CALADA DA NOITE

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Meu nome é Alex Falconi, também conhecido como o todo poderoso Tubarão Falconi, tenho trinta e oito anos, casado (quase divorciado), pai, graduado em educação física, concursado na polícia militar, empresário de uma futura rede de academias e sim, nessa madrugada eu beijei um homem.

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Durante todo aquele dia, o único pensamento que vinha na cabeça de Alex era o da loucura que havia cometido naquela madrugada.

O fato de não ter respeitado o quarto de seu próprio filho o consumia. Julinho poderia ter tomado um susto ao ver o pai completamente pelado sobre o corpo do seu tio Ben, por sorte isso acabou não acontecendo, o menino estava virado para o canto da parede e dormia um sono profundo, assim como o babá que solfejava um ronco pesado.

Naquela madrugada o policial acabou acordando inúmeras vezes, após o sexo com Débora, caiu no sono e só foi acordar tempos depois com a loira já dormindo também na mesma cama. Ele tentou voltar a dormir seguidas vezes, mas seus cochilos eram sempre interrompidos com a imagem de Benício.

Decidiu que precisava de um copo de água, foi até a cozinha sem roupa, não se importando com a possibilidade do babá aparecer ali do nada, como tantas vezes aconteceu no tempo que o rapaz morava ali. Queria mais era que Benício o visse daquele jeito, visse o estado em que o estava deixando.

Mas o babá não apareceu. Talvez nem tivesse ido pra casa, a proposta de Allan talvez tenha sido muito tentadora e o rapaz tenha ficado para experimentar o tal whey.

Sentou numa cadeira e curvou a cabeça até a mesa, ficou ali por algum tempo, se autoflagelando, com o mesmo papo do pai que morreria ao saber dos seus sentimentos por outro homem, e toda aquela ladainha. Mas não conseguia se sentir mais mal por isso, algo que ainda pesava era o fato de estar desejando o namorado do seu irmão, mas talvez isso fosse fácil de resolver. A decisão estava nas mãos do próprio babá e algo lhe dizia que ele tinha uma certa vantagem no coração de Benício.

Sentiu o pau ganhar o seu real contorno, quando percebeu que Benício talvez também o amasse, que assim como ele poderia estar fugindo daquele sentimento. Aquele brilho nos olhos do babá diziam tudo, era amor.

E ele? Pensou o policial na cozinha. Será que ele estava amando Benício? Nunca havia tratado aquele sentimento eufórico como amor, mas sabia que era algo forte, que iria além do sexo, iria além da sua própria razão.

E quando começou aquilo tudo?
Alex continuou num joguinho de perguntas e respostas tentando justificar ou não os seus sentimentos. Sorriu ao olhar para a porta da geladeira, se existe um sentimento a primeira vista, ele foi vítima disso logo quando conheceu Benício.

O seu coração disparou ao ver o rapaz que antes assaltava sua geladeira cair desmaiado nos seus braços. Ele era lindo, frágil, indefeso. Era o ladrão mais bonito que ele já havia visto, e olha que de ladrão o policial conhecia. Benício era dono de belos lábios, e de um corpo esculpido por um artista dos mais detalhistas. Benício tinha tudo no lugar e Alex sabia que aquilo tinha pouca contribuição da academia.

Descobriu em seguida que o rapaz não era um ladrão e sim o futuro babá do seu filho, um anjo que conquistou todos a sua volta imediatamente, mas um verdadeiro ladrão, que o deixou desarmado levando sua principal arma, o seu próprio coração.

Ele deveria ter tirado o rapaz da sua casa no dia seguinte, mas já era tarde demais, Benício tornou-se dono do seu coração, da sua casa, da sua família, da sua própria vida. Era um frango que cantava mais alto que o galo da casa, e Alex não se importava mais com isso, gostava de ser cuidado pelo rapaz.

O policial escutou um barulho vindo do lado de fora, abriu a janela e viu que ventava forte naquela região. Sentiu o seu corpo inteiro se arrepiar, com a brisa que entrou por ali, percebeu que seu corpo estava quente, estava pesado.

Caminhou até a região onde dormia Julinho e Benício, sim, o babá havia voltado pra casa e dormia profundamente, assim como o filho. Menos um ponto pra ele e seu julgamento errado do rapaz.

Alex saiu do quarto e se dirigiu até o banheiro, pensou numa loucura, mas a abafou, tentou urinar, mas a urina não encontrava passagem, o homem tinha o pênis duro feito uma pedra.

Ficou por ali por mais cinco minutos entre tentativas e frustrações, até que saiu do banheiro e em passos curtos começou a colocar em prática aquele sentimento perturbador que o perseguia.

Abriu a porta do quarto dos meninos, identificou Julinho dormindo pesado e Benício aparentemente muito cansado roncando. Sentou próximo a cama do babá, e com o dedo indicador passou a percorrer os lábios do rapaz, fez isso por um certo tempo, até que recolheu o dedo e pôs na sua própria boca.

Ele tinha perdido completamente o juízo, mesmo após tudo aquilo ele queria mais de Benício, do seu Ben, não se importava com o fato do rapaz estar completamente indefeso e refém da sua vontade. Com a mesma mão que contornou os lábios do babá e seus próprios lábios, punhetou seu próprio pau, fez isso com força, liberando um líquido pré gozo logo após o primeiro contato. Desejou colocar a mão novamente na boca do rapaz, agora com o seu gosto, o seu cheiro, mas não teve coragem.

Decidiu que já havia feito loucura demais naquela noite, mas a sua consciência pedia mais. E foi a respeitando que o brutamontes tomou a iniciativa mais louca da sua vida.

Sim, ele se deitou primeiramente ao lado do babá, em seguida foi colocando o seu corpo, pouco a pouco sobre Benício, ele não teve muito tempo para pensar, logo em seguida veio um beijo, um beijo estúpido, forte, todo ele de uma única vez, sem tempo para reflexão, culpas ou medos.

O beijou talvez, por dez, vinte no máximo trinta segundos, mas para Alex foi pra sempre, pelo infinito. Foi um divisor de águas, uma linha que dividiu a sua vida e quebrou todos os seus conceitos, preconceitos, achismos e melindres.

Beijou outro homem sim, e não morreu por isso, nem ele, nem o sentimento que nutria pelo rapaz. E o pior de tudo, ou melhor, talvez. Ele queria mais, e sabia que procuraria mais.

Como um verdadeiro embriagado Alex saiu às pressas daquele quarto, retornou aos seus aposentos e dormiu, dormiu de verdade. Com uma única certeza.

A de que agora fudeu tudo de uma vez.

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Fala galera linda, olha eu aqui.
Tô muito feliz e surpreso, são quase seis meses de trabalho e essa semana me surpreendi com as mais de onze mil visualizações no livro, vocês são demais, e por vocês vou levar essa história até o fim.

Se segurem que o próximo capítulo vai ser pauleira.

Ah... E não esqueçam de curtir e principalmente comentar, pra min por incrível que pareça os comentários são muito mais especiais que as estrelinhas.

Mas se quiser pode fazer uma revisão também e dar o seu voto no capítulo que esqueceu.

Grande beijoooooo

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora