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Henry abriu a porta do carro e jogou Avril, a garota caiu de cabeça para baixo, com a cabeça no vao para os pés e os pés no painel.

Henry fechou a porta e deu a volta, ao entrar,  deu partida e colocou o carro na estrada.

— Hey! Me ajude!

— Bela posição!

— Henry! _ Avril esperneou, ela estava ficando sufocada com a pressão do sangue em sua cabeça.

Henry agarrou uma das pernas dela, mesmo ainda na direção, e a ajudou a se colocar sentada direito no banco. Ela arrumou os cabelos, os tirando da boca e murmurando.

— O que deu em você? Quer morrer?

Henry estava calado, dirigindo com apenas uma mão no volante, e seu olhar estava distante enquanto encarava a estrada.

— Para onde estamos indo?

— Para qualquer lugar...

— Como assim? Henry, para esse carro!

— Não!

— Para agora a merda desse carro! _ Avril gritou batendo a mão no painel e Henry a olhou de relance ficar nervosa. Os olhos azuis estavam faiscantes e sombrios.

Henry voltou a olhar para a estrada sem emoção, soltou um longo suspiro e girou o volante abruptamente, Avril que não estava de cinto de segurança foi lançada contra a porta.

Ambos sentiram quando o asfalto mudou para o chão terroso e cheio de cascalho, os faróis iluminavam a estrada deserta quando Henry estacionou em uma campina aberta.

— Um dia você me levou ao seu lugar favorito... Tenho que te mostrar o meu. _ Henry sussurrou e puxou o freio de mão e desligou o carro. _ Vem! Vamos ter que andar até lá!

Avril abriu a porta desconfiada e o seguiu um pouco mal humorada. A medida que andavam, a mulher olhava ao redor, não havia muitas árvores e a pastagem estava baixa. Quando Henry parou, Avril estava distraida com a paisagem, mesmo ainda sendo noite, e estava um pouco escuro, com a claridade da lua proporcionando luz. Henry a pegou pela alça do colete e a puxou de volta.

— O que da em você quando está perto de mim? Você parece uma menina inocente!

— O quê disse? _ Avril volta a concentrar em Henry, só então nota a queda de pelo menos 20 metros e a vastidão dos planaltos e planícies, abaixo deles. A cima, um céus faiscantes de estrelas prateadas, haviam tantas que Avril ficou boba com a paisagem. _ Uau!

Henry sentou e Avril fez o mesmo, ela estava boquiaberta, olhando atentamente para cada detalhe daquele lugar.

— Não conte a ninguém, okay? É meu lugar secreto!

— Tudo bem..._ Avril sussurrou e Henry suspirou. _ Você é um excelente militar... Impecável...

— Obrigado! Pensei em trazer Jason aqui amanhã antes do sol nascer, mas queria trazer você primeiro...

— Henry, porque esconde o quão bom é?

Henry fica em silêncio encarando a paisagem, procurando o jeito certo de contar.

— Meus irmãos... Desde pequeno, eu sou bom no que faço. " Sou um prodígio", mas não é verdade! Você lembra quando contei das lutas apostadas no ensino médio?

— Sim..

— Eu sempre tive que me esforçar para ser a pessoa que eu não sou! Eu e meus irmãos ja passamos por muitas intrigas, eles acham que eu sou bom e que me gabo por isso. Principalmente Jennie, mas eu sempre vi meus pais dizendo a ela " Se esforce!" " Estude mais!" " Não é o suficiente!" Entendo porque ela me odeia ... Então eu resolvi guardar meus dons para mim mesmo. Eu não me sinto encaixado aqui... Eu não nasci para ser militar!

— Jennie não te odeia! Foi ela que descobriu sobre Jason e ela estava encantada com o quanto ele se parecia com você. Ela queria te contar... É como você disse, é só uma situação mal resolvida entre vocês dois. Isis e Jhon me pareceram não ligar muito para seu excelentíssimo dom. _ Avril se joga, deitando no chão de braços cruzados atrás da cabeça. _ Quanto ao seu lugar, você sempre me pareceu monótono aqui. Eu acho que você seria um ótimo gangster.

— E ser um criminoso em uma família de militares? _ Henry perguntou sorrindo amargurado.

— E ser você mesmo, e feliz com alguma coisa de verdade..._ Avril fechou os olhos e Henry a olhou de relance. _ Além disso, você parecia ser o único da família que se envolveu romanticamente com uma criminosa!

— Escute Avril, ainda terei que ficar um tempo aqui até conseguir uns dias para ir a Nova York. Você terá que tomar cuidado! Tenho a sensação de que algo ruim está para acontecer, como uma bomba a explodir quando você levantar o pé...

— Eu sei! E não está errado, realmente está! Seja quem for está ficando impaciente...

— Esse seu comportamento calmo é de família?

— Sim! Da minha mãe..._ Avril sorri torto e suspira abrindo os olhos e encarando as estrelas a cima de sua cabeça. _ Não se preocupe! Deixe vir! Não sabem com quem mexeram, não é? _ ela o olha e Henry concorda sério.

— Eu vou dar o meu real melhor!  Nosso plano deve ficar de pé até o final.

— independente do que aconteça...

Henry a encara sem emoção, buscando entender o que foi dito. Ele encara as estrelas e depois as montanhas.

— Vamos voltar! Preciso voltar para a pousada e fazer as ...

Avril se calou ao sentir o beijo terno em sua testa, de olhos arregalados viu Henry se afastar sem pressa e se colocar de pé e estender a mão para ajuda-la.

— Antes eu do que você! Jason precisa de você...Eu ainda sou o estranho que ele descobriu a poucos dias que é o pai dele! Ele precisa de você mais do que... Eu preciso de você viva!

Avril o encara em silêncio, eles trocam um olhar misterioso, até que ela aceita a ajuda e se coloca de pé.

— Não diga bobagens. Mal conheceu seu filho e não o quer ver crescer?

Henry caminha até o carro e solta uma risada nasal.

— Não é como se eu estivesse desistindo, Avril!

— Ótimo! Eu odeio covarde!

***

Henry coloca o menino que ainda dorme pesadamente na cadeirinha no banco de trás, o beija no topo da cabeça e o olhar com ternura.

— Vou sentir saudades filho...

Fecha a porta com cuidado para não acorda-lo. Mathew e Rafaella estão se despedindo de todos.

Avril se escora na lataria do carro e encara o grupo sorrindo e conversando.

— Tome cuidado em missão

— Você também. _ Henry deposita a mão no topo da cabeça de Avril e a encara profundamente nos olhos. _ Vou sentir sua falta. Te vejo em breve.

— Até logo... _ Avril abre a porta do carro  para entrar, mas é puxada de volta e arrematada em um abraço apertado e carregados de sentimentos que não podiam ser ditos. _ Vai ficar tudo bem... Eu prometo! Ninguém vai machucar Jason!

— Eu sei! Mas eu não me preocupo apenas com ele! Eles querem nós dois! O que eu farei se te machucarem?

— Mate-os! Agora se afaste! Eu não lhe dei permissão para tocar em mim!_ Avril se afasta resmungando e Henry sorri abatido. _ Adeus Henry!

— Adeus princesa!

Avril entra no carro e Mathew logo em seguida. Ele da partida, e Avril se contenta a observar a figura de Henry na estrada ficar cada vez mais distante até desaparecer por completo, pelo retrovisor. Para ela, era difícil dizer que aquele tinha sido ótimos dias.

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Boa leitura!

❤️

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