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— Onde está  Avril? _ Isis aparece do lado de fora vendo o sanduíche carbonizado no prato.

— Você não ia dar isso para ela comer, não é? _ Henry olha horrorizado para o pão queimado.

— Era o menos queimado..._ Isis murmura.

— Ela teve um imprevisto. Um compromisso importante... Deve ser do trabalho.

— Hum. _ Isis morde o pão e faz uma careta de desgosto.

— Eu sei de um lugar que tem comida melhor que esse pedaço de carvão que você ia dar para a pobre Avril. _ Henry toma o sanduíche das mãos da irmã e o encara sentindo um calafrio.

— E sobre ela ser filha de magnata é verdade?

— Sim! Aliás, ela deixou a entrada liberada na El Fortin Club. Você quer ir?

— Você está brincando? Aquela boate que para entrar você precisa acampar uma semana antes? _ Isis exclama e Henry concorda. _ Ta fazendo o que parado ai, meu amigo?! Vamos logo! Por favor case-se com essa garota!

— Você vai assim? _ Henry arqueia a sobrancelha encarando a calça de moletom cinza velha da irmã.

— Eu só preciso de 30 minutos e nem mais um segundo a mais.

— Vai logo! Eu vou chamar os outros. _ Henry ri balançando a cabeça em negativa quando Isis corre para dentro gritando eufórica " Bora festar!!!"

***

As luzes se apagam e Ellie olha ao redor e sorri ladino.

— Isso não ohe é nostálgico?_ a voz feminina ríspida ecoa dentro do leito hospitalar.

— Isso foi a quantos anos?

— Ja tem seus 40 anos por aí...

Ellie solta uma risada nasal.

— E você vai ter coragem de matar uma velha de seus 80 anos?

— Sendo você, mesmo que fosse um bebê!

— Você não mudou. Continua sendo a mesma criatura insolente de sempre. Eu devia ter matado você sufocada na cama quando ele te trouxe...

— Você deveria! _Ellie ouviu a porta ser trancada.

—  Minha neta logo estará aqui X-04!

— Eu sou quase dona da cidade agora, Ellie! Se eu disser para o trânsito parar, ele para! Eu não sou mais sem nome, sem teto... Eu sou alguém que você deveria temer mesmo quando eu não tinha nada!_ o sussurro estava mais próximo.

   E Ellie olhou de relance para o par de olhos azuis cruéis em meio a escuridão do quarto.

— Meu neto vai matar sua filha!

— Não se ela matar ele primeiro! _ Ashy sussurra escorando na parede do quarto. _ Eu esperei anos por esse momento. Pelo dia que eu te assistiria morrer como ele morreu!

— Você ainda tem uma admiração platônica por Jordan?

— Eu tenho e não tenho. Isso pouco importa. O que me importa agora, é que finalmente vou poder sorrir verdadeiro como o mostrinho que eu sou... Enquanto eu te vejo morrer.

   Ellie começa a se sentir tonta e fraca, deitando o corpo no travesseiro, tentando arrancar do nariz o respirador.

— Você gostaria de ouvir uma música?_ um solo de piano começa a tocar. Uma melodia conhecida pelas duas. As pupilas  dilatam e contraem, mas ela não se move nem um músculo.

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