~22~

481 54 29
                                    

    Avril fica com seu olhar frio, fecha o cenho, ela tenta se levantar, mas Henry aperta ainda mais a ponta da Glock contra sua testa, afundando sua cabeça no travesseiro.

— Acho melhor abaixar a arma, Henry...

— Eu não trato com os inimigos da pátria, Avril!

— Eu livrei a sua pele na Alemanha, na Itália e ainda te recebi bem em minha casa. É melhor abaixar a arma!  Eu sou da máfia! E daí? – Ela levanta, sentando na cama e Henry rosna com a afronta – Eu sabia que um dia você ia descobrir! Vai me odiar agora? Sou muito diferente do que era meia hora atrás?

— Eu me sinto sujo agora...

— Antes que venha jogar a culpa em mim, não fui eu que vim atrás de emoção. Você veio até mim, Henry! Eu não tenho culpa!

    Henry aperta a arma ainda mais contra Avril enquanto os olhos azuis frios o encarava dentro dos olhos, o aprisionando em um mar de gelo.

" Ela tem razão... Eu deveria ter a matado antes de me apegar!"

— Eu...– ele rosna e abaixa a arma. – É melhor nunca mais cruzar o meu caminho!

     Avril fica em silêncio e o rapaz guarda a arma. Ele se afasta, parando na porta e olhando por cima do ombro.

— Pode ir! – Avril diz sem emoção, o sono ja havia lhe abandonado. – Não deve ser difícil para você ir embora se sentindo sujo de ter convivido comigo, nao é? Eu nunca te fiz nada além de tentar te sufocar com o travesseiro. Então por que ainda está ai?

— Estou pensando!

— Não tem nada para pensar. É melhor você ir embora enquanto algum pedaço de mim ainda o considera um amigo! – Avril o lança um travesseiro que acerta a cabeça do rapaz. – Eu confiei em você! Você dormiu de baixo do mesmo lençol! Eu tentei te seduzir a menos de uma hora atrás. E agora você vem se sentir sujo? Até onde eu saiba aquele beijo foi você quem me deu eu só estava te distraindo! Então não sei o que ainda tem para pensar! Vai embora  Henry! Suma da minha vista! Eu te odeio!

    Henry encara a parede do corredor friamente e rosna ao sentir o impacto.

— Eu ainda não acredito que senti atração pelo inimigo... – rosna. – Escute, se algum dia a sua máfia entrar no foco do exército para eliminação, não conte comigo para limpar sua barra!

— Ninguém entra no caminho dos Bradson, idiota! Nem mesmo o primeiro-ministro ou o presidente! – Avril senta na cama e esfrega o rosto. – É melhor você ir... – Ela sussurra abatida.

— Vai chorar? – Henry pergunta debochado e se vira para encara-la. Avril estava de cabeça caixa encarando as mãos.

— Eu estava começando a gostar de você, da sua companhia... 

Henry fica em silêncio e encara a cama que até pouco tempo estavam rolando por toda ela atrás de um objeto. Ele pensou nas ações de Avril, nas mentiras  que contou para a irmã apenas para não arrumar problemas. Em como ela se dedicou a ajuda-lo com as bombas. Mas não havia nada em sua mente que pudesse dize-lo para a perdoar por ser quem ela era.

— Adeus Avril.

   A garota apenas volta a se deitar e esconde a cabeça com o cobertor.

— Vai logo...

Henry sai do quarto, entra no escritório e pega sua mochila. Saindo do apartamento, antes de fechar a porta, olha para o interior do cômodo silencioso e fecha a porta.

— Adeus princesa...

   Na garagem coloca o capacete e sobe na moto, da partida e fica encarando um ponto fixo no local.

DecodificaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora