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Avril olha para os dois únicos cômodos, quarto e banheiro. Realmente era um hotel fuleiro, mas ela não estava em condições de reclamar.

— Agora entendo os motivos de você gostar tanto de ficar no meu apartamento..._ Ela sussurra abaixando o capuz do moletom.

   Henry bufa e aponta para a mini-geladeira no canto do quarto. _ Tem água, algumas cervejas e deve ter algum iogurte.

Avril senta no chão de pernas cruzadas, ela abre a sacola vendo alguns pertences seus que Henry foi rápido em recolher. Fotos sem moldura, seus próprios documentos, seus batons vermelhos. Ao ver os batons ela riu, pegou um e mostrou para o rapaz.

— Você salvou minha vida!

— Eu achei que você tinha entrado por causa deles. _ Henry da de ombros.

   A garota volta sua atenção para a sacola, armas, balas e sua adaga.

— Fez bem. Eu estava preocupada com isso. _ Ela diz ficando de pé, mostrando a pistola para Henry. _ Obrigada por pergar as coisas que eu pegaria.

— Te conheço o suficiente para dizer que seus colares e sapatos não valiam a pena arriscar.

— Mas os batons sim?

— Se um só você ja deu um chilique, imagina perder todos eles..._ Henry brinca e Avril limpa o rosto sujo de cinzas.

— Tem toalhas limpas e tudo que precisar para se lavar no banheiro. Não peguei nenhuma roupa, espero que não se importe de usar uma camiseta minha.

— Obrigada. _ Avril levanta indo em direção ao banheiro, fecha a porta e logo pôde se ouvir o chuveiro ser ligado.

      Henry organiza as coisas  da garota, rapidamente ele pega o telefone dela e o conecta no seu próprio notebook. Ele entra no sistema de áudio do telefone, passando todos os sons que ouviu das últimas horas para uma pasta secreta.

   Desconecta o aparelho e o deixa em cima da cômoda ao lado dos outros pertences. Avril sai enrolada na toalha branca, os cabelos estavam molhados, pingando no chão entre o quarto e o banheiro.

— Aqui, vista essa! É a mais quente. _ Henry entrega a camiseta preta para a garota. Ela volta para o interior do banheiro, voltando minutos depois vestida. _ Eu também vou tomar um banho.

   Ele entra no banho, deixando Avril desconfortável sozinha. Ela brinca com a barra da camiseta um pouco curta em suas coxas. Se aproxima da geladeira e pega o único iogurte que tinha.

   Ouve o chuveiro fechar, e Henry sai vestido com um calça de moletom e uma camiseta cavada. Ele se joga na cama.

—  Pega iogurte para mim.

Avril olha para sua mão, para pote vazio. Ela estende receosa e Henry nota a leveza. Olha para o pote e depois para Avril olhando fixamente para a parede branca.

— Ja estava assim quando peguei...

Henry cerra os olhos e levanta da cama, se inclina olhando Avril nos olhos. Passa o indicador na boca da garota.

— E esse "bigodinho" branco aqui? Ele não estava aqui quando entrei no banho. _Avril rosna e Henry ri.  _ Não tem problema. Você precisa descansar...

— Estou sem sono. _ Avril resmunga e Henry apluma o corpo.

— Quer um cafuné para ver se ajuda?

— Não sou uma criança..._ Avril é jogada na cama macia, ela ri quando sente o impacto e Henry deita a colocando perto de seu corpo. Ele acaricia os cabelos umidos com calma enquanto Avril ficava apenas quieta.

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