SAUDADE

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Aquele último domingo de setembro amanheceu extremamente ensolarado, as flores faziam com que a paisagem da cidade fosse mais agradável aos olhos ofuscando o vazio apresentado pela imensidão de construções por toda a parte.

Benício e Allan dormiam completamente nus, ainda agarrados um ao outro no carpete presente no quarto do grandalhão. Estavam banhados de suor com o calor que fazia do lado de fora, mas o sono ainda os consumia, estavam exaustos, muito pelas fortes emoções da festa de Fatinha, mas também pela festinha particular que fizeram no quarto ainda naquela madrugada.

Subitamente os dois acordaram com uma forte luz solar invadindo o quarto. Eles nesse momento viram Fatinha abrindo as demais cortinas forçando para que os dois despertem o mais rápido possível.

- Qual foi Dona Fatinha, isso é jeito de acordar os outros? - Falou Allan um tanto rouco e extremamente impaciente.
- Pois trate os dois de se levantar e colocar uma roupa- Benício nesse momento se levanta num pulo procurando uma coberta, só percebeu ali que estava completamente nu e na frente da sogra- Calma menino, vai acabar se machucando, vejo pinto antes mesmo de você sonhar em existir, não se esqueça que criei três filhos homens- Benício não sabia onde enfiar a cara, estava perplexo de vergonha.

Allan por sua vez seguia se espreguiçando no chão tentando entender aquela atitude da mãe.

- Agora menino o que eu nunca vi foi uma bunda dessa, eu juro que pensei que você usava enchimento, não entenda isso como uma crítica por favor, ia até pedir o contato da loja que você compra suas roupas, mas tô vendo que tudo isso aí é original  de fábrica. Sabe depois dos sessenta nada fica lá em cima, só daquelas velhas que tem dinheiro, o que não é o meu caso- Fatinha falava isso apoiado num armarinho do quarto, fazia isso com a maior naturalidade do mundo.
- Mãe, cala a boca e saí desse quarto agora, o roceiro vai ter uma convulsão de tanta vergonha que tá sentindo das merdas que tu tá falando.
- Pois não deveria, estou o elogiando, agora eu entendo muita coisa, que bunda linda, toda lisinha...
- Chega mãe, mete o pé, você hoje acordou com uma vitrola porra, mete o pé agora diabo- Allan se levantou e expulsou Fatinha do quarto, bateu com a porta na cara da mulher a deixando revoltada.
- Allan Falconi, você me respeita e pare de falar nome ruim assim, agora vocês tratem de se arrumar em cinco minutos, seu irmão e o Marco estão nos esperando para o café da manhã. Benzinho por favor apresse esse traste e novamente parabéns querido.

Benício seguia chocado com a cena daquela manhã. Allan o encarava com um riso de deboche, passou a chave na porta e caminhou na direção do rapaz com o pênis se movimentando de maneira pendular.

- Liga não roceiro, essa velha tá ficando gagá. Agora vem cá, vamos namorar um pouquinho vamos.

Allan foi ao encontro de Benício o enchendo de beijo, mas foi repreendido pelo rapaz com diversos tapas.

- Seu imbecil, como você me deixa a porta aberta assim, eu tô morto de vergonha porra. Tua mãe, viu, viu, viu...
- Vai virar gago agora porra, viu a gente pelado. Relaxa que a velha tá acostumada.
- Vá se fuder Allan, não fala mais comigo hoje seu estúpido, já pensou se ela vem acompanhada do seu irmão e do seu cunhado.
- Aí você realizaria o teu sonho de moleque com o Adriano de uma vez por todas.

Benício preferiu não responder Allan dessa vez, voltou a sequência de golpes contra o brutamontes que recebia diversas das porradas por não conseguir conter o riso. Acabou por derrubar Ben na cama e forçar um longo beijo com o namorado, o que gerou uma volumosa ereção no seu membro.

- Saí Allan, sai de cima de mim agora.
- Olha como eu tô roceiro, vamos resolver essa parada rapidinho.
- Esse vai ser seu castigo hoje, seu otário. Vá tomar um banho gelado que isso resolve o seu probleminha aí.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora