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— Ashy! _ Henry sussurra escondido atrás do sofá.

A mulher o olha de solaio, vendo somente os olhos do homem a observando.

— Vai dormir garoto! Você viu as horas?

— Então o que a senhora está fazendo fora da cama? _ Henry provocou _ Você viu a Avril?

— Deve estar na sala do ambiente virtual... _ Ashy se jogou no sofá polindo as unhas.

— O quê? Vocês tem isso?

— Foi atualizado recentemente. Quando comentamos ela pareceu animada...

— Não consigo imaginar Avril jogando em realidade virtual.

— Porque não vê com seus próprios olhos. Fica no outro prédio. _ Ashy arqueia a sobrancelha. _ Ou melhor, vamos juntos. Quero ver como ela está se saindo.

— A quanto tempo vocês tem esse tipo de jogo? _ Henry questiona seguindo Ashy para o outro prédio.

Eles passam por um corredor totalmente de vidro, com um ambiente interno com suculentas, samambaias e o chão forrado de pedrinhas.  Ashy abre uma porta metálica enorme, revelando um cômodo muito espaçoso e Avril com os fones e óculos de realidade. Ela estava em cima de esteira dimensional, que se movia de acordo com a direção que a garota tomava. A sala estava em meia luz, e havia um telão a frente em uma parede branca, mostrando tudo que acontecia dentro do ambiente virtual.

— Marco comprou quando ela fez seis anos. Era mais seguro do que dar uma arma a ela. _ Ashy colocou as mãos dentro dos bolsos da calça de moletom. _ Ela completou todas as atualizações em tempo recorde.

— É só um jogo...

— Não! Pagamos um programador e um mercenário de guerra para fazer este jogo. Tudo nele é baseado no real! Tudo mesmo... É a tecnol mais avançada do mundo até agora. Eu comecei a treinar o Jason aqui, então mandei dar uma atualizada.  _ Ashy sorri ladino. _ Se acha que é tão fácil, por que não tenta também? _ aponta para uma esteira vazia.

  Henry olhou de solaio para Ashy que riu em provocação. Os olhos da mulher estavam focados na filha, que estava em posição de tiro. Ashy subiu seus olhos para o telão, a vendo dar dois tiros certeiros.

— Perfeito... _ sussurrou quase inaudível trocando o peso do corpo para a outra perna. _ Vai logo! Sabe, o tempo logado da Avril é de três dias consecutivos. Se você não durar pelo menos dez minutos... Bom, então é melhor não querer entrar para essa família!

Henry bufou e se aproximou da esteira, olhou de solaio para Avril que nem mesmo imaginava estar sendo observada. Henry subiu e colocou primeiramente os fones de ouvido.

  Ashy deu meia volta, indo em direção a cozinha onde encontrou o grupo ainda acordado.

— Querem ver algo interessante?

***

— Quanto tempo?_ Beatrice perguntou e Ashy olhou para o telão.

— Vai fazer exatos dez minutos.

Apollo estava escorado em um canto perto de Jackie e Marco observavam atentos.

    Dentro da realidade virtual, Henry estava alcançando a fase onde Avril se encontrava.

— Você tem certeza que esse jogo é real o suficiente para imitar com veracidade um confronto? _ Apollo questionou encarando Marco que sorriu ladino.

— Cada detalhe desse jogo foi pensado. Cada mercenário que eles tem que abater, cada galpão, arma, tiro... Até mesmo o vento conta la dentro!

Henry arfou ao conseguir alcançar Avril. As duas imagens dos óculos transmitidas no telão e de repente, Ashy aplumou o corpo ao notar um detalhe estranho comportamental de ambos jogadores.

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