CALOR

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Desesperador é a palavra que Benício poderia utilizar para aquele momento, ele já não conseguia pensar em Allan, em Fred, ou qualquer outra pessoa. Tudo estava tão distante, o mundo já não existia, o único espaço presente no universo era aquele quarto, com um policial um tanto bêbado e um tanto excitado cheirando forte a sabonete, e um babá um tanto atordoado ainda com o barulhão que aquela rola fez ao bater na barriga do homem.

Como Alex conseguia ser tão lindo, em todos os sentidos gostoso. Ele era super dotado de uma beleza estonteante e sim de um pau pra ninguém colocar defeito. O babá já havia imaginado diversas formas de como seria Alex nu, e as possibilidades de ver isso acontecendo. Mas nenhuma delas se comparava a que tinha acontecido instantes atrás.

Ele sofria por aquele desejo, o policial aparentemente aguardava uma resposta a sua proposta promíscua, enquanto o babá aguardava uma atitude do homem, ele precisava que aquela atitude viesse de Alex, para que de uma vez por todas cessassem aqueles pensamentos torturadores de que aquilo era algo errado.

E a atitude veio.

Ele ainda penava com os seus pensamentos quando sentiu o corpo pesado de Alex cair sobre o seu, sua respiração ficou tão forte que um gemido acabou se tornando inevitável. Foda-se tudo- pensou isso cravando as unhas e o nariz no corpo do policial- nada mais importava, era sim um adúltero, um falso, um traidor, mas teria uma noite de paixão com o cara que ele mais desejou em toda a vida. Muito mais do que Fred, ou mesmo Allan. A possibilidade de transar com Alex há muito tempo fudia com os seus neurônios, e agora aquilo era possível, o homem estava ali, duro, completamente duro e pesado sobre ele, Ben acabou por apertar o corpo do chefe contra o seu, queria gritar, por poder agora sentir aquele seu gosto de homem, mordeu de uma vez o ombro e o pescoço de Alex. Podia sentir a barba do macho dos sonhos tocar o seu rosto, aquilo era perfeito, que cheiro, que homem, que tudo, mas algo estava errado. Por algum motivo Alex estava imóvel, seria arrependimento? Doença? Morte? - Benício começou a ficar nervoso e balançar o homem que tinha o corpo gelado sobre si, logo teve a resposta que lhe trouxe um tanto de alívio com um misto de frustração. Um ronco forte surgiu do nada. Alex estava dormindo.

O babá acordou do seu sonho de principe, sua coroa havia caído, levantou a sua cabeça tentando procurar a sua dignidade de volta. Acabou por ter dificuldade para tirar o corpo do chefe de cima do seu. Muito porque na verdade não era bem aquilo que ele queria. Ele queria que o policial acordasse e desse continuidade ao que havia começado. Tirou o máximo de casquinha possível antes de sair debaixo daquele homenzarrão, contudo evitou ao máximo tocar no senhor pau do marmanjo, apesar do mesmo ter deixado uma leve baba em sua barriga. O mundo de Benício voltou a existir, nele havia centenas de problemas ao lado de fora daquele quarto, e não, Alex não estava falando sério, ele estava absolutamente bêbado e dentro do seu juízo perfeito, o que voltaria após acordar com uma tremenda ressaca ele só continuaria sentindo gratidão por Benício. Alex era um homem hetero, e isso não mudaria, mesmo que Benício fizesse o impossível para que um novo homem surgisse. O rapaz também caiu em si, era um cara comprometido, justamente com o irmão caçula de Alex.

Ben pensou que se livrar de Alex havia sido a sua principal conquista naquele início de madrugada, mas o pior ainda estava por vir. A imagem do homem deitado de bruços trouxe pensamentos aos quais Benício não estava acostumado a ter. Que homem era aquele? Que belas costas, que belas pernas, que bela bunda.

O babá acabou por voltar a sua atenção as costas do policial, ainda existiam muitos cacos de vidro ali presos. Alex ainda sangrava por conta do porradeiro ao qual havia se enfiado no hospital mais cedo.

O rapaz procurou nas coisas de Débora uma pinça e um pouco de algodão e álcool (antes cobriu o traseiro do chefe com um lençol, só o traseiro porque não era obrigado a cobrir todo o resto) e começou um desafio insuportável que era tirar caquinho por caquinho preso nas costas do policial.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora