Benício sempre foi um grande admirador de obras de arte, sempre achou impressionante as pinturas gregas, e tentava entender cada uma daquelas imagens. Os corpos esculpidos também o intrigavam bastante, corpos perfeitos de seres humanos imperfeitos. Assim como o homem a sua frente, no caso de Sinval a imperfeição falava mais alto.
Sinval era o principal atleta da academia de Vicentão, era um fisiculturista que já havia participado de inúmeras competições e de uns tempos pra cá vinha faturando muitos prêmios. Tinha vinte e cinco anos, loiro com cabelos que precisavam de um novo corte urgentemente, olhos azuis, alto, abdômen trincado e além de obter todas essas características físicas era altamente sedutor.
- Se continuar babando assim me olhando vou ficar duro.
- Porra Sinval, já disse que não é pra ficar sem roupa aqui dentro. Se o Vicente te pega assim vai pensar que eu permito essa presepada.Benício falou isso jogando um toalha no peladão.
- Veste uma cueca e se enrola nessa toalha.
- Calma mandão, se é assim que você prefere.Ben trabalhava fazendo massagens nos atletas, o curso que tinha feito não dava muita noção, mas conseguia trabalhar na prevenção de lesões, além de dar um suporte com massagens relaxando tensões. Ele com o tempo foi melhorando pouco a pouco, claro que apoiado a tutoriais na internet, onde aprendeu algumas técnicas muito bacanas.
Agora tudo tinha seus prós e contras. Trabalhar num corpo como o de Silval era altamente provocante, era uma escultura talhada delicadamente em minuciosos detalhes. Não era o tipo de cara que até então Benício se sentia atraído, gostava de caras com o corpo em cima, mas não necessariamente dos brutamontes ou fisiculturistas, gostava de caras como Fred que tinha alguns músculos pelo corpo, mas no abdômen uma barriga natural, nada trincado, e nos braços nada de veias saltitantes. Mas Sinval, o contrário disso, dono de um corpo enorme e talhado como escultura lhe fazia repensar sobre suas preferências. Contudo isso se desmoronava ao ouvir o rapaz abrir a boca.
- Garotão, que mão boa essa sua. Quanto tempo mesmo que estamos juntos?
- Estamos juntos? Estamos trabalhando juntos tem seis meses.
- Porra, seis meses já. Tenho que te dar um anel de compromisso então, quase um ano amo. Nem parece que tem tanto tempo que você fica babando no meu corpo o tempo todo. Só acho que tá na hora de deixar de fazer doce e aceitar o que te proponho desde o primeiro dia.A fala de Sinval tinha uma importante afirmação, desde o primeiro dia ao qual começou a receber os atendimentos de Benício, iniciou o jogo de perturbação a mente do rapaz. O que Ben poderia reclamar com Vicentão alegando se tratar de bullying ou assédio o rapaz acabava levando na esportiva, entendendo que tudo aquilo não passava de zueira do atleta.
- Sabia que quando você fica quieto o meu trabalho é muito melhor.
- Sei sim, mas eu me amarro em tirar uma com a sua cara, você cai na pilha muito fácil.Ben dessa vez o belisca com força, tentando fazer com que Sinval de fato cale a boca.
- Porra, filho de uma puta, isso doeu.
- Fica quietinho seu animal, tá falando demais e ainda tá tão cedo. Vou te dar duas opções, ou fica quietinho ou encerro agora mesmo.
- Por que? não está se aguentando, pois me viu pelado logo cedo. Relaxa cara, duro é bem melhor.Mais um beliscão
- Desgraçado, isso machuca mesmo.
- Melhor eu não sei, agora quanto a deixar isso aí maior não seria mais que a sua obrigação. Porque nem tá frio e seu amiguinho aí tá todo encolhidinho se escondendo- Ben falou isso devolvendo a Sinval a sua provocação, sabia que com essa fala deixaria o cara bolado.
- Porra cara, aí você pegou no meu ponto fraco, não brinco mais contigo, fiquei magoado.
- É bem melhor mesmo, pequeno.Sinval deu um soco na perna de Benício frustrado com a referência do massagista ao tamanho de seu membro. Ben parou a massagem no mesmo instante sentindo uma enorme dor.
- Porra Sinval, assim não dá. Não sou nenhum dos seus amigos, me respeita mano.
- Desculpa princesa
- Hoje você acordou disposto a me sacanear né?
- Isso sempre cara, zoar com a sua cara trás sentido a minha vida. E para de frescura seu merda. Eu sei muito bem que você se amarra na minha.
- Sua namorada mais ainda.
- Não foge do assunto enfiando a Júlia nisso. Você quase derrete quando falo uma sacanagem contigo. Olha como sua mão está suando caralho. Deveria deixar eu ajudar a aliviar essa sua tensão, eu te deixar mole e bem relaxado. Mania besta de enfiar a Júlia nisso, isso aqui é coisa nossa, ela tem nada com isso não mano. Se a tua intenção é me deixar com peso na consciência caiu do cavalo, e papo dez isso demonstra que você de verdade tá muito na do pequeno aqui, só não admite.Ben preferiu não responder, e o silêncio aparentemente calou a boca do fisiculturista que sorria escondido de Benício. Mas o silêncio de Sinval não durou nem mesmo trinta segundos, voltou a falar assim que Ben começou a massagear suas coxas.
- Porra mano, que delícia. Sua mão quentinha assim fica ainda melhor. Sobe ela mais um pouquinho vai.
Ben continuou indiferente as suas brincadeiras, mas não pode deixar de admirar aqueles dois montes que formavam uma bunda espetacular. O corpo de Sinval era lindo demais.
- Mano, você está melhor a cada dia. Vou precisar aumentar o número de sessões contigo.
Ben atendia a Sinval duas vezes por semana. O que era mais que o suficiente, e mesmo que não fosse, se negaria caso Vicentão pedisse que o rapaz aumentasse o atendimento.
- Obrigado, mas todos os meus horários estão ocupados.
- Sei, mas quem disse que precisa ser aqui? Você pode fazer qualquer dia desses na minha casa. Mas vou querer um serviço completo.Ben entendendo que o rapaz não pararia com a palhaçada lhe deu um novo beliscão, o loiro dessas vez acabou por rir de Benício.
- Com a mão suada assim o belisco nem dói mané.
Sinval demorou mas incrivelmente calou a boca. E Ben acabou conseguindo continuar a massagem sem problemas. Só tinha uma problema, ver aquele homem gemendo em cada movimento seu, o deixou bastante empolgado também. Foi nesse momento que o rapaz começou a trabalhar alguns movimentos inapropriados. Uma massagem entre as suas coxas abrindo um pouco suas pernas. Agora ele estava quente, e em cada toque via sua pele arrepiar.
- Garoto não provoca, depois eu falo besteira e você fica bolado.
Ben seguiu aumentando a força dos movimentos, pegava na pele, em seus músculos, em pontos eróticos. Sinval respirava forte.
- É sério Benício, tu nunca fez um treco bom desses em mim, vou ficar na minha, mas é covardia.
Ben percebeu que estava na hora de terminar aquilo, mas antes deu um apertão na bunda de Silval. E começou a rir.
- Ei bobão terminei. Já pode sair.
Sinval acabou por não responder ao rapaz.
- Ei, tá dormindo porra? já acabei.
O bodybuilder seguiu sem responder. Continuava lá pesado, respirando forte.
- Para de fazer corpo mole e vai treinar, levanta vai, eu tenho mais gente pra atender.
Quando Ben por fim pegou em seu ombro, Sinval num único movimento pegou no braço do rapaz e o virou de frente para a mesa, fazendo um barulho forte.
- Estou dormindo não, nem fazendo corpo mole como pode ver bem, e se você já acabou eu só estou começando. Agora aperta aqui porra.
O filho da puta não tinha colocado a cueca que o rapaz pediu, estava completamente duro e com uma cara de devorador.
Ben tinha três certezas naquele momento, Sinval não estava mais brincando, pela primeira vez na vida via um homem excitado por sua causa, e o fisiculturista não tinha nada de pequeno como ele havia imaginado.
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QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...