ÁGUA

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Havia passado cerca de dez dias desde que Alex e Benício foram vencidos pelo sentimento que nutriam um pelo outro e passaram a viver um ardente romance. Nesse meio tempo foram incontáveis os beijos, ou mesmo as carícias trocadas pelos dois. Cada canto da enorme casa de praia havia sido palco de alguma manifestação fantástica de amor de Alex para Benício ou vice e versa. A última das aventuras tinha acontecido naquela manhã de quinta-feira, quando Alex dispensou os serviços de Damião e sua família para ficar sozinho com Benício no ambiente, o próprio Tubarão indicou um lugar onde a família poderia passar o dia de folga.

O caseiro Damião há alguns dias já sabia do que acontecia dentro da casa do policial Tubarão Falconi, primeiro após surgir uma certa desconfiança, mas logo veio a certeza ao perceber que por dias o novo casal não deu as caras do lado de fora, ou na maioria das vezes que apareciam, eram sempre com pouquíssima roupa. Mesmo estando extremamente curioso com a novidade preferiu manter a discrição, o policial sempre foi um homem reservado quanto a questões sexuais, nunca foi o cara de sentar nas rodinhas e comentar suas experiências, não seria naquele momento que o caseiro veria isso acontecer. Damião saiu da casa naquela manhã sabendo que algo de importante Tubarão estava preparando para Benício, mas como ele mesmo não tinha o dom de se transformar num animal, ou num simples inseto, acabou por sair acompanhado da família barulhenta para o passeio do dia contaminado pela curiosidade por saber o que aconteceria ali.

Na casa de praia, Benício se surpreendeu ao despertar e encontrar uma toalha de mesa forrada no chão próxima a piscina, sobre o tecido diversas frutas, sanduíches, sucos e diferentes bolos acabaram por lhe abrir o apetite de imediato.

Alex veio logo atrás do babá com um sorriso de orelha a orelha vendo o espanto de Benício, trazia consigo talheres numa das mãos e dois copos na outra. Colocou junto aos aperitivos e sorriu para o babá.

- E então, o que achou do nosso piquenique?
- Um piquenique? Então é isso que o senhor está aprontando aqui?
- É sim lindão, e então, mandei bem né?
- Depende, piquenique não é uma parada que precisa ser feita num gramado verdinho, cheio de árvores em volta? - Respondeu o babá provocando o policial.
- Porra nenhuma, o meu piquenique é em frente a piscina e aí de você se reclamar. Ia colocar tudo em cima dessa espreguiçadeira inflável, mas fiquei com medo de virar tudo- O policial se referia a espreguiçadeira semelhante a uma bóia inflável que a família utilizava na piscina.
- Você é maluco, mas eu amei, e sabe o que eu amei mais ainda, esse tanto de morango aqui... Aí- Ben sentiu um tapa na mão ao tentar pegar a fruta vermelha- Por que fez isso? Não é pra comer.
- Sim senhor, mas não assim, para o nosso piquenique na piscina devemos nos apresentar como a ocasião nos pede. Eu já estou com a minha sunga, agora é sua vez.

Alex usava uma sunga de cor verde esmeralda, em sua comissão de frente um volume absurdo, ao qual Ben já estava se acostumando. Benício acabou por acatar a ordem do policial retornando vestindo uma sunga branca com bolinhas pretas espalhadas em todo o tecido.

- Já está pronto para o carnaval? - Ben sorriu tentando entender a tirada de Alex- Tu tá com a cueca das cores do cordão do Bola Preta, um bloco de carnaval, meu favorito, nunca ouviu falar?
- Pela televisão, já ouvi por alto.
- Então, sua cueca é da cor do bloco- Alex falou dando um tapa na bunda de Benício.

O recém casal comeu tudo o que tinha direito, Ben aparentemente comeu muito mais que Alex e acabou por ficar com peso na consciência por isso, mas o policial o estava sabotando, já havia comido muitos dos petiscos antes de colocar sobre a toalha.

Ben foi o primeiro a deitar sobre o chão da piscina se espreguiçando, Alex o acompanhou sentindo um certo incomodo com a temperatura do chão, que naquela altura da manhã já estava aquecido pelo Sol.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora