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Henry abriu a porta de uma dispensa de materiais de jardinagem e entrou. Soltou Avril no chão e barrou a porta quando ela foi em direção a mesma.

— Porque está fazendo isso? _ Avril rosnou batendo no peitoral de Henry.

— Você não tem esse direito! Não pode contar sobre mim a eles!

— Você não está mais lá! Então que problema tem? Aliás, eles precisam saber quem você é para tramar um novo plano descente!

— Não! Não podemos!

Avril ficou em silêncio alguns segundos e encarou Henry nos olhos

— Você mentiu de novo pra mim, não é? Você não saiu...

— É! Eu menti! E se você abrir a boca vai colocar todos eles em perigo!

— Quem é você Henry? O que você faz na S.A.?

— Eu sou o líder... Desde o dia em que Ellie morreu. _ Henry viu a abrupta mudança no olhar de Avril. Viu algo mortal cintilando nos olhos azuis quando ela deu um passo para trás. _ Era para ter sido herdado pela minha mãe, mas Ellie viu a rebeldia dela na juventude e acabou que isso foi parar nas minhas mãos. Você ainda não foi morta, porque eu sou o líder... E eu assumi completamente essa missão por você e sua família...

— Esse tempo todo...

— Conf..

— Não diga nem mais uma vez "Confie em mim! " _ Avril gritou histérica e apontou o dedo na cara de Henry. _ Essa é a última vez que isso vai soar na minha cabeça! A última! Eu posso confiar em você, mas fique longe de mim!

Ela empurrou Henry e abriu a porta da dispensa. Dentro da mansão ela pegou a mão de Jason e o arrastou para o quarto.

— Venha querido!

— Mãe, o que é um prostituto?

***

  Avril olhou para a dog tag em suas mãos. Seu olhar estava distante e inseguro.

   Sentia que quanto mais confiava em Henry, mais perigosos os segredos dele se tornavam para ela.

   O jantar ja havia sido servido, mas ela não sentiu fome, por isso ficou no quarto. Jason dormiu pesadamente após os dias brincando com suas duas amigas que haviam voltado para a Alemanha.

Fechou a mão apertando o objeto metálico com força.

  Batidas na porta a fizeram sair de seus pensamentos, guardou o objeto na gaveta do criado mudo e caminhou tranquila até a porta. Ao abrir, queria não ter o feito, ao ver Henry com um sorriso escancarado e um travesseiro de baixo do braço.

— Cedi meu quarto para Any e Jhon...

— Tem quartos suficientes para todos, Henry!

Henry sorriu forçadamente e Avril alisou o rosto. Ela ameaçou fechar a porta, mas o homem resistiu.

— Vamos lá... Não quero ficar no quarto do lado deles. Sabe, já tem umas semanas que eles não se vêem. E você sabe o que provavelmente vai acontecer...

— Tem quartos mais longe.

— Eu quero ficar no seu! _ Henry protestou.

Na penumbra do  longo corredor, Ashy passou em silêncio, empurrou Henry para dentro do quarto, o fazendo cair nos braços de Avril e desapareceu sem dizer nenhuma palavra.

— O que você...

— Eu juro que fui empurrado!

— Argh! _ Avril revirou os olhos. _ Eu ja te conheço o suficiente para saber que não vai me deixar dormir enquanto não aceitar...

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