Virada - Capítulo 6

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- Oi mãe, oi maninha. - Sophia disse ao entrar em casa e se deparar com as duas a mesa. 

- Filha, demorou tanto. - Deu um beijo na testa da Sophia quando a mesma se aproximou. - Eu tive que botar a mesa pra Jhenny comer. Ela estava com fome já. 

- Tudo bem, mãe, eu que devia ter avisado. - Sorri. - Eu fui para um encontro, sabia? - Sua mãe arregalou os olhos.

- Eu não acredito que você está vivendo a vida normal de uma adolescente, Sophia. - Ela disse espantada e Sophia riu. - Quem é ele? 

- É um carinha da escola, é tudo tão estranho mãe. Ele nunca olhou pra mim, ai agora vive no meu pé. - Ela deu de ombros arrancando um sorriso da mãe. - Mas a gente se da bem, a gente conversa sobre um monte de coisa, ele toca violão e canta também. 

- Me parece um bom partido hein, já deu uns beijinhos nele? - Sophia corou até a raiz dos cabelos. 

- MÃE! - Disse alto fazendo a mãe gargalhar. - Eu não beijei ninguém ainda. 

- Ah filha, é nojento mais é bom, você vai gostar. - Disse rindo e deixando Sophia ainda mais sem graça. 

- Eu também quero beijar alguém. - Jhenny disse nos roubando a atenção. 

- Ih, olha essa menina, mãe. - Sophia riu. - Primeiro tem que crescer. 

- Mas você é pequena, irmã. - Disse espertinha. 

- Ficar mais velha, bobona. - Deu um beijo  na irmã. - Vou tomar um banho. 

- Vai lá, beijoqueira. - Sophia mandou língua pra mãe e foi até seu quarto. 

Poder contar as coisas para a sua mãe era uma sensação boa, ela tinha com quem conversar, mas as coisas ruins que aconteceram hoje, Sophia preferiu esconder, mas não tirava da cabeça a cena daquela menina beijando Micael no meio do almoço dos dois. Aquilo remoeu ela a tarde toda, não conseguia entender o que estava acontecendo, talvez Micael só estivesse querendo uma amiga e ela tivesse entendendo errado. 

Depois de remoer aquilo o dia inteiro, Sophia resolveu estudar um pouco, ela não deixaria mais aquilo a atrapalhar. Mas assim que pegou o livro, ouviu seu celular tocando e bufou ao ler o nome de Micael. 

- Oi. - Atendeu sem a menor animação. 

- Está muito chateada comigo? - Perguntou apreensivo do outro lado da linha. Micael não percebia, mas estava realmente se importando com aquela garota. 

- Eu não ligo nem um pouco para as suas amizades. - Disse seca e Micael deu um suspiro. 

- Eu não esperava que eles iam aparecer ali e muito menos que a Aline ia me agarrar. Me desculpa. - Isso confundiu a cabeça dela mais uma vez. Por que diabos Micael se importava tanto ao ponto de dar satisfação. 

- Eu não entendi porque está me pedindo desculpas. - Deu de ombros mesmo sabendo que ele não poderia vez. - Micael, eramos dois colegas de classe conversando. Seus amigos e sua namorada chegaram, eu sai. Só. Nada mudou. 

- Ei, Aline não é minha namorada. - Disse rápido. - Nem é mais nada, já falei com ela. - O coração de Sophia acelerou. O que será que esse cara estava planejando?

- Micael, eu não sei o que está pensando dessas nossas conversas. - Suspirou. - Eu não sou igual a essas meninas da escola. Eu não vou me sujeitar a ser a menina da semana para você. Aceitar ser tratada igual você as trata. Eu sou diferente, então seja lá qual for seu plano, eu acho melhor você desistir. 

- Ei, eu sei que você é diferente. - Fez uma pausa e os dois ficaram ouvindo suas respirações. - É só que... Eu nunca me senti tão bem com uma garota como quanto me sinto com você. 

- Micael... 

- Deixa eu terminar. - Ele interrompeu a loira. - Não deixe que meus amigos idiotas estraguem o que nós estávamos começando a ter. Nossas conversas são agradáveis. Normalmente eu nem converso com as meninas, elas só querem saber do meu pau e da minha popularidade. 

- MICAEL! - Gritou com vergonha e fez Micael rir. 

- Desculpa, eu esqueço que você não fala dessas coisas. - Suspirou. - Bom, Soph, eu espero que você não deixe que estraguem nossa amizade e eu ainda vou esperar que você venha na minha casa pra tocar comigo. Tenho que desligar, beijos. - Não esperou sua resposta e desligou o aparelho. Sophia estava eufórica, ela realmente gostava de Micael. Bom, ia observar se ele falou a verdade amanhã na entrada pra aula. Expulsou tudo da sua mente e se pôs a estudar, independente de gostar ou não dele, não podia perder o foco. 


Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora