DESCOBERTAS

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Fredelicia foi o apelido que Pedro, melhor amigo de Benício, deu a Fred ainda no ensino médio quando Ben decidiu desabafar e confiar ao rapaz o seu maior segredo. Ben também lhe contou sobre as aparições do seu cunhado de cueca e toalha em sua frente.

Pedro é o tipo de amigo que as pessoas precisam ter para dar boas gargalhadas, mas que não se deve seguir nenhum tipo de conselho.

Quando Berê deu a luz a Rosa e só podia ter mulheres como acompanhantes para dormir no hospital, ele insistiu que aquela era a grande chance de Ben com Fred, que o rapaz deveria colocar sonífero na comida do cunhado para que ele dormisse e Ben pudesse fazer o que quisesse com o homem.

Obviamente que Benício não seguiu o conselho, como nenhum dos seus tantos outros.

Quando Rosa chegou Fred e Benício estiveram muito mais próximos, entendendo as dificuldades de Berê, Ben assumiu todas as funções dentro de casa, antes de sair para o trabalho deixava o almoço pronto, quando retornava arrumava toda a casa, lavava e passava e deixava pronto o jantar antes de Fred chegar.

Ele sabia que Ben estava se doando ao máximo para ajudá-los e por muitas vezes dizia estar constrangido sem ter como recompensar o cunhado por aquilo que estava fazendo, que o dinheiro que recebia não dava para comprar um bom presente, mas que faria isso um dia.

Ben por sua vez dizia com muita sinceridade que para ele isso era bobagem, que o que estava fazendo era bem menor do que eles haviam feito por ele mesmo, o que de fato não era uma mentira.

Na verdade Ben gostaria de acreditar que era exatamente esse sentimento de gratidão que o movia, mas sabia que estava fazendo tudo aquilo, também porque gostava de cuidar dele, cuidar das suas roupas, da sua alimentação, de dar a sua atenção exclusiva enquanto Fred jantava contando o dia de trabalho, de ter o cunhado só pra ele, mas como sempre, logo surgia o peso na consciência.

Berê não demorou muito a voltar a ativa, e Ben pôde descansar um pouco daqueles primeiros meses de Rosa.

- Pensa Benício, você não pode ter dito o que acha que falou. Pensa...

Benício ficou tentando extrair de seus neurônios aquela informação, não seria possível tamanha idiotice.

- Fredelícia, eu com certeza disse, agora será que ele escutou? Eu sempre me preservei tanto para que ele não soubesse disso e eu dei um mole desses.

O rapaz sequer se preocupava com as broncas de Vicente, queria mesmo bater a cabeça na parede para se castigar por tamanho vacilo.

O que Benício não desconfiava é que aquele vacilo na parte da manhã não tinha sido o seu primeiro vacilo tão próximo do cunhado.

Há cerca de um ano Fred teve a dolorosa revelação, e desde então passou a tratar Benício com maior restrição possível, os dos fatores aos quais fez com que as tais calças de moletom surgissem em seu vestuário noturno.

Tudo aconteceu num dia quente e seco do verão passado. Fred foi liberado uma hora antes do trabalho, e acabou por aproveitar que ainda não era o tradicional horário de rush, acelerou um pouco mais do que podia, o que Berê sua esposa jamais poderia saber, devido ao seus traumas relacionados a acidentes de trânsito. Mas tudo ocorreu bem, e lá estava ele em casa, bem mais cedo que o horário tradicional.

A surpresa que ele preparou para a família infelizmente não veio, Berê e Rosa por algum motivo não estavam em casa. Ele então deixou suas habituais pastas no sofá, e seguiu em direção ao quarto do casal, lá ele percebeu que realmente as meninas não estavam em casa, pegou uma toalha, abriu a gaveta das cuecas, só encontrou a branca cavada. Berê como de costume possivelmente esqueceu de colocar as roupas para lavar, como chegou mais cedo ele mesmo decidiu que faria isso. Mas antes tomaria um banho, pois não era de ferro.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora