Virada - Capítulo 50

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- Oiiiii - Micael disse empolgado quando viu sua amada abrir a porta. Era sábado e pra conseguir ficar com Sophia, teria que aturar a pestinha também. 

- Oi. - Ela disse nem um pouco empolgada e voltou para a sala. O moreno a seguiu. 

- O que foi? - Perguntou já de cara amarrada. - Ainda o estresse por causa de ontem?

- Você não devia ter defendido o Thiago. - Cruzou os braços, a sala que antes estava com pessoas, agora magicamente só tinha os dois. Micael suspirou. 

- Você vai realmente começar com isso de novo? - Disse bravo. - Eu quero ficar bem com você e você fica se importando com aquele cara.

- Aquele cara é o pai da minha filha. - Ela colocou agora as mãos na cintura.

- Aquele cara quase te matou e parece que você esqueceu. - Falou no mesmo tom. - Ele te agrediu, você diz que me ama, mas ele inventa que vai sair com alguém e você morre de ciumes. 

- Que ciumes o quê! - Bufou. - Estou preocupada com o tipo de pessoa que minha filha vai conviver. 

- Sophia a quem você pensa que engana? - Foi a vez de Micael cruzar os braços. - Você vai acabar fodendo a nossa relação se não parar com essa besteira. Eu estou cansado disso já. 

- Disso? - Apontou para si mesma. - "Isso" sou eu?

- Isso é a forma como você me trata. - Ele desabafou. - Isso vem desde a escola, eu corria atrás de você e você me esnobava, até ai tudo bem porque eu tinha feito merda. Agora até depois de velho eu corro atrás de você que nem idiota e você continua fazendo a mesma coisa?! Chega, eu não aguento mais. 

- Ei, eu não estou te esnobando. - Ela disse agora nem um pouco brava. - Eu não fiz isso. 

- Não? - Ergueu uma sobrancelha. - Desde que cheguei tenho dito para ficarmos juntos e você nega, ai um dia você chega, decide que me ama e que vai ficar comigo pra no mesmo dia dizer que ia dar uma chance para o seu casamento. 

- Micael, isso foi outra história. - Tentou se defender, mas ele ergueu uma mão a interrompendo.

- É a mesma história. Agora, depois de meses juntos, o cara fala qualquer coisa e você já fica mordida de ciumes. Sophia, eu mereço mais e tô achando que essa nossa história devia ter ficado no colegial. 

- Micael, pelo amor de Deus. – Disse desesperada. – Você não precisa falar assim. Eu amo você, nunca menti sobre isso.

- Então esquece de vez esse idiota do Thiago e para de se importar com o que ele faz da maldita vida dele. – Falou alto e Júlia apareceu ali de surpresa e lhe deu um chute na canela.

- Não pode falar assim do meu papai. – Cruzou os braços e fez careta. – Não pode falar palavrão.

- Júlia, você não pode chutar as pessoas. – Sophia repreendeu e a menina desmanchou a careta e já armou um biquinho que sempre comovia Sophia. – Não faz essa cara, você tem que pedir desculpas.

- Não vou pedir desculpa nada. – Gritou. – Ele mereceu por falar do meu pai.

- Júlia, pelo amor de Deus, coopera filha. – Disse toda calma e arrancou suspiro de Micael.

- Você que devia fazer isso ai e ficar com meu papai. – Falou isso e saiu correndo, Sophia ficou olhando por onde ela foi e depois voltou a atenção a Micael. – Me desculpa por ela.

- Sophia, você precisa ter autoridade com essa menina, ela não tem o mínimo de respeito por você. – Ela se jogou no sofá com olhos fechados. – Eu estou falando sério, ela é assim com quatro anos, imagina mais velha.

- Eu não sei o que fazer com ela. – Foi sincera. – Eu não sei ser mãe, Micael. Realmente eu não sei. – Abriu os olhos e estava quase chorando. O moreno se sentou ao seu lado e segurou sua mãe.

- Ninguém nasce sabendo, mas você pode aprender se realmente quiser. Não que eu possa ensinar. – Ele riu. – Mas eu você adora crianças, sempre se deu bem com a sua irmã. É tudo jeito.

- Suas palavras fazem parecer fácil. – Sorriu. – Eu queria que ela fosse sua filha, nossa filha...

- Ah, eu não queria não. – Fez cara de assustado.

- Coitada da minha filha. – Deitou a cabeça em seu peito. – Ela só sente falta do pai dela, não tenho culpa se ele é um psicopata violento.

- Soph, eu não vou deixar sua filha me desrespeitar a vida toda, você sabe disso né? – Ela o olhou nos olhos.

- Eu não estou pedindo para que faça isso. – Deu de ombros. – Ela é difícil de lidar, mas vai acabar se acostumando.

- Você devia é dar umas palmadas nela. – Sophia arregalou os olhos.

- Não se educa um filho batendo nele. – Cruzou os braços e fez Micael bufar.

- Depende bastante da situação. – Ficaram em silencio. – Mas eu vou tentar me aproximar dela, Soph.

- Eu te amo demais. – Ele a beijou e Júlia que estava escondida olhando resolveu voltar para sala, como seu pai tinha lhe dito para fazer.

- Mamãe. – Disse dengosa. – Eu quero aguinha. – Sophia se afastou de Micael.

- Mãe vai pegar para você quando você pedir desculpas ao Micael. – A menina suspirou.

- Desculpa. – Sussurrou e fez a mãe sorrir. – Pode me dar?

- Vou buscar, espera ai. – Se levantou e foi para cozinha, a menina sentou ao lado do padrasto, que estava em silêncio.

- Você não vai ficar com a minha mamãe. – Ela disse pra Micael que a olhou sem entender. – Ela tem que ficar com meu pai.

- A sua mãe não quer ficar com o seu pai. – Deu de ombros sem se importar com a presença da criança.

- Você está atrapalhando, meu pai disse que a culpa é sua. – Ela disse com raiva e fez o rapaz virar os olhos.

- Eu não vou discutir com uma criança. – Ficaram em silêncio por um tempinho, até finalmente Júlia colocar em pratica o que o pai a tinha mandado fazer.

Ela pulou em cima de Micael que levou um susto, ela batia nele várias vezes, aquilo não doía é logico, mas ele teve que segura-la pelo braço, não ia deixar aquela menina fazer aquilo.

- Me solta. – Começou a fazer um escândalo e a chorar. – Você está me machucando. – Ela gritava, mas ele não a soltou. – Me larga. – Gritou mais uma vez. Parece que todo mundo daquela casa resolveu aparecer devido ao escândalo de Júlia. – Socorro, mamãe. – E então a ficha de Micael caiu e ele percebeu o que a menina tinha feito. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora