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Henry encara as cascatas de fios negros cobrindo o rosto junto ao chão do quarto. Ele viu quando ela havia chegado e a maneira como foi jogada lá sem o menor cuidado.

Sentado na poltrona, com os cotovelos repousados nos joelhos, seus olhos não conseguiam desviar, quando ele vê o primeiro sinal de vida de Avril.

Um murmurio quase inaudível preenche o silêncio absoluto do quarto. Os fios negros deslizam para trás quando a cabeça levanta devagar.

—  Deu certo? _ Henry pergunta e Avril começa a rir e senta no chão do quarto.

— Deu. Mas temos um probleminha...

— O que aconteceu?

— Por acaso você mandou seu pessoal da S.A. pra cá?

— Não! Eu... Avril, acho que algum tempo atrás eu dei uma missão Daisy de caçar Edgar e a máfia russa..._ Henry deu um sorriso amarelo e Avril fez uma cara de desgosto.

— Eles estão aqui! Infiltrados junto dos homens de Edgar! Eles vão matar ele, o que é ótimo, mas vão me matar também!

Os dois se calaram ao ouvir algo estilhaçar no andar de baixo.

— Ele está louco!

— Ele a ama. É claro que ficaria louco..._ Avril abraçou as pernas e suspirou. _ Jully é uma boa mulher, trouxe sentimentos a Edgar.

— Jhon vai cuidar bem dela...

— Porque estou presa com você aqui?

— Eles viram o corpo do cara que aparentemente você matou, não é?

— É, mais ou menos isso..._ Avril sussurrou ficando de pé e batendo com força na porta.

— Ele não vai abrir.

Abril olhou por cima do ombro, vendo o rosto de Henry ainda mais machucado.

— Ele te espancou...

— Só um pouquinho. Como você pode ver...

   A situação de Henry era de dar pena para Avril, ela se aproximou e pegou o rosto do homem em suas mãos e acariciou a bochecha inchada e a pálpebras do olho roxo.

— Sinto muito por isso! Era o único jeito de podermos levar Jully daqui, era te trazendo para de baixo do mesmo teto...

Henry sorriu e acariciou as mãos dela.

— Vai ficar tudo bem. Ja vai acabar! Mas acho que tem alguém querendo o experimento. O médico que tratava a Jully, era um farsante!

Avril o encarou atônita e Henry ficou sério.

— Henry... Sequestraram nosso filho.

   Avril assistiu a brusca mudança no olhar de Henry, que se tornou tão severo e frio que a fez prender a respiração por um segundo.

— Quando?

— Na noite em que nos despedimos na rodovia.

— Por que você não me contou?_ Henry rosnou se levantando a olhando de cima friamente.

— Minha mãe ia cuidar de tudo. Eu confio nela cegamente. Eu sei que ela vai trazer Jason de volta!

Henry ficou em silêncio encarando Avril, então suspirou pesadamente e concordou balançando a cabeça.

— Henry,  e se Edgar estiver fazendo a coisa certa?

— Eu também pensei nisso. Eliminando os arquivos e todos os cod-X, não tem como recriar o experimento. Não sem a base de tudo. _ Henry sussurrou e Avril se afastou ao ouvir passos na escadaria.

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