QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)

DESCONTROLE

O babá ainda passou pela creche para tentar diminuir o estrago que o seu encontro com Fred havia causado. Chegando lá soube que o pai do menino havia buscado a criança levando consigo uma advertência alertando que com mais um atraso dos pais ou de qualquer encarregado pela criança, uma notificação seria encaminhada ao conselho tutelar.

Ben acabou por chegar na casa dos Falconi por volta de quatro da tarde, entrou nervoso com a possível bronca que levaria do patrão, mais ainda em ter deixado Julinho chateado pelo abandono.

Encontrou Débora sentada no sofá da sala, ela assistia um desses programas de variedade e se espreguiçou sorridente ao ver o rapaz entrar. O que Benício poderia entender como um bom presságio, mas vindo de Débora tudo poderia acontecer.

- Boa tarde senhora.
- Ótima tarde Benício, Tubarão está uma fera, quer te matar- Falou se levantando e sorrindo- É bom você inventar uma boa de uma desculpa porque ele quer torcer o seu pescoço, e quer saber eu não vou te defender, porque eu te pedi desde os primeiros dias para que não deixasse suas obrigações com o pirralho em segundo plano. Não me interessa se cozinha, se limpa, se caga lindamente, o que me importa é que mantenha o pestinha sob controle e dessa vez você deixou a desejar queridinho.

Ben achou um absurdo Débora cobrar qualquer coisa dele, sendo a mesma a pessoa mais irresponsável com a criança, inclusive o chamando daquela forma. Ia dar um fora na patroa, mas foi impedido pela chegada do tsunami Alex Falconi.

- Quer dizer que resolveu dar as caras seu irresponsável de merda. Tão irresponsável como o outro, era com ele que você estava não era? Responde rapaz era com o desgraçado do Allan, do filho da puta do meu irmão que você estava enrabado não era?

Alex mais uma vez havia perdido o equilíbrio e vomitado o seu descontrole contra o babá, Ben percebeu que o chefe tinha uma faixa amarrada na mão direita manchada de sangue.  O policial não esperava, mas Benício estava num péssimo dia e não levaria nenhum desaforo para casa.

- Como é que é? Estava o que e com quem?
- Não se faça de sínico rapaz eu já sei do que tá rolando entre você e o Allan. Era com ele que estava agora não é? Fazendo as suas nojeiras.

Três horas antes

Alex chegou da academia no horário do almoço, pela manhã viu que Benício havia deixado uma peça de carne seca descansando quando saiu para a faculdade, como o babá nunca tinha feito a iguaria, saiu feito um furacão da FIRE e acelerou a motocicleta para chegar a tempo de encontrar o filho e o babá ainda almoçando.

Tamanha foi a decepção ao chegar e não encontrar o rapaz ali, viu também que Julinho não havia chegado, pensou que o babá poderia ter tido algum problema na faculdade e por conta disso o atraso, lembrou que Benício iria pegar as últimas notas e não seria a primeira nem a última vez que professores enlouquecem lançando notas inferiores. Tentou ligar para ele verificando se o rapaz estava precisando de alguma ajuda, mas não obteve resposta.

Esperou por um tempo na cozinha, em seguida reparou que a mulher estava deitada no sofá da sala, sua relação com Débora seguia estranha, em alguns momentos se entendiam na maioria deles não.

- Oi Débora, os meninos deram notícia? - Perguntou pensando que eles poderiam já ter chegado a casa e algum problema como a ausência de gás ter feito com que saíssem para almoçar fora.
- Que meninos? Se fala do pestinha com o sonso do babá não. Devem estar por chegar, com seu irmão a tira colo.
- Não era você o defensor do Benício quando ele chegou aqui, que história é essa de sonso agora? - Falou sentando-se no chão descansando um pouco de um incômodo na coluna.
- Nada querido, nada.
- Sei, sobre o meu irmão, eu não me incomodo nenhum pouco dele vir aqui brincar com o Júlio, muito pelo contrário com o nosso tempo corrido e tendo poucas crianças na rua, acho ótimo ele ter com quem se divertir.
- Aí Tubarão, como você é ingênuo- Débora lançou um pouco do veneno vespertino no marido.
- Não começa com as suas implicâncias Débora, Allan e você nunca se bicaram, mas ele sempre foi um tio muito bacana pro nosso filho, e vir pra cá ficar com ele demonstra isso.