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Um mês depois...

— Bem-vindo de volta._ Jackie diz serie com as mãos atrás das costas em postura de descanso militar.

    Henry retira o capacete tático, seu rosto estava completamente imundo por fuligem, e a expressão do rapaz não era das mais agradáveis. Colocando o capacete de baixo do braço, bate uma sutil continência ao seu superior e pai.

— Estou de volta!

—Você se saiu muito bem como comandante do BIRDS, Henry! Nesse ultimo mês tem mostrado mais compromisso. Tem certeza que simplesmente deixou para trás os seus assuntos pendentes? _ Jackie pergunta tranquilo.

O rapaz olha para o sol escaldante do meio dia, não tinha apetite para o almoço que cheirava aparentemente bem por toda a base. Ele volta a olhar para o pai e suspira abaixando a cabeça.

— Não adianta voltar. Ela não vai me ouvir depois de um mês sem dar sinal de vida ou qualquer coisa do tipo.

— Ela? Então seu assunto inacabado era uma garota... Bom, realmente duvido que ela realmente vá te escutar, mas aprendi da pior forma possível que se você simplesmente desistir, ela vai embora da sua vida. Ela sabe que você é militar?

—Sim! Ela sabe... Eu deixei um áudio tentando me explicar antes de embarcar, mas não acho que ela tenha ouvido ou muito menos respondido.

— Sua irmã já esta pronta para assumir a liderança novamente. E como prometido, pode retornar as suas férias interrompidas.

— Eu não sei se é uma boa ideia voltar... Talvez seja melhor ficar aqui e continuar.

— Não!_ a voz de Jennie ecooa próximo. Ela estava impecável em seu uniforme. _Ccom o seu retorno eu volto a assumir o BIRDS. Não é nada pessoal, mas estou ansiosa para retornar as atividades e sinceramente prefiro você com seus probleminhas resolvidos antes de iniciarmos uma missão maior. Os preparativos e pesquisas já estão sendo feitos e vão levar cerca de quinze dias ate a finalização e  aprovação do marechal. Tire seus dias de folga, o restante de suas férias e retorne sem murmurar.

Jackie sorri ladino. _ Alto la mocinha! Seu pai ainda esta vivo para mandar nessa base!

— E a resmungona esta de volta... Irmã, você precisa de um namorado urgentemente, mas duvido que alguém tenha a coragem de namorar uma chata como você!_ Henry provoca e a irmã o encara com cinismo.

— Eu gostaria de ser uma mosca para ver o belo pé na bunda que você vai levar Henry Willians Evans!

    Henry arqueia a sobrancelha intrigado de como a irmã sabia que ele estava envolvido com uma garota. Então se lembrou de certo amigo ruivo, que provavelmente deu com a língua entre os dentes.

— Fala sério... _ Henry murmura vendo a irmã mais velha o dar as costas indo em direção a velha cozinha.

— Ela precisa de um namorado..._ Jackie concorda indo para a cozinha também.

  Henry alisa o rosto impaciente e nervoso, vendo a palma da mão se tingir de fuligem. Bufa e vai diretamente para o banheiro se agraciar de um bom banho após três dias exaustivos de missão, das quais vieram seguidas durante um mês exaustivo.

***

Avril se abaixa, ficando apoiada em cima dos calcanhares, ela abaixa a mira da Glock e avalia o caminho de sangue seco que se fez por todo cômodo gélido da câmara fria de um abatedouro, que mais em seu interior servia para comércios ilegais. Olhando fixamente para o homem de cabeça para baixo com a garganta degolada.

— Quantos dias?

— Talvez uns três. Preferiram o matar a deixa-lo vivo com as informações sobre o nosso carregamento._ Mathew comenta sério e Avril se coloca de pé, da um passo largo, pulando a mancha de sangue no chão para não manchar suas botas de couro italiano.

   O barulho do solado de seus saltos ecoava pela vastidão da câmera fria com diversos bovinos dependurados para corte. A arma sempre pronta para atirar se mantém firma na mão.

— Procurem! _ diz ríspida, com o olhar mais frio que o cômodo que liberava neblina.

Ela continua andando pelo local, saindo do frio extremo para o calor ambiente de uma noite fresca. Seus homens estavam por todos os lugares não havia maneiras da droga que procurava não ser descoberta se estivesse ali. E os corpos por todo abatedouro, que já eram fétidos, indicavam que houve um conflito de interesses naquele momento.

     Ela puxa a gola da blusa, subindo até o nariz e se abaixa para olhar o corpo de outro morto, contando mentalmente a quantidade de tiros deferidos contra eles. Ela olha para o do lado que agora tinha um numero menor, com isso, ela vai seguindo a pista de quem estava procurando, alguém havia fugido daquele lugar com o seu carregamento extraviado.

   Seguindo por corredores, notando que a quantidade de corpos diminuía e os tiros também, arqueou a sobrancelha até se encontrar em um completo escuro. Retirou o telefone do bolso, usando a lanterna e seguiu seu caminho, sabia que estava segura pelos passos logo atrás de si, por isso não se deteve em continuar até o final daquele corredor sem saída.

— Há algo por aqui! Achem os interruptores!_ uma ordem sua bastava para que um dos seus começasse a procurar. Ao acender as luzes, seus olhos levaram o tempo de algumas poucas piscadas para se acostumar com a claridade.

A montanha de caixas era suspeita, com um aceno de cabeça seus subordinados começaram a retirar as caixas, mais vieram e ajudaram, revelando a escada para o andar mais baixo. Dois homens armados seguiram pela escadaria, anunciando o achado que procuravam.

   Avril sorriu brevemente de canto, descendo os degraus encontrou o estacionamento escondido de caminhões de carga, um deles com as portas abertas e as caixas ainda não embarcadas no baú. A garota retirou o punhal de dentro da bota, cortando a fita e pegando um pacote maciço. Rasgou a embalagem e o pó escorreu até próximo dos seus pés.

— Aqui está ela... Terminem de embarcar e vamos sair daqui! _ Avril anuncia em alta voz para que todos escutassem.

    Ela volta a subir as escadas, e por curiosidade, rasga uma das caixas que faziam parte do amontoado que escondia a escada, notando a quantidade de isopor granulado, passou a mão em busca de algo. Sem encontrar e ainda receosa, virou a caixa despejando tudo ao chão, onde pentes de fuzil caíram no chão.

— De quem são essas belezuras?  Bom, não são nossas então não é da nossa conta!

Sai do abatedouro, e entrou em seu conversível. Ao começar a acelerar, uma moto conhecida passou a fazendo olhar de relance brevemente e ficar tensa no volante. Apertando as mãos involuntariamente contra o couro do volante e acelerar um pouco mais fazendo seus cabelos esvoaçar ao vento.

- Não... Não é ele! Henry não teria essa coragem... ele não viria atrás de mim depois de me deixar daquele jeito... não é ele..._ ela murmura._ mas cara de pau sim! _ ela rosna o vendo dar o balão e vir em sua direção, piscando o farol para Avril diminuir a velocidade. _ Que miserável sem vergonha!

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Boa leitura!

❤️

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