Decodificação

~ 117~

Henry estacionou moto na garagem, ao entrar em casa viu Jennie e Isis dormindo escoradas em Jhon.

Pareciam que eles ficaram o esperando voltar. Fechou a porta devagar, deixando o capacete no aparador junto das chaves. Jhon despertou com o suave barulho e esfregou os olhos encarando o irmão.

— Você está bem? E esse lábio cortado?

— Eu merecia essa... Desculpe te acordar!

— Você não teve que acordar de madrugada por causa de filho, se não ia entender o que é adquirir sono leve... _ Jhon ajeitou as irmãs. _ Vou dar uma olhada na Tiana.

— Jhon, você acha que eu...

— Sim, acho que você vacila muito com a Avril, mas ao mesmo tempo acho que você tenta muito protege-la.

— Edgar está tentando a colocar contra mim... 

— Pobre coitado. Mal sabe ele que vocês dois por si só ja fazem isso o tempo todo..._ Jhon brincou alisando os cabelos para trás e sorriu sutilmente para o irmão. _ Eu disse, chega de piranhagem, dê uma boa lição em Edgar! Mostre que ele mexeu com o homem errado!

Henry sorriu sutilmente e subiu com Jhon, Simon estava dormindo de mal jeito em uma poltrona próximo a cama de Tiana. Jhon avaliou o soro em silêncio e ajeitou o cobertor nos ombros de Simon.

Henry foi para o seu quarto. Sentando na cama, tirou a arma do cós da calça e a encarou, as imagens de Avril ensopada de sangue o trouxeram um mal presságio, como se pudesse ver cena pior que aquela se ele não tratasse de protege-la devidamente. Ele não iria correr o risco para isso voltar acontecer.

Mais do que tudo, queria que a tormenta acabasse, mas não era tão simples como parecia. Ele não poderia abandonar a S.A. sem motivos ou isso traria grande suspeita, e então, colocaria muitos em risco.

Por mais cansado que estivesse estava sem sono, então saiu do quarto e foi até a sala, pegando umas das anotações ainda não lidas, sentou no sofá, ajeitando o cobertor ao redor do corpo e se colocou a ler atentamente. Cada anotação de Jordan parecia sincera, ou talvez automática, relatando coisas que ele achou intrigante no comportamento de Apollo.

***

Jully despertou sonolenta, a claridade do cômodo do hospital a fez fechar os olhos novamente. Sentiu a mão protetora e quente envolver gentilmente a sua, então sorriu ja sabendo quem estava ao lado.

~ Memória on ~

Estava chovendo muito, era um dia difícil. Jully ja tinha notado que seu corpo estava estranho e foi até o hospital realizar alguns exames.

   Com todos eles prontos de baixo do braço, corria sem rumo pelas ruas, tentando fugir da chuva tempestuosa e de seus próprios medos agora que sabia dos resultados. As lágrimas e as gotas da chuva nublaram sua visão, ela atravessou a rua apressada e ao chegar na calçada do outro lado, esbarrou abruptamente contra alguém.

Seu corpo lançado de volta, se chocou contra o asfalto, os documentos cairam na água abertos. Ela fungou levantando o olhar. Diante dela, um homem carrancudo, mas não menos bonito apesar da idade. Ela era muito jovem para compreender que futuramente, o amaria tanto. Ele se cobria com um guarda-chuva preto, seu terno era cinza chumbo e por baixo uma camiseta de gola alta preta. Ele desviou silenciosamente o olhar para os papéis molhando e depois para a garota loira de olhos azuis nublados e cabelos loiros escorridos.

Resolveu seguir seu caminho sem dizer nada, apenas limpou a marca de água que a garota marcou em seu blazer. Longos três passos e a ouviu chorar desamparada ainda sentada no asfalto onde a água corria a molhando. Ele parou subitamente, encarou as pessoas apressadas, cada uma lidando vom seus próprios problemas, ninguém ali parecia ter um bom coração para ajudar a jovem garota, muito menos ele.