QUEDA LIVRE (CAPÍTULO ESPECIAL)

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Naquele dia Benício despertou extremamente afoito, acordou antes mesmo que o alarme do celular o acusasse de dormir além da conta. Talvez ele nem tivesse dormido direito, foram inúmeras as vezes em que ele despertou ao longo da madrugada, perdeu as contas de quantas foram as vezes em que foi ao banheiro urinar, estava ansioso, perturbado, altamente ligado.

Toda essa agitação tinha um motivo, seria naquele dia que ele descobriria o que de fato Débora tanta escondia. Sabia que tudo o que tivesse a partir dali teria consequências irremediáveis, talvez não pudesse ter a ciência de quão grandes elas seriam, mas algo em seu interior o motivava a prosseguir.

Fazia aquilo pela família Falconi, pelo menino Julinho que tinha que conviver com a guerra travada entre o casal diariamente. Ben, tentava manter o menino no quarto ao longo do dia, sabia que não era saudável, mas ao mesmo tempo era a única coisa que ele podia fazer para livrar o menino da batalha campal que se seguia entre Tubarão e Débora. A médica agora havia fincado o pé dizendo que não se divorciaria enquanto o Policial não lhe entregasse todas as suas ações na academia, carro, casa e o dinheiro disponível na conta bancária. Tubarão por sua vez ofereceu também as suas cuecas demonstrando que não estava disposto a fazer as vontades da futura ex-esposa.

Era por ele também que Benício cumpriria com o que estava planejando, usava o menino como desculpa, mas sabia que Alex estava extremamente abalado com tudo o que estava acontecendo a sua volta e precisava de uma libertação daquela víbora.

Seria através daquela descoberta que ele sequer saberia se de fato faria que traria ao homem a chance de se livrar da megera lhe garantindo no divórcio apenas o que lhe era devido.

Ben ao seguir para a cozinha para preparar o café da manhã deu de cara com Débora, a loira tinha olheiras expressivas no rosto. Ambos se negaram a se cumprimentar, seguiram cada um para o seu destino. Ben para a cozinha, Débora para o quarto.

A loira também teve uma noite agitada, estava inconformada com o fato de Tubarão ainda estar vivo, e sua própria alforria daquele homem estava demorando muito mais do que ela esperava. Havia entendido que matá-lo naquele momento iria atrair para si algumas ou todas as suspeitas. Seria a segunda tentativa em pouco tempo. Decidiu então que enlouqueceria o marido a ponto dele perder o juízo, faria tudo para tirá-lo do sério. O humilharia diante dos amigos, iria expôr o homem ao ridículo que ele era. Mas faria isso depois, agora o que ela precisava era dormir, afinal de contas teria um encontro daqueles na parte da tarde.

Benício após ter se livrado de Débora passou pela sala, lá ele viu Alex adormecido no sofá. Evitou ter aquele tipo de pensamento que lhe causava calafrios só de ver aquele homem, mas isso era inevitável, queria tocá-lo, senti-lo, admistrar cada parte daquele corpo enorme que tomava todo aquele sofá. Para o desespero de Benício, Alex dormia apenas com um shortão de futebol, daqueles largos, contudo de tecido leve, muito finos, quase transparente, por ali dava para se ter uma ideia, apenas uma ideia daquilo que Ben já havia fantasiado inúmeras vezes de como seria, o membro do homem. Era quase certo pra ele que não era dos menores, tendo em vista a visão que teve do policial de sunga de praia, possivelmente seria parecido com o de Allan. Irmãos possivelmente devem ter o pau igual- ele pensou, depois refletiu que nunca teve um irmão para saber disso. Talvez devesse perguntar para Pedro seu amigo indiscreto, mas achou melhor pensar em outra coisa e esquecer aquela bobeira quando viu Alex apoiando a mão no próprio membro e dando aquela pegada, seguida daquela coçada matinal enquanto se espreguiçava lentamente com um sorriso no rosto.

- Bom dia garoto.
- Bom dia Alex
- O que você tanto olha? -
Ben tentou disfarçar, não sabia ao certo quanto tempo estava ali parado, também não tinha ideia de quanto tempo Alex estava acordado o vendo literalmente o manjando.
- Eu, eu, eu estava passando e decidi te acordar para deitar lá na minha cama- Ben mentiu descaradamente, mas mentiu com a confiança de que seu argumento seria persuasivo o suficiente para confundir o chefe. Ele só não contava com o fato de Alex não ter despertado nenhum pouco confuso.
- Como assim dormir na sua cama? Acho que ela é muito pequena pra caber nós dois. Você não acha? - Alex falou se espreguiçando novamente tentando captar o rubor formado no rosto de Benício após aquela piada digna de Allan.
- Não, não é isso cara, eu já acordei. Estou dizendo que você pode deitar lá por isso, ainda é muito cedo, e não deve ser nenhum pouco confortável dormir nesse sofá velho.
- Esquenta não garoto, eu tô bem aqui. Tô bem mesmo, obrigado pela sua preocupação, mas como você disse é muito cedo, e você pode querer voltar a descansar e ter o desprazer de ter que dividir aquele espacinho comigo do lado.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora