- Como é que é? Estava o que e com quem?
- Não se faça de sínico rapaz eu já sei do que tá rolando entre você e o Allan. Era com ele que estava agora não é? Fazendo as suas nojeiras.Duas horas antes
Alex demorou cerca de uma hora dentro do banheiro, depois do seu total descontrole teve dificuldades em entender o que tinha acontecido com ele. Na certa havia sido possuído por um espírito demoníaco, jamais teve nenhum tipo de tendência homossexual, e o que aconteceu naquele lugar não refletia a sua vida e a sua opção sexual.
Ainda caído se auto ridicularizou pelo patético estado em que se encontrava, um homem de um metro e noventa caído num box, sujo de sangue e de sua própria porra. Era absurdo imaginar que o seu pênis ainda estava completamente duro após a forte ejaculação que se sentiu obrigado a provocar com uma frenética masturbação, antes que seu corpo explodisse de algo que ele negava a acreditar ter sido o mais puro tesão.
De qualquer forma aquilo jamais voltaria a acontecer, foi um surto, uma ação sobrenatural motivada pelo estresse em que estava vivendo no trabalho e com a família. Entendeu que era o tempo de se focar ainda mais nessas duas coisas para evitar pensamentos tão ruins como aqueles.
Preferiu se enganar para tentar explicar a crise que tinha tido, mas sabia que um monstro desconhecido havia sido despertado, e que o babá e ele não poderiam continuar convivendo juntos, não com ele estando obcecado pelo rapaz daquela forma.
Alex ainda ficou confuso por muito tempo, hora tentando se enganar, hora se culpando pelo ocorrido. Ligou a bomba que enchia a caixa d'água e em alguns minutos viu a água voltar ao chuveiro. Se lavou e conseguiu finalmente estancar o corte na mão. Enrolou um pano na região deixando a mão protegida.
Limpou o chão do banheiro e as paredes manchadas com o seu próprio sangue, se preocupou com a quantidade que havia perdido e pensou em procurar um médico caso sentisse alguma tonteira ou incômodo.
Teve vergonha de si mesmo ao sair do banheiro, era uma decepção para o pai, assim como os dois irmãos teve uma queda terrível, não o tombo no chuveiro, e sim aquela punheta dedicada a outro cara.
- Foi um equívoco, um acidente, supera isso Tubarão- Falou a si mesmo tentando se absorver e evitar uma autoflagelação.
Tinha que pensar em como resolver aquela situação, não poderia punir o babá por se relacionar com seu irmão mais novo, mas não permitiria que ambos utilizassem a sua casa como motel. Pensava isso tentando controlar o ciúme que sentia de Benício.
Por onde andaria o rapaz naquele momento? - Pensou na possibilidade do babá não ter ido para a faculdade como falou mais cedo- O que você está pensando Tubarão? Se controla homem.
Voltou a sala e encontrou Débora agora cochilando. Como aquela mulher era cruel, falou aquilo debochando dele, o acusando por sua ingenuidade em não perceber o que aqueles dois estavam fazendo nas suas costas.
Não queria, mas foi obrigado a ligar para o babá, estava preocupado com o fato dele não ter aparecido com o menino até aquele horário, mais uma vez sua ligação não foi atendida.
Imaginou o babá nos braços de Allan, os dois felizes debaixo de uma árvore, curtindo o namoro, comemorando o amor que sentiam um pelo o outro, se beijando.
Mais duas ligações para o celular do babá, aquilo já estava o deixando estressado, porque o rapaz não dava sinal de vida. Resolveu que ligaria para a creche de Julinho, estava achando aquela história muito estranha.
Já beiravam às três da tarde quando Alex recebeu da recepcionista da creche a notícia de que Julinho
continuava aguardando alguém para buscá-lo, que nenhum responsável havia aparecido ainda, e que sim a criança já havia chorado bastante.
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QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)
RomanceLivro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidiano. Descrita com muitos detalhes, apresenta personagens complexos que buscam o equilíbrio para viver numa sociedade em constantes mudanças...