Benício e Alex tiveram cerca de cinco segundos para tentar entender o que estava acontecendo com eles, e em seguida se livrar daquela situação embaraçosa criada. Abriram os olhos e se entreolharam assustados, estavam perdidos, ou estavam se achando, sei lá.
Tubarão tentou sair daquele abraço, mas Ben o impediu, uma ideia lhe surgiu do nada, o policial o olhou assustado, o que Ben queria com aquilo? Os dois precisariam criar alguma justificativa bem plausível para convencer Berê do que de fato era aquilo tudo.
- Espera porra, eu tô quase tirando- Ben falou isso quase enfiando o dedo no olho de Tubarão.
- Aí porra, o que é isso? Você vai arrancar meu olho fora- Falou Tubarão assustado.Ben deu um puxão nos cílios do policial, se arrependeu em seguida ao perceber que tinha exagerado quando viu alguns fios abandonados em seu dedo indicador.
- Pronto, vê se saiu! Vê se está enxergando melhor.
- Caralho, com metade do meu olho na sua mão, como você acha que estou?
- Ingrato, sempre ingrato. O que foi Berê? - somente nesse momento, Ben e Alex se voltaram para encarar Berenice, o babá estava confiante que sua atuação lhe renderia um Óscar. Mas acabou se sentindo encurralado ao perceber que Berê não era a única ali, na verdade ele tinha a sua frente uma platéia digna de sua atuação.Ao lado da irmã, Benício viu Fatinha, o pequeno Julinho abraçado a avó dando risada da cena e mais ao fundo Tereza e o noivo Thomaz tentando acompanhar o que acontecia na ponta dos pés.
Tubarão ao perceber a situação sentiu o estômago se revirar por completo. Benício ficou desesperado aguardando alguma intervenção do policial, mas foi em vão, o homem havia perdido a língua
- Nossa, quanta gente linda, vocês vão ficar aí na porta? Entra pessoal, tô morrendo não- Ben respirou fundo e tentou contornar mais uma vez o climão.
- Benzinho a sua irmã é um quindim assim como você, que menina linda, como vocês foram bem criados- Fatinha resolveu intervir, o que acabou aliviando a tensão no ambiente.
- Olha você que é uma fofa, Ben sua sogra é uma figura, agora estou até mais aliviada em voltar para casa, vejo que está muito bem acompanhado. Uma sogra linda dessas, um namorado tão carismático como o Allan e um patrão tão cuidadoso assim, nossa mano, você acertou na loteria. Sem contar nessa ruivinha aqui, que menina educada a Dolores é, contou um monte de situação engraçada que vocês já viveram na faculdade.
- Tereza, o nome dela é Tereza- Ben se dirigiu a irmã querendo a fuzilar pelo constrangimento.
- Ah, eu sabia que era um nome de vovó, não sou obrigada a decorar- Berê falou pelos dentes com o objetivo de que apenas Ben escutasse, o que não deu muito certo. Acabou dando um abraço apertado no irmão para disfarçar- Aí que saudade de você- Falou em seguida em tom audível.Tereza e Thomaz se aproximaram do leito de Benício, o cumprimentaram e fizeram questionamentos sobre o acidente. Já Julinho subiu na cama junto ao babá e ficou agarrado com ele contando detalhes de suas muitas aventuras no hospital.
Fatinha por sua vez foi ao encontro de Tubarão, o filho do meio agora estava debruçado no parapeito do prédio.
- Mas um pouco e você cai meu filho, não quero mais nenhum susto hoje, por favor. E mude essa cara querido, tá dando maior pinta.
- Do que você está falando mãe, que cara?
- Cara de quem tá com os ovos fritando, espero que não seja ingênuo e entenda a referência de que ovos estou falando.
- Não viaja, tô de boa, só um pouco cansado, não durmo desde ontem. E ainda tenho que me preocupar com a bagunça que está minha casa, os bombeiros interditaram, nem sei o que vou fazer quanto a isso.
- Aí Tubarão, você pode se fazer de esperto pra meio mundo, não pra sua mãe. Não tente fugir do assunto que é muito mais sério falando da sua casa, sabe muito bem que minha casa comporta tanto você, como o Julinho é o Benício. Agora sem rodeios, o que você vai fazer da sua vida?
- Em que sentido? Não estou te entendendo. Tubarão voltou o rosto para o lado de fora do prédio, estava muito envergonhado. Se sentia um menino acuado, recém descoberto e pronto para levar uma surra da mãe.
- Você vai querer mesmo perder tempo fugindo meu filho? Você que sabe, mas não vai se ver livre de mim, mais cedo ou mais tarde vou te colocar contra a parede e de lá você não vai sair até agir feito um homem. Porque isso que você está fazendo aqui agora não é o papel do homem que eu criei. Assuma os seus sentimentos, os coloque sobre a mesa o quanto antes, não quero ver o Benzinho nem o seu irmão sofrendo nessa história.
- Eu não sei do que você está falando.
- Isso não me importa, eu sei o que eu vejo. Sei que esse rapaz mexeu com a sua cabeça, sei disso há tempos- Fatinha falou estalando os dedos- E sabe mais o que sei? Sei que ele mexeu também com o seu coração, e que você está perdidamente apaixonado por ele.
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QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...