arranha-ceus atrás de sua mesa na empresa.

— Pai...

— Sim!

— Acha que devo tomar a pílula do dia seguinte caso eu tenha...

Marco ficou em silêncio, mas do outro lado da linha ele ja sabia do que Avril estava falando, por isso massageou a testa.

— Você quer isso? Quer outro filho com ele?

— O meu coração... Sinto que quanto mais eu tento afasta-lo, mais me jogo naqueles braços... _ Avril sussurrou abatida. _ Só estou com medo de me machucar de novo...

Marco levantou a cabeça encarando a paisagem através das janelas do hospital.

— Eu sei como é isso! Sua mãe também! Apenas não faça nada que vá se arrepender amargamente depois... Se acha que deve confiar em Henry novamente, então o dê uma chance. Mas se existir, uma minúscula fagulha que diga insistentemente que ele vai machuca-la, enquanto você o olha nos olhos.... Então se afaste de vez dele.

Avril cruzou os braços pensativa.

— Jason me pediu um irmão...

— Bom, ele ja esparramou isso! E está animado! Mas é você quem decide isso, entende?

DecodificaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora