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Mathew voltou ao trabalho na gangue. Enquanto isso, Henry ficou acordado a noite toda olhando para o rosto angelical do filho que dormia tranquilamente.

***

O gangster espreguiçou entrando no galpão, sentindo olhares tensos em si a medida que seus passos avançam até a sala privada. Ao ver os dois guardas postos lado a lado na porta sentiu o calafrio percorrer sua espinha . Deu meia volta, mas ja era tarde de mais.

— Mathew! _ o rosnado alto foi ouvido por todo galpão.

Sem escolha, teve que entrar na sala, onde encontrou Avril sentada atrás da mesa com os cotovelos apoiados e um olhar mortal congelante que o fez sentir que sua alma havia abandonado o corpo.

— Quando você voltou? Achei que sua viagem teria fim apenas amanhã..._ tentou esconder o nervosismo.

— Onde está meu filho?

— Com a baba!

Avril estreitou os olhos e levantou sutilmente uma das mãos, um dos guadas entrou na sala ao lado da baba. Mathew sentiu sua garganta ficar seca como o deserto. A mafiosa arqueou a sobrancelha sem paciência.

— Só vou lhe perguntar mais uma vez...

— Com o Henry! _ Mathew não teve escolha, mas vendo o olhar sombrio a engolir sua alma como um demônio, sentiu suas pernas tremerem.

' Ok! Foi uma péssima ideia!'

— Em consideração a nossa amizade eu vou lhe dar 10 minutos. E nada mais! Depois disso você será um homem morto! _ sussurrou entre os dentes e se colocou de pé.

Assim que ela saiu da sala, Mathew não perdeu tempo e ligou para Henry. Ao receber as notícias, suas mãos suaram, e preparou o pequeno Jason no carro. Era mais seguro do que deixa-lo andar de moto. Ele ainda era muito pequeno.

Quando o carro estacionou na garagem, desceu primeiro vendo Mathew andando de um lado a outro, e atrás dele, a figura feminina impecável o encarando com ódio. Ela ja estava ciente da situação da noite passada, por isso se manteve em silêncio. Após conferir as câmeras de trânsito, soube que o encontro com Henry realmente foi apenas uma coincidência.

Henry a encarou perdido em pensamentos, apreciando a beleza fria que a tinha a tornado ainda mais sexy.

Ela tinha o corpo ainda mais curvilineo. A maternidade foi a responsável por isso. Seu quadril estava um pouco maior, proporcional ao seu corpo, seios mais fartos, coxas grossas e cintura fina como antes. Seus cabelos ainda eram longos e bem cuidados.

Henry desviou o olhar para abrir a porta traseira do carro, onde tirou Jason nos braços e caminhou até Avril, mas foi barrado por Mathew que pegou o afilhado e lançou um olhar de advertência para o militar.

Henry sentiu vazio novamente quando sentiu Jason ser tirado de seus braços.

— Tchau tchau tio!

— Tchau Jason. Fique bem! _ Henry acenou vendo o menino ser entregue nos braços da mãe. Por um momento o olhar de Avril mudou,do frio extremo ao terno. Ela sorriu conversando com o filho que a abraçou com saudade e carinho, depois foi entregue a baba que o levou para a sala particular.

— Vá! _ Mathew tentou ajuda-lo, mas Avril se aproximou em passos decididos. Seus saltos altos ecoavam pelo galpão lotado de homens em silêncio.

Ela acenou e três homens vieram na direção de Henry. Notando o que Avril planejava, o militar cerrou os punhos quando a viu passar por ele o ignorando.

Os três guardas costas tentaram agarra-lo, mas o primeiro soco fez um deles ficar zonzo. Sendo rápido o suficiente chutou o segundo no abdômen, mas o terceiro o deu uma chave de braço. 

Henry usou o cotovelo para acertar as costelas do seu adversário e em uma manobra rápida jogou o terceiro no chão, se libertou.

Três passos  largos foram suficientes para alcançar Avril e ele a agarrou pelo pulso. Mas antes de dizer algo, dezenas de armas estavam apontadas para si.

— Eu preciso falar com você!

— Eu não tenho nada a tratar contigo! _ Avril se virou o encarando friamente.

— Você tem! E não pode tirar isso de mim!

Nesse instante Mathew ja estava se descabelando com o que viria a tona.

— Tirar isso de você? Diga-me exatamente o que estou tirando de você?

— Meu filho!

Avril ficou vermelha de raiva, seu olhar sombrio não fez Henry recuar.

— Quem disse que ele é seu filho? Que idiota!

— É só fazer as contas. Posso provar que Jason é meu filho. E acho que você não vai querer passar essa vergonha!

— Ele não é seu filho!

— Não? Então você quer levar isso a diante...  Tudo bem! Então eu trarei as provas, e depois vou levar meu filho!

Ao terminar, Avril o agarrou na camiseta tão irritada que Henry pode ouvir seus dentes rangerem.

— Eu fui boazinha te deixando vivo quatro anos atrás! Mas se você quer guerra, tudo bem!

Henry a agarrou nos pulsos, Avril quase podia rasgar sua camiseta com a força em seus punhos.

— Se você não me deixar ver meu filho, eu vou tirar a guarda dele de você! Então sim! É guerra!  Você realmente deveria ter me matado quando teve a chance!

Avril o soltou com fúria, sem desviar o olhar

— Você não o merece!

— Eu sei que não! E você não me deixa explicar a situação! Não me deixa pedir perdão!

— Você não merece perdão!

— Não me faça tornar as coisas difíceis! Podemos conversar como dois adultos! Não é apenas sobre nós! E sobre uma criança!

— Jason tem tudo que precisa! E não é de você que ele necessita!

— Mas eu preciso dele ! Ele é meu filho! Eu sou o pai de Jason!

— Mamãe. _ Jason veio correndo interrompendo a conversa e Avril o pegou rapidamente. _ O que o tio está dizendo? Eu tenho pai?

Jason ja frequentava a creche. Ele era inteligente para compreender que a maioria das famílias de seus colegas possuía mãe e pai. Então ele se perguntava as vezes onde estaria o dele e se sentia animado ao pensar em conhecer o dele.

— Não! Você não tem pai!  Ja tivemos essa conversa!

— Isso não é verdade Jason! _ Henry protestou.

— Não! Ele não tem! _ Avril rosnou furiosa entre os dentes.

— Mas mãe, eu quero ter um pai! _ Jason inflou as bochechas, fazendo bico e cruzando os braços frente ao corpo.

Ele estava ficando pesado, Avril teve que mudar o peso do corpo para a outra perna desconfortável.

— Avril! Vamos conversar! Eu e você ! _ Henry queria pegar Jason nos braços ao notar o desconforto de Avril, mas ela o tinha firme nos braços.

— Eu ja disse que não tenho nada a falar com você! Se abrir a boca novamente eu mandarei cortar fora sua língua! Só não o farei agora, pois estou ciente da situação de ontem a noite. Meu filho estaria ferido ou pior se você não o tivesse o levado...

Ela caminhou levando Jason e um grupo de seis homens a seguiram e abriram a porta do carro luxuoso para ela.

— Tudo bem! Faremos do jeito difícil então! _ Henry rosnou e caminhou até o próprio carro. _ Acho que você se esqueceu de como sou persistente!

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Bacharia!
Casos de Família!

Boa leitura!

❤️

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