Fatinha acordou naquele dia super disposta, amava ver a casa cheia de gente e esse era um daqueles dias.
Preparou uma mesa farta para a família, porque sim, considerava Berê parte dela, mesmo conhecendo a irmã do genro há tão pouco tempo.
Não demorou nem cinco minutos até que todos estivessem ali, sentados a mesa, após um grito estrondoso.
Ben tinha ao seu lado um Allan inquieto e uma irmã conversadora, a sua frente um Alex pensativo, e Julinho faminto.
- Berê minha filha, você não pode ficar mais um pouquinho?
- Eu bem que queria, mas com a correria deixei minha filha com o pai, e você sabe como é homem com criança né. O único que salva é o Benício, o pessoinha pra ter jeito com esses pimentinhas. Tá rindo Julinho? Vocês são terríveis, só tendo muita paciência pra não devolver vocês pra cegonha.
- Cegonha, eu não acredito nas cegonhas desde que tinha cinco anos - O menino estendeu a mão com todos os dedinhos a mostra.
- Ah é? E quantos anos o senhor tem agora?
- Seis - Falou com a voz estridente gerando uma risadaria em todos a mesa.
- Você é um fofo, vai adorar conhecer minha filha, a Rosa, ela tem a sua idade sabia? - Berê continuava seu diálogo com Julinho.
- Ah propósito Berê, você está convocada a voltar e trazer o restante da sua família, quero muito conhecer sua família, deve ser linda como a mãe e o tio- Falou Fatinha
- Linda apenas como a mãe, porque de beleza esse aí não tem nada, só a bunda mesmo, o que eu também herdei, obviamente que junto de todas as celulites.
- Como você é boba Berê, mas devo te confessar que já vi a bundinha do seu irmão e as celulites passaram longe dali mesmo - Prosseguiu Fatinha dando ideia as conversas de Berê.
- Não estou dizendo? Depois que você saiu de casa anda muito saidinho em Benício? Anda deixando o seu tesouro exposto em toda parte.
- Já chega Berê, isso não é papo para agora, nem muito menos quando se tem uma criança na mesa - Ben cortou a conversa das duas de uma vez só.Tubarão por sua vez acompanhava aquelas revelações com um semblante indecifrável.
- Gente, estamos falando de bunda. O que é bunda? Apenas uma bunda, uma parte do nosso corpo humano. Qual o problema nisso? Bobeira. Só fiquei curiosa com seus novos hábitos. Porque eu já ter visto beleza, limpei muito essa bunda suja, o Allan ter visto também, até porque - Berê fez silêncio vendo o semblante sério do irmão- Agora a Fatinha ter visto, já é exposição demais irmão, daqui a pouco não vou me surpreender se até o Tubarão já tiver visto. Não é Tubarão?
Tubarão engasgou cuspindo metade do café e pão embolados na boca. Forçou mais tempo do que o necessário as tosses para fugir do constrangimento criado pela incoveniente irmã do babá.
Se sentiu aliviado ao ouvir a campainha da casa tocando, levantou da cadeira as pressas, precisava agradecer a pessoa que estava o livrando de toda aquela vergonha.
Abriu a porta e se surpreendeu com a pessoa a sua frente.
- Luciano, você por aqui?
- Fala Tubarão. Passei na sua casa, mas parece que está interditada, pensei em te ligar pra saber em que hotel estava, mas depois me liguei na besteira que ia fazer. Era óbvio que você estaria aqui.
- Entendi, entra aí cara, toma café conosco. Mas me fala, algum problema na Fire?
- Não irmãozinho, só vim mesmo saber como estavam as coisas. Bom dia a todos - Luciano chegou surpreendendo a todos a mesa, não era bem visto por ninguém ali, exceto por Berê que não o conhecia e foi a única que lhe respondeu com empolgação - E aí Benício como está? Que susto não é mesmo? Lhe trouxe esse presentinho, espero que seja o seu número - Luciano foi a direção de Benício lhe cumprimentou com um falso aperto de mãos e lhe entregou um embrulho com um chinelo.Ben o olhou com desprezo, aquela atitude deveria lhe causar espanto, mas ele sabia que a ação de Luciano não vinha acompanhada de boas intenções. Aceitou o embrulho fazendo figa.
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QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...