Decodificação

~47~

— Você me da medo as vezes..._ Henry sussurra contra o pescoço de Avril.

Deitados juntos, cobertos pelos lençóis, suas pernas emaranhadas uma nas outras. A mudrugada estava quase em seu final enquanto o casal sussurrava em uma conversa pós-sexo.

— É bom ter mesmo! _ Avril sussurra e sorri tranquila aproveitando a carícia de beijos em seu ombro e pescoço. _ Eu não sou esse amorzinho o tempo todo, Henry! Eu sou um Bradson... O que você vê é só o que eu deixo transparecer. 

— Eu sei, princesa. Eu também não sou um amor de pessoa.  Mas me sinto estranho quanto a você, é como se não importasse, como se você pudesse ler minha alma e eu a sua.

— É realmente estranho... E absolutamente perigoso! _ Avril ri baixo.

— Eu gostei do seu soco inglês.

— Era do meu avô, foi passado ao meu pai e dado a mim quando fiz dezoito anos. _ Avril se vira encarando Henry nos olhos. _ Henry... Eu mal sei sobre você e sua família. Estamos sempre falando de mim. Me conte coisas sobre você!

— Pedindo assim, parece que está reunindo informações para me matar, princesa! 

— Talvez seja! _ a garota sorri ladino e recebe um beijo no topo da cabeça.

— Eu não sei, Avril. Talvez seja melhor não saber nada ao meu respeito.

— E talvez seja você que esteja planejando me matar e enquanto isso reúne informações da minha vida e família. _ Avril senta na cama encarando séria Henry com a real possibilidade.

Ele engole em seco e a encara dentro dos olhos.

" Quando ela descobriu?"

  Henry suspira alisando o rosto, encara o teto sem expressão e cruza os braços atrás da cabeça.

— Não vai nem negar?

— Não me olhe como se eu realmente estivesse a fazer isso, Avril!_ Ele mente fechando o cenho.

— Desculpa, mas eu não posso ignorar essa possibilidad! ._ Ela rosna encarando a janela do quarto de hotel.

— Você tem razão...

~ Memória on ~

O soco é dado com violência no estômago do seu adversário, seguido com um cruzado no rosto.

O sangue escorre abundantemente pelo nariz do rapaz. Entrando com um direto, seu adversário vai ao chão se dando por vencido.

   Henry tinha seus dezoito anos, ele limpa o sangue de seu nariz e encara seu adversário no chão. Alguns outros caras e garotas da pequena e pacata cidade comemoram eufóricos. O rapaz  sorri ladino, recebendo sua quantia em dinheiro apostada.

  Já era um tanto tarde da noite, caminhando   pela estrada de terra até a base, com as mãos no bolso da jaqueta. Ele para encarando a velha instalação com o poste falhando e insetos voando ao redor.

Seus olhos caem em Jhon ajudando alguns soldados a serem levados a pressa para o centro médico. Beatrice e Luck saem apressados de dentro da cozinha. O "tio" fez um curso de enfermagem para ajudar Beatrice dentro do centro médico no tempo livre. 

   Sam e Kevin saem com instalações de um chuveiro nas mãos, afobados. A base estava em um completo alvoroço. Ray, Nick e Stefan saem de dentro dos alojamentos ja uniformizados. Jackie sai de seu gabinete, ajeitando a farda. Apollo enfia tudo que pode dentro de uma mochila apressado.

— O que está acontecendo? _ Henry se aproxima de Ísis que passou correndo.

— Problemas!Todos os oficiais serão mandados para a Síria! Aposentados ou não! _ A garota amarra o cabelo loiro escuro em um rabo de cavalo. Ela encara o irmão e estreita os olhos. _ Esteve brigando?

   Henry desvia o olhar e coça a testa escondendo sua bochecha levemente inchada.

— Eu vou me vestir.  _ o rapaz diz sem animação correndo para o alojamento.

   Todos ali pareciam tensos, apressados e prontos para entrar no inferno. Mas Henry se sentia diferente, como se nada daquilo pudesse o abalar, como se fosse algo costumeiro, como tomar o café pela manhã.

   Questão de minutos ele volta vestido seu uniforme, sua dog tag balançando a cada passo pesado sua identificação de segundo sargento. Rapidamente deixa a mochila no chão ao ver a mãe se aproximar apressada e jogar o colete a prova de balas para ele.

— Coloca rápido!

Assim o fez batendo continência a sua superior e ajustando o colete apressado ao seu corpo.

— Detalhar missão. _ Henry pede enquanto conferia os bolos com cartuchos, morfina e  sinalizadores.

Beatrice encara o filho em silêncio por alguns segundos o vendo concetrado.

— Henry...

O rapaz para e encara a mãe, deixando a conferência do restante das coisas para depois.

— Entendo. Não imaginava que estava tão feio assim... _ Henry apluma o corpo e deixa sua mão repousar na cabeça da mãe. _ Você podia ficar, mãe. Eu me sentiria confiante sabendo que a senhora estaria segura!

  Beatrice deixa a cabeça encostar no peitoral do filho que ja a passou em altura.

— Eu preferia que meus filhos ficassem. Nós  ja vivemos o bastante. Vocês tem uma vida inteira pela frente!_ Beatrice sussurra e recebe um beijo no topo da cabeça.

— Eu quero arrumar uma namorada mais fofa que você mãe. _ Henry brinca e se afasta um pouco para a encarar de perto. _ Não tente nos proteger ou vai acabar ferida! Você ja nos ensinou tudo que podia, mãe.

— Nem tudo, Henry... Nem tudo..._ Beatrice alisa o braço do filho e se afasta. _ Trate de voltarem ilesosos ou eu farei com que vocês recebam o castigo adequado quando voltarmos! Proteja sua dupla! _ Beatrice rosna quando o Aurora 12, BIRDS e outro grupo se reúne para ouvir as ordens de Jackie e Beatrice.

Tiana, filha de Luck, cutuca com o cotovelo a costela de Henry enquanto segurava o fuzil firme nas mãos. A garota de cabelos encaracolados de tamanho médio e olhos castanhos sorri ladino tensa.

—  Não sai de perto!

— Você que não pode me atrasar, Ti! _ Henry diz colocando seu braço no alto da cabeça da garota a usando como encosto. _ Fica atrás de mim que eu te protejo!

— Vai sonhando, idiota! _ Ela diz rindo o empurrando.

***

— Henry!_ Tiana grita segurando a perna. A dor era insuportável, a poeira e os escombros dificultava qualquer tentativa de fuga de voltar para a base. A intensa troca de tiros la fora ofuscava seus gritos por pedido de ajuda. _ Jennie, Ísis, Simon, Cierra! _ Ela escora recobrando o ar e geme de dor. _ Raphael, Roxany, Any, George!

Henry se esconde, olhando de relance e volta a se encolher quando um tiro passa perto.

— Tiana! _ Ele a chama, mas a morena não responde e o barulho não permite que possa apurar sua audição. _ Tiana! _ Grita mais alto.

— Fox 3 batendo em retirada! _ a voz ecoa pelo rádio um pouco distorcida.

— Aurora 12 batendo em retirada por hora!_ Jackie diz também pelo rádio.

Henry desespera, sua dupla estaria ali em algum lugar, morta ou ferida.

— BIRDS, também bater em retirada! _ Jennie que estava próxima avisa contra o rádio.

— Não! _ Henry rosna contra o rádio. _ Tiana não está aqui! Ela sumiu! _ Henry apluma o corpo dando outro tiro.

— Como assim ela sumiu? Você devia ter cuidado da sua dupla! _ Jennie rosna vendo ao longe o irmão ainda resistindo contra seu alvo. _ Henry!

— Eu não vou sem ela! Vão vocês! Mas não volto sem a Tih!  _ Henry se põem de pé, correndo mais a dentro do local de conflito. _ Onde você foi mana? A onde você está? _ Henry rosna se jogando contra escombros e engatinhando devido aos tiros. _ Tiana!

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Boa leitura!

❤️