Camila conhece o bombeiro Pedro

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Camila acorda um pouco depressiva, ela pensa em tudo que viveu com o bandidinho que a engravidou. Pensa na morte do rapaz que ela amava muito e depois lembra que o pai forçava ela a abortar. Ela fica muito depressiva e sai de casa para andar pela rua, ela vai até o Centro da Cidade. Camila está meio desnorteada. Ela sobe numa passarela e fica olhando os carros passando lá embaixo.

Camila sobe no braço da passarela e fica pensando em se jogar. O bombeiro Pedro, um homem bem mais velho que ela, mas muito caridoso, passa no momento e chama ela pra conversar.

- Ei, jovem! 

- Sai daqui que eu vou me jogar!

- Não faz uma coisa dessa! Vem, vamos convesar, quem sabe eu não posso te ajudar?

- Ninguém pode me ajudar. Eu tô sozinha.

- Qual seu nome?

- Camila.

- Oi Camila, eu sou Pedro. Vem pra cá, vamos conversar.

- Não, eu prefiro morrer.

- Mas o que aconteceu com você?

- Eu engravidei de um bandido que foi morto pela polícia e meu pai quer que eu tire meu filho.

- Camila, pelo jeito que você chora, é porque você já ama esse bebê, não é mesmo?

Ela balança a cabeça que sim.

- Então, se você se matar, vai estar matando ele também. Daí você perde a chance de ver ele nascer, lindo, saudável e amado. Não é isso que você quer?

- Mas meu pai não quer deixar eu ter meu filho, e eu não trabalho como vou sustentar meu filho? Se eu não abortar, meu pai me coloca pra fora de casa e quem vai dar abrigo a uma grávida?

- Eu, eu daria.

- Sério?

- Sério!

- Mentira, você tá falando isso só pra eu não me jogar.

- Eu to falando muito sério, Camila. Não gostaria de ver morta uma menina tão linda como você. Vem comigo, por favor.

Camila devagar vai se afastando do murinho da ponte. Pedro segura a mão dela e abraça. Ela chora.

- Calma, fica calma.

- Eu sou muito infeliz. Eu não tenho mãe, faz falta uma mãe.

- Quer comer alguma coisa?

- Quero.

- Vem, que meu carro tá numa garagem aqui perto.

Pedro mora numa Quitinete em Ipanema. Ele leva Camila até sua casa e Camila toma café com pão.

- É linda sua quitinete!

- Pois é, eu moro aqui há 5 anos. Sempre gostei de Ipanema, mas como sou pobre, tive alugar esse ap pequeno pra morar. Mas tá bom, não tenho ninguém.

- Você nunca casou, Pedro?

- Casei, casei e me separei. Casei quando eu tinha 20 anos, ela me largou depois de três anos de casados. Agora namoro, namoro, mas não caso. Mas confesso que sinto falta de uma família.

- Quantos anos você tem?

- 30. E você?

- 16.

- Nossa! Você é muito nova ainda. Vamos que eu te levo em casa, quero conversar com seu pai.

- Não, não precisa. Ele é muito ignorante. Na verdade, ele parou de mandar eu abortar meu filho. Eu sinto que ele mudou um pouco, mas ainda é frio comigo. Hoje, acordei muito depressiva e tudo veio a tona que tô passando e já passei, por isso dei uma surtada.

- Tá, mas temos que dar satisfação a ele. E você mora aqui perto?

- Moro aqui em Ipanema, no morro Cantagalo. Que coincidência, você morar em Ipanema e a gente se encontrar no Centro da Cidade.

- É o destino, linda!

- Mas eu prefiro não ver meu pai hoje.  Posso dormir aqui hoje?

- Tá bom. A gente faz o seguinte, amanhã de manhã bem cedo, eu vou te levar no médico amigo meu pra ver como está teu bebê. Temos que saber quantos dias de gestação você está.

- Você teve filhos no seu casamento? Você entende bem do assunto!

- Tive um menino com um ano de nascido, ele teve um probleminha no coração e morreu. Acho que foi isso que fez minha esposa ir embora, pra esquecer tudo. Sei lá.

- Que pena, Pedro.

- Quer assistir um filme? Eu tenho vários.

- Eu quero.

- Então vem cá escolher um. 

- Tá bom.

-  Camila, manda pelo menos uma mensagem para seu pai, pra ele não surtar com seu desaparecimento. Pode dizer que você está na casa de um amigo seu, eu sou bombeiro, todo mundo por aqui me conhece. Pode dar meu endereço.

- Tá bom.

Camila manda uma mensagem para o pai do celular de Pedro. Depois eles sentam e começam a escolher filmes, ela escolhe e ele não gosta, ele escolhe e ela não gosta, e assim eles vão rindo e escolhendo até chegar em acordo.

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