Virada [EM REVISÃO]

Virada - Capítulo 74

- Tem que se sentir culpada mesmo, porque foi um pouco pesado o que você fez. - Falou desconfortável após pedir um suco de abacaxi para o garçom. 

- Eu não nego. - Suspirou. - Mas eu me arrependi de ter deixado as coisas chegarem a esse ponto. Teria sido tão mais fácil se eu tivesse terminado antes. 

- E bota mais fácil nisso né Vanessa. - Rolou os olhos. - Ele me contou a historia hoje e eu fiquei de boca aberta. 

- Você também vai ficar com raiva de mim? - Bebericou sua cerveja. - Por favor não né?! 

- Raiva não, mas sei lá. É tão estranho. 

- Você tem noção de quantas vezes eu tentei conversar com ele pra pedir desculpas e explicar o que aconteceu? - Gesticulou com a mão e em seguida bebeu mais cerveja. 

- Do jeito que ele é teimoso, eu duvido bastante que você consiga pedir desculpas por uma coisa dessa. Ele vai ter raiva de você o resto da vida, Vanessa. 

- Eu sei que sim. - Deu de ombros. - Não o culpo, mas é bom saber que ele encontrou uma pessoa legal e que está feliz agora! - Sorriu pra Sophia e segurou sua mão por cima da mesa. - Se não for pedir muito, será que você pode matar a minha curiosidade e me contar como o conheceu? - soltou a mão de Sophia e a encarou rindo. 

- O conheci na escola, no ensino médio. - Deu de ombros. 

- Mas a família do Micael sempre teve dinheiro, bem diferente da nossa. - Gargalhou. - Como que você conseguiu estudar no mesma escola que ele?

- Eu ganhei uma bolsa. - Deu de ombros. - A eu conheci o garanhão. - Rolou os olhos. - Imagina, eu toda nerdzinha interessada no idiota que trocava de menina como quem troca de roupa. 

- Sofreu na escola hein. - Fez uma careta antes de dar outra golada na cerveja e voltar a encher o copo. 

- Eu sofri foi com uma aposta idiota que ele fez. - Deu de ombros e Vanessa arregalou os olhos. 

- Meu Deus, você foi a menina da aposta da virgindade? - Sophia assentiu com vergonha. - Eu não acredito que foi você. 

- Aquele sem vergonha te falou isso é? 

- Na verdade eu encontrei um DVD no armário dele. - Deu de ombros. - Quem ainda tem DVD nos dias de hoje? 

- Ai meu Jesus, me diz que você não viu aquilo! - Tampou o rosto com as mãos e arrancou gargalhadas da amiga. 

- Não vi, eu questionei ele sobre o que era e ele falou. - Deu de ombros e Sophia encarou o suco, mexendo no canudo. - Com a maior cara de pau do mundo. 

- E bota cara de pau mesmo! - Resmungou. 

- Eu o obriguei a jogar fora quando soube o que era, ele quebrou. Pode ficar tranquila. - Ela riu e Sophia ficou com o rosto extremamente corado. 

- Obrigada, eu acho! - Sugou um pouco do suco. - Agora vamos falar de você e deixar o Micael na casa dele. - Elas riram e ficaram conversando. 

Elas conversaram por horas e já era noite quando deixaram o barzinho. Tinham botado todo seu assunto em dia e parecia que ainda tinha muito o que falar. 

- O que você acha de ir lá pra casa? - Sophia perguntou simpática. - Minha mãe tá doida pra te ver também. 

- Sério? - Mas a mulher olhou no relógio e fez uma careta. - Mas tá bem tarde, amanhã eu vou ter que trabalhar cedo e sem roupa e tals. 

- Para de bobeira, eu também vou trabalhar cedo amanhã, você pode dormir lá em casa. Aquela cobertura é imensa. 

- Então tá bom, vamos. - Sophia bateu palminhas e chamou um uber, que não demorou a chegar. 

Quando chegaram em casa, Branca se surpreendeu ao ver Vanessa ali. Deu um abraço na menina e as duas começaram a conversar. Sophia levou a filha pra tomar um banho e quando as duas desceram, foram jantar. 

Vanessa e Sophia passaram boa parte da noite também contando coisas que tinham acontecido na vida das duas. Eram tantas histórias que pareciam que ficariam acordadas a noite inteira. Comeram algumas guloseimas e dormiram uma por cima da outra, sem nem perceber. 

No dia seguinte as duas tomaram banho e Sophia deu a Vanessa uma escova nova das que tinham guardadas no armário do banho. A mulher também vestiu uma roupa de Sophia e as duas desceram as escadas rindo de alguma coisa. 

As risadas cessaram quando chegaram a mesa do café da manhã e encontraram Micael comendo com Branca, Jhenifer e Júlia. Ele encarou as duas e apenas soltou um suspiro pesado. Soph se apressou e foi lhe dar um selinho. 

- O que está fazendo aqui? - Perguntou rápido. 

- Eu vim ver se estava tudo bem, você não mandou uma mensagem ontem a noite, só sumiu. - Deu de ombros. - Fiquei preocupado, mas pelo visto estava tudo ótimo. 

- Amor, eu esqueci de avisar. - Se sentiu culpada.

- Teve um ótimo motivo. - Deu de ombros. - Não vai comer? 

- Vou. - Olhou pra amiga. - Senta, Vanessa. 

- Eu vou embora. - Ele se levantou praticamente na mesma hora em que a mulher sentou. 

- Amor, pelo amor de Deus. - Fez uma careta. - Não vamos brigar. 

- Não estou brigando com você. - Fez carinho em seu rosto. - Eu só não vou ficar no mesmo ambiente que aquela vagabunda ali, perdi até a fome. 

- Micael! - A repreendeu. - A Júlia está aqui. 

- Tem razão, me desculpa. - Suspirou. - Até mais. 

- Pelo amor né Micael, já está na hora de parar com isso. - Vanessa se levantou e falou alto, Mica se virou e a encarou. - Não é possível que a gente não possa tomar café no mesmo lugar. 

- Você é podre, vou passar até mal. - Sorriu de lado. - Faço questão de me afastar do que ficar aqui vendo essa sua cara ridícula. Agora me faz um favor, não fala mais comigo não. - Deu um selinho em Sophia e saiu da casa. 

- Menina, o termino de vocês foi péssimo mesmo hein! Nunca vi o Micael falar desse jeito com ninguém que não fosse o Thiago. - Branca deu um risinho. 

- Eu trai ele, tia. - Confessou num suspiro. - Ele viu. 

- Eu fiquei sabendo da traição... 

- Pois é. - Suspirou. - Soph, será que a gente pode ir, perdi a fome também. 

- Vamos, eu como na rua. - Olhou sua filha. - Acabou amor? - A menina assentiu. - Então vamos! Tchau família. 

E elas foram para o carro de Sophia, que deixou a filha na escolinha e a amiga no trabalho. - Depois vamos marcar outra coisinha. - Falou a amiga que já estava do lado de fora do carro e em seguida foi para a empresa encontrar com o seu namorado.