Na parte da tarde daquele dia Allan acabou realizando um sonho de Benício, surgiu com dois ingressos para uma partida de futebol no Maracanã, para Benício nem tudo era perfeito, tratava-se de um jogo do Flamengo e ele era tricolor.
- Nem me espanta você torcer pro florzinha dos tapetões.
- Não começa que eu nem gosto desse tipo de briguinha por time de futebol, e se for para fazer comentário homofóbico não se esqueça o que fizemos durante as últimas horas na minha casa.
- Ih, Relaxa roceiro, só queria botar pilha dizendo que era cheio de frescura, tenho essa de homofobia também não, se derem mole eu como na torcida do Flamengo, Vasco, Botafogo, na sua e até do América.
- Eu pensei que era maior- Falou não prestando atenção não bobagens do amigo.
- E é maior, somos a maior torcida do mundo- Defendeu a torcida do Flamengo feito um pavão.
- Não estou falando da torcida porra, falei do Estádio.
- Ah sim, eu também achei isso a primeira vez que vim quando muleque ainda. Depois você vai se adaptando, eu acho muito maneiro.
- Eu tenho certeza que sim, quanto a torcer para o Fluminense, isso é muito forte no interior. Toda a minha família é tricolor, e tenho maior orgulho disso, mas não tenho problema em ter amigos de outras torcidas, também não tenho essa crise toda com o Flamengo não.
- Entendi, minha mãe vai curtir mais ainda você depois disso, a velha também torce pro Fluminense. Lá em casa cada um torce pra um time, o Adriano meu mano mais velho saiu Botafoguense como meu pai, o Tubarão vascaíno por influência de um tio nosso, o mesmo que deu o apelido pra ele, e eu Flamenguista porque sou um homem de bom gosto, e nasci para ser grande.
- Entendi agora porque o seu irmão é tão mala as vezes, sempre tive problema de me relacionar bem com vascaínos, são uns babacas- Allan acabou rindo.
- Essa porra agora é horóscopo? Tá igual uns malucos na minha turma da faculdade dizendo que não se dão bem com capricorniano, ou libriano. Acho essa porra viagem e quanto ao Tubarão a convivência com ele é insuportável pra todo mundo, nada haver com time, eu não sei como você está sobrevivendo naquela casa.
- Talvez porque eu tente extrair o melhor das pessoas- Ben falou isso pensando em todas as coisas boas que já observou no chefe. Acabou não percebendo o início do jogo, com um gol relâmpago do Flamengo, só foi se ligar quando foi levado pela torcida na comemoração- Pooooorra- Gritou- estão me vendo aqui não?
- Gol roceiro, gol!!!
- Eu já percebi Allan, quase que esse bando de búfalo me esmagou.Allan riu da cara do rapaz enquanto cantava um dos hinos do time. O jogo acabou por ser uma goleada do time de Allan.
- Roceiro, que pé quente o seu hein, vou te trazer direto comigo agora. Se cada jogo for uma vitória dessas esse brasileiro é nosso.
- Pois não conte comigo mesmo, quase fiquei sem dentes xingando um cara que jogou água em mim.Logo após o jogo Allan recebeu uma mensagem da mãe pedindo para que ele fosse em casa, preocupado em ser algo relacionado a saúde ele saiu sem pensar duas vezes. Ben acabou por sentir a falta do amigo, teria que dormir sozinho e isso o incomodava bastante, um pouco pelo fato dele estae se acostumando com a companhia do amigo, outro tanto porque detestava a solidão daquele quartinho.
Resolveu fazer hora ligando para Berê, a irmã havia sumido nos últimos dias e com a carga de trabalho que tinha na casa dos Falconi acabou por não entrar em contato também. Iria enfim contar da viagem a praia, da transa com Allan e dos acontecimentos seguintes.
Mas não conseguiu sequer começar a falar. Foi atendido por uma Berê em prantos, Fred havia passado o dia fora de casa, após prometer levar a filha para caminhar no centro da cidade.
- Berê, deve ter sido algo no trabalho, ele vai explicar fica tranquila, o Fred não é nenhum irresponsável.
- O Fred que eu estou conhecendo nesse lugar é sim Ben, ele vai chegar aqui e vai entrar no quarto deitar e dormir, sem nos cumprimentar ou nos dar respostas. Eu não sei mais o que fazer. Fala você com ele irmão, talvez você consiga entender o que passa na cabeça desse homem.
- Berê você tem certeza que não fez nada que o deixou irritado.
- Eu não sei Ben, foi algo que surgiu desde a mudança é só foi crescendo, ele sempre soube que eu era uma desgraça na cozinha, atrapalhada com a Rosa, mas nunca me tratou indiferente por isso. Nós sequer transamos irmão, o Fred não me procura mais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...