Ele havia acordado do coma, Patrick acabou descobrindo isso ao adentrar o quarto do seu paciente especial. Sentiu uma enorme alegria ao notar que todo o seu esforço tinha válido a pena, agora era a hora de comemorar aquela felicidade, não era todo dia que uma história improvável como aquela acontecia, mas ainda assim um certo desapontamento surgiu em sua expressão, isso por não ter visto aquilo de perto, acontecendo frente aos seus olhos.
Encontrou ali junto a Alex, dona Fatinha e Benício. O rapaz era um intruso naquele quarto e por certo foi levado pela mãe do policial após perceber que Alex tinha recobrado a consciência.
- Com licença, o que é mesmo que está acontecendo aqui? Vejo que o nosso amigo acordou, com licença agora que eu preciso examiná-lo. Me dêem espaço por favor- Patrick falou tentando se fazer notado.
- Sim doutor, ele despertou, eu não tinha dúvidas disso, eu falei que ele ia acordar? - Fatinha muito emocionada contava a vitória para o médico.
- Sim pelo que estou vendo ele acordou, mas ainda vamos precisar examiná-lo, ainda existem muitos riscos que precisamos avaliar e ter todo o tipo de cautela.
- Tudo bem, faça o seu trabalho.
- A propósito, o que esse rapaz faz aqui? Que papelão da senhora dona Fatinha, traiu minha confiança. Quando disse que não era para ninguém entrar aqui, era ninguém mesmo. Eu preciso que ele saia daqui agora, por favor.
- Mas nem pensar doutor, o lugar do Benício é aqui, eu sinto muito se o senhor vai ficar desapontado comigo, mas faria tudo de novo. Foi o Ben que o acordou doutor, o Ben o chamou de volta e ele veio.
- O moço tá certo mãe- Tubarão disse isso fazendo com que os olhos de Patrick brilhassem ao escutar a sua voz- ao mesmo tempo está muito errado. O Ben não é o ninguém, o Ben é tudo, é a razão de tudo.Dessa vez foram os olhos de Benício que brilharam enquanto Patrick demonstrava um certo desapontamento com o que o policial disse.
O médico olhou Benício de cima abaixo assimilando aquela nova informação. Ben acabou por sequer perceber o clima que se instalou, estava feliz demais com o que estava acontecendo.
- Não vou tirar o mérito desse rapaz, mas isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde com qualquer pessoa aqui. Esse cara aqui, você mesmo senhor Alex é um verdadeiro guerreiro.
- Aí doutor, o senhor é um médico né? - Falou confuso- Me perdoa a pergunta, mas não sei o que está acontecendo aqui, nem o porquê de tudo isso em cima de mim- Falou apontando para a parafernália de equipamentos sobre ele- Mas termina logo com isso, quero voltar pra casa e devorar o restinho da ceia de natal.Ben e Fatinha riram da euforia do policial, Patrick encarou a fala do policial com bom humor, mas frustrou todos os planos de Tubarão em ir para casa.
Tubarão descobriu em seguida que estava internado há três dias, ficou chocado também ao saber de sua falsa morte e da acusação que Benício estava movendo contra Débora. Aquelas informações foram muito conflituosas, todas elas. Ele não daria nem meia hora desde o momento que saiu de casa na madrugada de natal e o momento que acordou naquela cama de hospital.
Quantas coisas haviam acontecido em tão pouco tempo e ele havia perdido. Tanta coisa havia acontecido com ele mesmo.
A notícia de que ele havia saído do coma correu rapidamente ao longo do dia, e diversas mensagens emocionadas chegaram desejando melhoras e sucesso.
O policial ficou constrangido ao saber pela família que Patrick não mediu esforços para salvá-lo da morte, mesmo ele tendo três paradas cardíacas num espaço de doze horas. Patrick por certo teria sua gratidão pelo resto da nova vida que ele havia sido recebido de presente.
Ele pode experimentar a morte de perto, sentiu um frio na espinha ao perceber que tudo esteve por um fio, ele não tinha o controle de nada, seus projetos, sonhos, anseios e desejos foram afundados num navio, ele teve a oportunidade de submergir e ver tudo se esvaindo e se perdendo, e agora estava ali, graças a intervenção de uma outra pessoa. Que sequer o conhecia, mas o puxou de volta a areia da praia e o salvou. Aquela experiência com absoluta certeza lhe faria mais grato as pessoas que estão a sua volta, numa sociedade cada vez mais individualista ele agora reconhecia que dependia e muito dos seus próximos.
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QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...