A Impostora

Lucy e João acabam ficando sozinhos na sala de jogos

Odete entra, vai na sala de jogos e avisa João que Aurélio foi embora, ela vai dormir. Os quatros na sinuca estão rindo porque João já bebeu o segundo copo. Rodrigo debocha de João porque ele está perdendo para Lucy. João zoa Rodrigo também, pois ele perdeu para Tamara e também teve que beber. Eles continuam jogando até que o telefone de Tamara toca. É a Marlene pedindo pra ela ir pra casa levar seu remédio de pressão, Tamara havia comprado antes dela ir para o jantar.

- Gente, acho que vou ter que ir em casa levar o remédio da Marlene, ela tá com a pressão alta, eu comprei antes de vir pra cá. Pensei que o jantar ia ser rapidinho, mas acabou que vim pra cá jogar com vocês e a hora passou.

- Ah que pena, queria dar uma surra em alguém. Então vamos.

- Não, fica aí. Daqui a pouco eu volto pra gente ir até amanhã de manhã. Posso levar teu carro amor?

- Claro.  Responde João.

- Eu to com dor de cabeça. Sou fraco pra bebida. Fiquem vocês aí que eu vou deitar. Rodrigo se sente mal e vai dormir.

- Ah não, se você vai eu também vou. Diz João.

- Não, podem ficar. Eu vou me deitar. Amor dá uma surra nesse otário. Responde Rodrigo.

- Amor, é melhor eu cuidar de você. Lucy se finge preocupada.

- Não, minha vida. Quando eu durmo, passa. Boa noite.

Rodrigo dá um beijo na esposa e vai dormir.

- Bom, então eu já vou. Me esperem. Diz Tamara.

Ela dá um beijo em João e sai.

- Agora é minha vez, Lucy. Diz João voltando a jogar sinuca.

- Lucy, tem algum remédio pro estomâgo?

- Ué, você não disse que é forte pra bebida, João?

- Acho que foi alguma coisa do jantar.

- Vamos lá na cozinha.

Eles vão na cozinha, João toma o remédio e voltam para a sala de jogos, eles sentam no sofá que fica nessa sala.

- Agora to me sentindo bem melhor. Diz João depois de tomar o remédio.

- Que bom. E amanhã, não vai acordar cedo pra trabalhar?

- Meu pai segura as pontas. Na verdade, eu vou ver uns negócios aí que to querendo entrar.

- Aé? Algum negócio rentável? Pergunta curiosa, Lucy.

- Vou ganhar muito dinheiro. Responde João.

- Hum, interessante! E é vendas de que? Não é drogas não né, João? 

- Não, yo no soy Pablo Escobar. Brinca João.

Os dois riem.

- É uma frota de Iates pra alugar aqui no Brasil. Um duque que veio de Lisboa que me propôs essa sociedade.

- Duque Ricardo? Pergunta Lucy.

- Você conhece?

- Por coincidencia, eu tava num restaurante com o Rodrigo e ele se aproximou de nós se apresentou e deu o cartão pra gente entrar em contato caso precisássemos. Mas nunca ligamos, nem sei se o Rodrigo guardou esse cartão.

- Que incrível coincidência! E são iates de luxos que podem ser vendidos ou alugados. Dá pra faturar mais de vinte milhões.

- Por mês? Os cifrões mexem com Lucy.

- Isso. Responde João.

- Eu to querendo entrar em sociedade de alguma coisa. O Rodrigo quer que eu monte uma imobiliária, mas esse assunto dos iates achei interessante.

- Amanhã uma hora da tarde eu tenho uma reunião com o duque, vamos tratar sobre a sociedade. 

- Eu posso ir com você? 

Lucy dá um sorriso charmoso pra ele.

- Seu sorriso é encantador. Admira João.

- Obrigada. Mas você não me respondeu.

- Sabe qual meu desejo agora? João segue admirando Lucy.

- Dormir? Debocha Lucy.

- Não, beijar sua boca.

- João, acho que você esqueceu que sou casada com seu amigo.

João faz uma proposta para Lucy.

- Se você me der um beijo bem gostoso, eu te levo amanhã pra reunião e te ajudo a convencer o duque a te colocar nesse negócio.

- Hum, isso é chantagem, hein.

O celular dele toca. Ele atende com má vontade.

- Oi amor. Ah porque? Parou? Mas como? Meu carro veio da oficina tem um mês! Eu vou ter que comprar outro. Tá, eu pego um táxi. beijinho. Te amo. Tá, tchau.

João desliga.

- Onde nós paramos mesmo?

- O que aconteceu com sua noiva?

- Meu carro deu problema e ela não vem mais. Agora me dá um beijo.

- Me poupe João. Vou ver um quarto pra você dormir.

Lucy levanta, mas João segura ela pelo braço.

- Não faz isso comigo! Você me fascinou desde o primeiro dia que te conheci. Eu to falando sério. Eu quero muito beijar tua boca.

- Mas eu sou casada. E você está na minha casa. 

- Só um beijinho. E pode deixar que independente de você me beijar ou não, eu vou e levar no Duque. Só um beijinho.

Ele segura o rosto dela e beija. Ela deixa, mas depois afasta ele.

- Tá bom. Agora vai embora.

- Que boca gostosa você tem. Acho que eu to ficando apaixonado por você.

- João, você pensa que não, mas tá bêbado. então vai embora vai. Pega um táxi.

- Eu vou, mas me dá só mais um beijo.

- Não! TchauJoão.

Lucy sobe as escadas. João fica olhando pra ela.

- Essa mulher é demais. Ela me incendeia. 

João vai embora. No quarto da Lucy ela pensa:

- Eu preciso entrar pra essa sociedade e esse tonto que vai me ajudar. Tenho que aproveitar que ela tá fascinado por mim.