Célio conta pra Isa o que armou para o filho e ela não gosta

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Isa está no seu quarto mexendo no seu celular e Célio entra pra contar as novidades pra ela.

- Eu já dei um jeito pro seu irmão parar de ir lá naquela favela.

Isa senta correndo feliz.

- Aé? Me conta.

Célio fala baixo:

- Eu pedi pra um bandido de lá da favela, dar uns tapas no teu irmão pra colocar medo nele.

- O que? Pai, você enlouqueceu?

- Calma. Eu pedi pra não machucar ele ao ponto dele ir parar em hospital. Falei só pra dar um soco na boca, mas nada pra arrancar os dentes dele. Uma coronhada na cabeça, mas nada pra desmaiá-lo. Tudo leve, mas que venha doer.

- Não gostei! Pai, esses homens são cruéis. Eles pegam pra machucar e até matam. Eu não quero que aconteça nada com meu irmão. Tinha que mandar bater na garota.

- Claro que não, eles não tocam nos moradores. Confia em mim. Eu paguei caro pra eles não machucarem seriamente seu irmão.

- Eu to com medo!

- E quando isso acontecer, eu vou mexer nos sentimentos dela. Vou dizer que se ela ama mesmo meu filho, ela precisa se separar dele. Porque se ela não fizer, os caras podem matar meu filho.

- Tá, e se ela não aceitar se separar?

- Aí, eu vou agir naquilo que teria dado super certo se fosse eu que tivesse ter feito. Acusá-la de roubo, mas agora farei tão perfeito que ninguém vai dizer que não foi ela que roubou.

- Aí sim. Aí eu concordo. Agora sobre a surra no meu irmão, eu discordo. Procura o cara e desfaz isso.

- Não dá filha, já tá tudo certo.

- Pai, o senhor não pode deixar machucarem meu irmão. Eu brigo com ele, discordo de um monte de coisa nele, mas ele é meu irmão. Eu gosto dele.

- Ah pára Isa, eu também amo seu irmão, mas as vezes temos que sacrificar nosso sentimento em prol de uma causa justa. Pra gente ganhar nessa batalha, um tem que se machucar. 

- Pai, eu quero só ver se esses homens exagerarem e matarem meu irmão. O senhor nunca mais vai se perdoar. Isso se o senhor realmente o ama.

Isa levanta e vai pro banheiro. Célio fica pensativo.

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