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Avril aprecia seu típico copo de whisky enquanto olhava para o interior da boate. Navega em pensamentos preciosos de seu ramo.

— Ele está aqui.

   Olha de relance para a porta, por onde Henry passou vestido com uma camiseta social cinza que caiu muito bem em seu peitoral. Ele não usava a dog tag. Seu semblante estava fechado assim como o de Avril.

— A que devo a honra de ser convidado pela princesa da máfia...

— Poupe-me de enrolação. _ Avril volta a olhar para a pista, sua voz ríspida ecoou por todo cômodo. _ Vão matar o primeiro-ministro.

— O quê?

Avril arqueia a sobrancelha.

— Achou mesmo que eu te chamaria aqui para conversar sobre o assunto que ja resolvemos?

Henry suspira pegando a garrafa de whisky na mesa e se serve, parando ao lado de Avril próximo a vidraça, também encarando o interior da boate

— Qual base para tal afirmação?

— " O quê?"

— Estou me referindo ao primeiro-ministro. _ Henry sussurra e sorri ladino e Avril revira os olhos.

— O velho quer a presidência. Mas é impossível diante das circunstâncias. Tem muito peixe grande na disputa. _ Avril faz uma pausa para bebericar sua bebida. _ Vão faze-lo antes que ele anuncie a candidatura.

— Então eu deveria levar isso a público dos meus iguais. Mas o que você ganha me contando isso?

— Eu não ganho nada nem com o velho e nem com você. Mas é melhor você não tentar interferir nisso.

— Como você sabe de tanto?

— Acha que eu sumi por três dias por sua causa? É melhor você e seu grupo se afastarem. O velho está metido em corrupção e você não vai querer a bomba relógio de envolvimento militar nessa história toda.

— Mas você estava com ele hoje a tarde. E quanto ao seu envolvimento.

— Não vai me manchar. Infelizmente o velho tem influência no país. Se eu negasse pelo menos uma avaliação de acordo, os Bradson poderiam ser acusados de envolvimento na morte. Se nós concordamos, estaríamos afundados em escândalos de corrupção. Provavelmente a máfia viria a tona.  E nós teríamos que silenciar muita gente. ... Então eu não ganho nada. Ficarei como apenas espectadora nesse jogo.

— E o que você quer de nós é o silêncio... Bom, você cortou laços comigo, não posso garantir meu silêncio quando posso mudar o rumo das coisas...

— O velho não gosta de você e nos tempos livres da de cima da sua irmã. Se ele tiver a oportunidade vai julga-la com uma prostituta de farda e assedia-la. Acha que sua irmã tem poder o suficiente para coloca-lo no lugar? _ Avril diz encarando Henry diretamente. _ Eu vi o jeito que ele olha para sua irmã Jennie. Então se não quer ver sua irmã estrupada por um velho que poderia silenciar a corte marcial...

Avril se afasta de Henry o deixando estagnado.

— Obrigado por avisar..._ Henry sussurra apertando o copo em suas mãos.

— Deixe-o morrer, antes que a desgraça recaia sobre sua família. Eu não ganho nada, mas você ganha a segurança da sua irmã, ou talvez de muitas outras garotas por ai...

Avril se joga no sofá de couro e pega o telefone que tocava.

— Certo... Não, não estou surpresa.  Eu ja esperava uma ação imediata. Eles conhecem o que um acordo com a nossa família representa... Tudo bem. Te vejo depois. _ desliga e suspira pesadamente. _ Está feito.

Henry a olhou por cima do ombro intrigado.

— Não me diga que ..._ O telefone do rapaz toca vendo o contato de Ísis. _ Ísis?

— Mataram o Primeiro-ministro na mansão dele. Duas horas após nossa saída.

   Henry pisca algumas vezes encarando Avril relaxada no sofá.

— E agora?

— Tudo está sendo investigado. Descobriram propina nos cofres, fotos de jovens nuas na cama com ele... Isso vai virar uma bomba na mídia, se não conterem.

— Me mantenha informado.

— Certo. É melhor você voltar para a base com a gente.

— Quando?

— Assim que fomos liberados da investigação. Pode levar até dois dias ...

— Okay. Me manterei resguardado. _ desliga a ligação e aponta o telefone para Avril. Sem palavras, ele apenas abre a boca e a fecha e esfrega o rosto.

— Surpreso de como eu sabia disso? _ Avril se serve de mais uma dose. _ É como trabalhamos por aqui. As informações correm mais rapidamente entre os Bradson.

— Você estava com ele hoje a tarde...

— E você também. O ministro de finanças, as esposas, o vice-presidente... Era só um chá da tarde comum. Ele foi para casa e o mataram lá, foi na casa dele que encontram os indícios. Eu não possuo imagens naquele lugar. Ninguém sabe além do exército que estávamos lá. E te garanto, que vocês não vão querer entrar no escândalo.

— Já que estamos trocando informações... Avril você deve tomar mais cuidado.

    Avril sorri e a porta da área vip se abre, um subordinado se aproxima e sussurra algo para a agora.

— Vamos sair daqui então. _ ela diz firme se colocando de pé, encara Henry e acena para que ele a siga em silêncio.

    Ela entra no carro blindado e Henry coloca o capacete, mas ela acena negativamente. Um dos subordinados estende a mão para Henry, que entrega o capacete sem entender. Ele é obrigado a entrar no carro ao lado de Avril.

— Eles vão levar sua moto. Não podemos mais ficar aqui.

— Por que não posso ir na minha moto?

— Você quer perdão Henry?

O rapaz a encara sério e acena singelamente.

— Sim. Mas o que isso tem a ver com a minha moto e essa saída repentina.

— Você vai passar por um teste hoje. Se reprovar... Bom, então vai ser enterrado a sete palmos a baixo da terra.

— Que tipo de teste?

— É bom saber mentir. E não qualquer mentira... Vou levar você para conhecer duas pessoas.

— Quem são?

— Meus pais. _ Avril arqueia a sobrancelha com um sorriso ladino maldoso. Avril ajeita a gola da camiseta social do rapaz e levanta o olhar para ele, ficando bem próximo ao rosto do mesmo. _ Boa sorte!

 
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Boa leitura!

❤️

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