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— Humm.... isso é bem atrevido. – Henry suspende a calcinha de renda vermelha no ar e a avalia. – Gostei. Virgem ela não deve ser... quem se importa?

    Devolve para a gaveta e olha para os inúmeros pares de sapatos. Todos guardados em escala de cor perfeitamente alinhados.

— Ela tem algum tipo de toque, ou coisa do tipo? – Sussurra sozinho, mudando dois pares de sapatos do lugar. Se aproxima da panteadeira e olha para os inúmeros batons. – Um só não ia fazer falta.

    Resmunga saindo do cômodo. Se direciona ao escritório da garota, ri perversamente planejando invadir o computador da moça. Mas ao tocar a maçaneta, sente como se estivesse traindo a confiança da garota que o deixou tão livremente em sua própria casa.

Mas isso o deixou ainda mais com pesar, ele tinha que mata-la. Não era pra estar gostando tanto da companhia de Avril.

— Pode ter câmera de segurança...

    Se afasta, voltando para a sala, olha para o dinheiro no aparador, e o ignora. Liga a tv para fazer algum barulho na casa e se direciona para a cozinha.

— Vamos ver o que você tem aqui...– Sussurra abrindo a geladeira e a encontrando praticamente vazia. – Essa garota não estava de brincadeira... Eu iria surpreende-la com um bom vinho e comida caseira, mas não tem nada aqui! Não tenho outra escolha....

Liga para um restaurante e faz o pedido, se joga no sofá e assiste um filme antigo que estava passando.

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Avril encara o homem sentado confortável no sofá carmesim, ao seu lado Maick tentava acompanhar os passos rápidos e pesados da garota.

— Vai com calma... – ele sussurra receoso.

— Pode deixar. – Avril rosna entre os dentes.

   Em passos rápidos ela atravessa a sala vip, seus subordinados fecham as cortinas que dão visão para o interior do cômodo.

Em um movimento brusco, ela pega a garrafa de whisky na mesa, batendo com força na quina da mesa. Os cacos espatifam caindo no chão. Ela se lança em cima do homem,  com um pedaço da garrafa em mãos, o agarra pela gravata e colocando a garrafa quebrada contra o pescoço do mesmo.

— Seu grande desgraçado! Tem noção de quem acusou de fraude? – Ela rosna contra o rosto do homem que engoliu em seco ao sentir a ponta afiada de vidro contra sua garganta. – A mercadoria foi conferida e codificada. Cada arma presente recebeu um código no cabo. Além disso deixei claro que levaríamos em escolta até a fronteira. O que aconteceu com ela depois da fronteira não é minha responsabilidade!

   Avril o solta e se afasta, respira fundo e alisa os cabelos para trás.

— Você ainda é uma garota inexperiente. Pode ser que um de seus homens tenha fraudado minha mercadoria! – o homem rosna e Avril sorri.

— Sim. Você tem razão...– Ela encara as cortinas e sorri. – Eu sou apenas uma garota inexperiente, mas muito bem instruída do que fazer com clientes problemáticos como você!

Ela estrala o dedo, o silêncio pependura por pouco tempo, quando um disparo ecooa pelo cômodo.

O sangue escorre pelo sofá carmesim, o corpo do homem repousa sem vida. Avril não precisa olhar.

— Teve o que merecia seu infeliz! Eu sei muito bem onde estão minhas armas que você desviou... – Rosna soltando a garrafa que ainda estava em mãos.

Alisa o vestido o deixando impecável, passa os cabelos para trás do ombro e suspira.

— Há mais algum assunto para ser resolvido hoje?

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