NÍVEIS

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Alex acordou no meio daquela madrugada de sábado com a sensação de estar sendo sufocado. A ideia de dormir com o rosto apoiado na bunda de Benício acabou se tornando um tentativa potencialmente suicida. Ben de alguns tempos pra cá, parecia que dormia sobre eletricidade, se remexia mais que qualquer coisa, o policial vez ou outra tinha que prender o rapaz nós braços para conseguir dormir também. Mas naquela noite, foi dele a ideia de usar o traseiro do rapaz como seu travesseiro. Só não contava que o rapaz fosse mudar de posição de forma tão drástica, nem que tivesse tanta dificuldade de se livrar daquilo que em outros momentos poderia ser considerado puro deleite, mas que daquela forma demonstrava ser uma cena de asfixia.

Alex tentou de várias formas mudar o rapaz de posição, mas foi necessário três tapas fortes na bunda de Benício para que ele acordasse.

Ben pulou da cama assustado, fez isso feito um gato, enquanto Alex tentava recuperar o ar xingando a bunda agressiva do rapaz. A cena de Alex completamente nu respirando pesado que poderia ser considerada excitante para Benício, foi motivo de sua revolta. Detestava ser acordado de forma brusca, tremia mais do que tudo naquele momento sem entender o porquê.

Alex começou a rir refletindo no ocorrido, mas Benício não via graça, pegou o travesseiro e foi se deitar no chão.

- Por que você tá fazendo isso? Que palhaçada e essa Benício? Sai já desse chão frio.
- Cala sua boca e me deixa em paz. Não quero papo com você.
- E por que essa palhaçada agora?
- Você tá cansado de saber que odeio ser acordado com brutalidade. Acho que minha pressão até subiu- Ben falava isso indignado.

Aquela discussão entre os dois não era novidade, naquele pouco tempo de relacionamento, Ben e Alex já conseguiam experimentar situações corriqueiras da vida conjugal. Eram momentos de intenso carinho, conversas e também discussões por coisas medíocres. Mas o ocorrido na madrugada fez com que Benício de fato tivesse ficado muito revoltado. Isso porque no momento de sono tudo para ele se intensificava.

Ben acordou horas depois na cama de Alex, aparentemente o policial só o esperou pegar no sono para colocá-lo de volta ao lugar. Mas Alex não estava ali. Ben olhou o relógio e pode entender o que tinha acontecido, o policial já havia saído em direção ao aeroporto em busca de Julinho, entendeu também que por conta de toda a situação da madrugada resolveu não acordá-lo novamente para ir junto. Com o estresse que Benício demonstrou no último contato realmente aquela decisão acabou sendo um acerto.

Ben se levantou e se direcionou até o banheiro do quarto. Ali ligou a torneira da banheira e colocou uma quantidade exagerada de sais de banho. Entrou espuma a dentro, sentindo a água cobrir seu corpo.

Aquela sensação era maravilhosa demais. Se sentia extremamente privilegiado com o fato de poder viver uma experiência assim. Para o seu total prazer só faltava Alex ali, como nas últimas tantas noites, o massageando, o abraçando, o beijando, o prendendo em seu próprio corpo, o fudendo. Transar dentro da banheira havia sido uma experiência e tanto para Benício, isso porque diferente do sexo na piscina, a presença da espuma fazia com que seus corpos escorregassem com mais facilidade um pelo outro, gerando atritos deliciosos.

O banho acabou não demorando muito, Ben logo correu para a cozinha. O objetivo era um super café em tempo recorde, o rei da casa estava pra chegar, e Benício não conseguia conter a ansiedade de reencontrar o garoto. Em parte pela saudade que estava de Julinho, mas também pelo receio de apresentar ao garoto a sua nova condição com Alex. Quanto a segunda parte ele sequer sabia se o policial de fato ia entrar no assunto, ou deixaria tudo como antes, fingindo apenas uma admiração mútua entre os dois.

Mas bastou o garoto entrar porta a dentro aos berros pra Ben perceber que Alex estava disposto a ir longe com tudo aquilo.

- Tio Ben, que saudade de você.
- Eu também estou cheio de saudade de você meu garotinho, agora me diz o que houve contigo? Tomou um chá de crescimento? Olha como você cresceu.
- Foi a mesma coisa que falei com a Barbara, pedi pra devolver meu filho de volta, que esse cara enorme aí não pode ser o Julinho.
- É claro que eu sou eu.
- Eu sei que você é você seu manezinho, mas em menos de um mês você cresceu demais.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora