Regina, a mulher sumida de Aurélio aparece no enterro do filho

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O velório do João acontece na casa da Odete. O caixão está no meio da sala, e estão todos em volta.  Aurélio e Tamara são os que mais choram, os outros estão tristes. Aurélio está de braços dado com Odete e Mara.

- Eu não me conformo, meu menino tão novo, tão meu amigo.

Odete tenta o consolar:

- Eu nem imagino o tamanho da dor que você está sentindo, pois a dor de perder um filho eu nunca tive e pretendo nunca ter, se Deus quiser. Mas posso imaginar que deve ser a pior dor do mundo. Eu sei que é difícl, meu amigo, mas tenta ser forte.

- Na cabeça de nós pais é que nossos filhos vão nos enterrar, não estamos preparados pra perder ninguém. Completa Mara.

Aurélio chora mais.

- Meu João! Meu menino!

No outro lado está a Tamara de mãos dadas com Lícia e Marlene.

- Mesmo descobrindo tudo que o João fazia comigo, eu não consigo odiá-lo. Acho que ele será pra sempre o meu grande amor.

- Até eu que discutia muito com João, to sentindo uma dor terrível. Essa morte foi terrível mesmo! Cair do vigésimo andar. Lícia lamenta.

- Cair não, o Célio e a impostora que derrubou. Aqueles assassinos. Agora tá aí a Tamara e o Aurélio sofrendo. Marlene fala indignada.

- Vai lá Marlene, fica um pouco com o seu Aurélio.

- Não, prefiro ficar aqui consolando você, minha lindinha. De mais a mais o Aurélio já tem duas ali consolando ele, melhores que eu.

- Marlene!!! Isso não é hora e nem lugar pra ficar com ciúmes! Lícia repreende Marlene.

- Eu não tô com ciúmes, eu só estou comentando.

No outro canto da sala Isabella com Rodrigo.

- E aí primo, como você está?

- Graças a Deus feliz, não pela morte do João, mas por estar livre de quem só queria ver meu mal!

- Você sente ódio do João?

- Não, eu tinha pena dele, ele nunca amadureceu. Ele caiu nos encantos daquela mercenária.

- A vó Helena contratou o advogado Evaristo pra cuidar da impostora.

- Isabella, isso não é hora pra falarmos sobre isso. Na verdade, eu não quero mais falar sobre essa mulher, ela tá morta pra mim.

- Desculpa primo, você tá certo. Mais tarde vamos sair pra lanchar?

- Isabella, respeita! Nós estamos num velório.

- Quem tá morto é o João, nós estamos vivinhos da Silva.

Rodrigo dá as costas e sai de perto dela.

A empregada chama a Odete, ela vai até a empregada, a empregada cochicha com Odete. Odete volta, ela chega no ouvido de Aurélio e cochicha. Ele fica indignado.

- Não, manda ir embora! O que ela veio fazer aqui? Diz Aurélio revoltado.

A mãe de João, Regina,  invade a casa de Odete.

- É o velório do meu filho, e você não vai me deixar de fora?

Aurélio pega ela pelo braço e leva pro quintal.

- Agora você lembra que ele é teu filho? O garoto cresceu sem saber onde estava a mãe.

- Eu sei Aurélio que eu não fui nenhum exemplo de mãe, mas por favor, deixa eu pelo menos me despedir dele. Por favor, eu te imploro.

Aurélio se acalma.

- Tá bom, você entra se despede e vai embora e nunca mais aparece na minha frente.

Os dois entram.

Os dois entram e Regina vai até o caixão do filho. Ela beija o filho e chora. Ela pede perdão ao filho no caixão.  Aurélio observa de longe. Odete coloca a mão no ombro de Aurélio.

- Você fez certo em deixar ela se despedir do filho.

- Ela não merecia isso, abandonou o filho ainda criança.

- Não merecia mesmo não, nunca foi mãe. Mãe cria, educa, dá amor, protege, cuida quando tá enfermo. Mara completa.

- Mara, é o último adeus. Ela precisava dar esse adeus ao filho. 

Regina olha pra todos e vê a Marlene. Ela chega perto da Marlene.

- Marlene? Lembra de mim?

- laro dona Regina, eu lembro sim.

- Não vai me dar um abraço.

- A senhora me perdoa, mas acho que não é o momento pra isso. Por respeito ao meu amigo Aurélio, eu prefiro não lhe abraçar.

- Tudo bem, eu já vou.

Regina abaixa a cabeça e vai até o Aurélio.

- A polícia já pegou o bandido que fez isso?

- Se você quer saber informações, vai até a delegacia do Leblon. Lá o delegado vai te informar.

- Ok. Eu já vou. Posso ir até o cemitério?

- Você pode fazer o que quiser, contanto que permaneça longe de mim.

Regina vai embora triste.

- Falsa, hipocrita. Nunca ligou pro filho, nem pra saber como ele tava na escola, como estava de saúde. Por isso ele era revoltado daquele jeito.

- Calma meu amigo.

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