Benita está na sala vendo tv e Barbara e Ivan no quarto estudando. Um garoto de 10 anos, conhecido como Neto, bate na porta dela pedindo ajuda. Ele diz que o pai quer lhe dar uma surra.
- Dona Benita, meu pai tá com um fio na mão querendo me bater, me ajuda.
- Porque Neto?
- Porque eu pulei o muro da escola pra não assisitir aula. Ligaram pra minha mãe e ela contou pro meu pai. E ele disse que vai me arrebentar.
- Mas ele não pode fazer isso com você, meu filho. Ele pode te colocar de castigo, mas te arrebentar? Jamais. Vamos lá.
Benita vai no quarto na filha e avisa que vai até a casa de Neto.
Ivan e Barbara olham pra cara um do outro dão um sorrisinho. Ela se levanta tranca a porta do quarto, joga os livros e cadernos no chão e deita na cama e se beijam. Benita chega na casa do menino. O pai está com uma cinta na mão e a mãe do lado.
- É assim que vocês querem corrigir o filho de vocês? A base de espancamento? Diz Benita cheia de autoridade.
- Mas ele merece. Eu não aguento mais tanta reclamação vinda da escola. Diz o pai.
- E ele só tem 10 anos, se nós não corrigirmos agora, ele vai crescer se achando o dono do próprio nariz e tudo que não corrigimos nele agora, a crueldade do mundo vai tentar corrigir da forma mais cruel que a nossa. Desabafa a mãe.
- Vai neto, vai deitar no seu quarto. Benita manda o menino deitar.
O menino corre pro quarto.
- Posso sentar? Vocês sabem quantas vezes eu fugi da escola pra namorar? Várias! Conta Benita.
- Eu também e apanhei muito por isso e não sou revoltado. Diz o pai.
- Pois eu, não apanhei nenhuma vez. Sabe o que era pior pra mim? Era o desprezo do meu pai. Ele fechava a cara pra mim, me colocava de castigo e ficava uma semana sem me dirigir a palavra. E aquilo doía mais que uma surra, pois ele era meu herói. Minha mãe ainda falava alguma coisa, mas com a cara fechada. E eu me sentia mal por isso. Eu fiz uma, duas e três vezes. Depois fui sentindo vergonha. E com a Barbara eu comecei a agir da mesma forma. Nunca bati, só dava o desprezo pra ela sentir que ela me magoou. Claro que ela não faz nem dez por cento que eu fazia, mas mesmo assim, aprontava em algumas coisas.
- Neto tá demais, Benita. Desabafa a mãe.
- Mas não bate. Senta pra conversar, corta celular, internet. Fica sem brincar e sem sorrir pra ele. Mas pra que castigar dessa forma? Não to nem falando na lei da palmada não. To falando em mostrar que vocês amam ele, e que não precisam açoitar o garoto por um erro. Você é o herói dele, o cara que ele deve se inspirar. E ele vai ver que seu herói açoite ele ao invés de ensinar. E você? A mãe que devia proteger, incentiva o castigo da correia! Eu acho que pode castigar ele, mas sem ferir o corpo do menino. Deixa ele mesmo se sentir culpado. Uma frase que sempre aprendi nessa minha vida foi "Essa fase vai passar." A fase de rebeldia vai passar. Eu compreendo o desespero em corrigir ele, vocês são muito novinhos, mas sei que vocês tem coração sensível pra pensar: Se fosse eu, eu gostaria de ser agredido por alguém bem mais velho que eu, e que eu não tenho capacidade de me defender? Benita orienta o casal.
- A senhora tem razão. Responde a mãe.
- Eu me sinto envergonhado. Mas o castigo dele, ele vai ter. Diz o pai.
- Isso. Tem que corrigir sim. Mas sem açoitá-lo. Tá bom?
O casal fica pensativo, mas acabam concordando com Benita que sai dali aliviada.
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A Impostora
General FictionParte 1 - Essa é a minissérie de duas irmãs gêmeas Luciana e Lucy. É uma história diferente de todas que você já assistiu sobre irmãs gêmeas, tenho certeza que você irá gostar. Você irá odiar e depois amará Luciana. Luciana Bernardes nasceu primeir...