QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)

PANORÂMICAS

Enquanto Alex e Benício se preparavam para sair do escritório que o policial dividia com Luciano. O sócio de Tubarão conversava com Raí tirando o dele da reta do climão gerado pelo lutador minutos atrás. Não queria de forma alguma ter seu nome envolvido naquela situação que ele mesmo havia criado.

- Foi mal meu chefe, o lance do pirralho tá se fazendo de difícil me deixou no grau. Fiquei cego, mas vou me policiar. Falando em policiar eu pensei que o Tubarão ia me dar maior esporro depois do tapa lá no cara, sorte que ele não viu.
- Mas é claro que ele viu, se eu vi, ele que é muito mais esperto, com certeza percebeu.
- Então tu acha que ele ainda vai brigar comigo hoje. Me dá uma força lá patrão, não tô podendo arrumar problema uma hora dessas.
- Pois deveria ter pensado antes, eu te avisei porra pra ir com calma.
- Pois também me avisou que o muleque estava na minha.
- Ah pronto, e o que tu tá querendo dizer com isso?
- Acho que o Tuba não vai gostar de saber disso também.

Nesse instante Luciano segurou Raí pela regata. A visão certamente causaria um desconforto em Benício, um tanto pela violência, mas muito pelos peitos enormes de Raí agora expostos e espremidos pelas alças que estavam presas nas mãos de Luciano.

- Calma meu chefe, não precisa se irritar assim não.
- Calma é o caralho, me dá um motivo pra não te chutar daqui agora.
- Te dou dois até meu patrão, o primeiro é que eu sou o funcionário mais antigo desse lugar e agrego valor aqui, sozinho tenho mais de cinquenta alunos e isso você não vai querer perder. Segundo que se me mandar embora vai ter que falar pro Tuba o porque e ele íntegro do jeito que é vai me procurar querendo saber a minha versão e eu vou contar tudo pra ele.
- Filho da puta.
- Não pega ar por nada Luciano, toda ação gera uma reação, só estou reagindo e mostrando meus dentes também pra você, se não estava interessado na diversão, não deveria ter descido pro Play. Eu não entendi a tua ainda nessa história, mas talvez o poderoso Tubarão Falconi possa me explicar.
- Pois vamos ver se o Tubarão vai me escutar ou dar ouvidos a um velho viralata como você.
- E num é que o cara pegou ar de verdade hein. É melhor pararmos por aqui meu irmão, porque está me deixando de sangue quente e nordestino com sangue quente é outro nível, é nível peixera. E fica ciente que vou cobrar no meu pagamento o preço de uma camisa nova, já deixou essa toda arregaçada.

Luciano o soltou, mas a sua real vontade era de pegar o supino que estava a sua frente e socar na cabeça de Raí até rachá-la por inteiro. Estava cada vez mais sem tempo, se sentia encurralado ao mesmo instante. Tinha o gosto de sangue na boca, isso porque mordia a própria língua enquanto ouvia as ameaças do funcionário.

Raí se encaminhou para outro lado da Fire, Luciano por sua vez tentou se recompor. Caminhava pelo salão da academia quando foi abordado por Thomaz e um outro cara que provavelmente estava iniciando os treinos na academia naquele dia. Nunca tinha visto o tipo por ali, mas o homem certamente tinha anos de treino em outros lugares.

- Fala Luciano, tem um minuto.
- Na verdade eu não tenho, não tô podendo nada por agora - Falou sem paciência alguma.
- Calma Lu, assim tu assusta os outros. - Thomaz falou cochichando tentando não ser percebido pelo homem ao seu lado.
- Desembucha logo Thomaz, o que Diabos você quer comigo?
- Sabia que tu ia me escutar, tu é o maioral Luciano. Quero te apresentar meu amigão aqui, ele está procurando uma oportunidade - Luciano interrompeu Thomaz antes que o funcionário concluísse.
- Pois não estamos contratando, muito pelo contrário, tô querendo é cortar umas cabeças já já.
- Calma meu velho, escuta antes porra.
- Não estou interessado em perder tempo Thomaz, e sei que é isso que está rolando aqui. Parabéns pelo shape irmão, trabalho responsa, mas a Fire não está precisando de novos funcionários.