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Avril continuava a dirigir, seus olhos vidrados na estrada escura, a lágrima escorreu por seu rosto escurecido. Ela deu o balão na estrada, trocando de marcha e acelerando o carro de volta.

Mathew permanecia com a mesma expressão distante e escurecida. O carro tinha um ar pesado. Ele tinha vontade de abandonar o volante e matar com suas próprias mãos o homem no banco do passageiro ao seu lado.

Henry encarava a paisagem noturna, inerte em pensamentos confusos. Ele realmente se sentia um traidor.

Mathew ajustou a postura no carro ao ver os fortes faróis o cegando. E um calafrio percorreu seu corpo e pisou profundamente no freio. Henry teve o corpo arremessado para frente, o que o fez bater a testa contra o painel. Tudo girou. A tontura o acerta com tanta força que sentiu seu estômago revirar, além do líquido morno que escorreu de sua testa.

Mathew ainda estava se recuperando, quando viu a porta do lado do passageiro abrir e Henry ser puxado pela gola da camiseta para fora e jogando no chão. Não teve muito tempo para raciocinar.

Ele saiu e deu a volta no carro, a tempo de observar sua melhor amiga debruçada sobre o homem, com uma mão segurando a gola da camiseta dele enquanto o mesmo se mantinha de joelhos, recebendo golpe atrás do outro em sua face.

A figura potente de pé, mantendo seus pés tão firmes em cima dos saltos altos que Mathew imaginou que os sapatos poderiam cravar contra o assalto. Ela não o largaria até que estivesse sua sede saciada.

Henry ja tinha o rosto amassado, seu nariz sangrando abundantemente, banhando seu rosto. Ele não reagiu, nem mesmo levantou as mãos para impedir a surra. Seus olhos estavam semi abertos com dificuldade.

Avril levanta o punho para cima, pronta a deferir outro soco, então ele pode notar o fone de ouvido via bluetooth na orelha dela. Então, seus olhos cairam no olhar dela, os olhos azuis pareciam intensos de mais para serem encarados, ela parecia inerte em ódio, mergulhanda em escuridão. Avril arfou quando uma nova lágrima molhou sua bochecha, ela não disse uma única palavra e lançou o soco contra Henry com tanta força que o fez cuspir sangue. Ela o soltou o largando caido no asfalto no meio da estrada.

Mathew então ouviu o telefone de Avril tocando insistentemente dentro do carro. E talvez seja por isso que ela tenha desistido de continuar com Henry.

   Com um único olhar impiedoso em Henry encolhido, machucado e atordoado, ela estendeu a mão para Mathew.

— Avril..._ Mathew a repreendeu resseoso.

— ME DÊ ESSA MALDITA PISTOLA! _ ela gritou furiosa, cuspindo as palavras com ódio e sem tirar seus olhos de Henry contorcendo no chão.

Mathew tocou a pistola receoso e viu Avril chutar o homem no chão.

— Você sabe o que isso significa, Avril!

— Ele é só um traídor, Mathew! Um maldito e cretino traidor! O homem que eu levei para cama, queria me matar esse tempo todo! Recolhendo informações, se infiltrando na minha vida! Então me dê essa pistola! _ Avril rosnou com seus dentes cerrados.

O telefone não parou de tocar, Mathew olhou para a pistola nas mãos e negou.

— Não posso fazer Isso! Eu sou seu capo! Eu tomo as decisões quando você não pode!

Avril encarou Mathew com profundidade e ódio, mas ela o deu as costas sem dizer uma única palavra.

— Avril..._ Henry sussurrou fraco, tonto e confuso. Avril parou ainda de costas para ele, agora ela sentia nojo de si mesma por ter se apaixonado por um traidor. Mas antes de completar suas palavras, Henry desmaiou.

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