No dia seguinte Sophia acorda super bem disposta. Ela coloca seu robe e vai para o banheiro fazer suas higienes matinais. Ela sai cantarolando uma musica e desce para a cozinha. Sua mãe e sua irmã já estavam tomando café.
- Gente, eu estava achando que acordei cedo. - Ela riu e mais uma vez lembrou-se de tomar analgésico. - Vocês bateram o recorde.
- Sophia, já passa das oito, nem esta cedo. - Branca riu. - Vejo que está bem humorada hoje hein.
- Estou sim. Vou levar a Júlia para a creche e procurar um apartamento. - Jhenifer fez uma careta.
- Mas já? Você chegou aqui ontem. - Encarou a irmã. - Eu amo você aqui com a gente.
- Eu amo ficar aqui com vocês, mas eu preciso agir a minha vida. - Sorriu de leve. - Um apartamento legal pra eu ficar com a Júlia.
- Que besteira. - Branca falou. - Você não precisa morar sozinha, pode ficar aqui com a gente. - Ela sorriu maléfica antes da próxima frase. - Se quer um apartamento pra poder dormir com o Micael, eu não sou careta, podem ficar aqui. - Ela gargalhou quando viu o tom vermelho aparecendo pelas bochechas de Sophia.
- Não tem nada a ver com ele. - Sophia envergonhada ficava uma graça. - Eu nem namoro com ele.
- Ah, eu sou mãe moderna, sei que não precisa namorar pra fazer coisinhas. - Ela estava conseguindo deixar Sophia ainda mais desconfortável.
- Mãe, acho que a gente devia mudar de assunto. - Ela começou a adoçar a xícara de café. - Olha a Jhenifer ai.
- A Jhenifer já tem quinze anos e sabe muito bem como os bebês são feitos. - A caçula falou fazendo Sophia arregalar os olhos e a mãe rir.
- Meu Deus, não vai me dizer que você não é mais... - Não completou a frase, na verdade não queria nem saber.
- Eu sou ué, mas isso não significa que eu não saiba nada sobre sexo. - Sophia deu uma golada em seu café e se levantou da mesa.
- Eu vou é acordar a Júlia, vocês duas estão saidinhas demais. - Saiu balançando a cabeça enquanto as meninas riam á mesa.
Sophia acordou a filha e deu banho nela que ainda estava bem sonolenta. Levou a menina para a mesa e pediu a mãe que lhe desse comida enquanto ela mesmo se arrumava. Subiu e tomou seu banho, até que bem rápido.
Vestiu uma calça jeans e blusa lilás simples, calçou uma sapatilha, pegou as chaves, bolsa e o celular e desceu. Se aproximou da mesa e fez carinho na cabeça de sua filha.
- Vamos, princesa? - Ela balançou a cabeça e levantou da mesa, pegou sua mochila e foi caminhando para a porta. - Até mais gente. - Deu um beijo nas mulheres de sua vida e foi atrás de Júlia. A prendeu na cadeirinha e deu partida no carro, a menina não falava nada e Soph apenas suspirou. - Tenha um bom dia de aula, filha. - Deu um beijo na testa da menina ao deixa-la na creche.
Ficou observando a filha caminhar pra dentro com algumas amiguinhas e não sabia o que fazer para que essa relação melhore. Precisava retomar suas amizades agora que tinha se livrado de Thiago. Encostou no carro, decidiu que não ia procurar um novo apartamento hoje. Tirou o celular da bolsa e discou o número de Lua, que atendeu pouco antes da ligação da caixa postal.
- Ei, quanto tempo. - Surpreendentemente, sua voz era simpática.
- Oi, Luinha, está no trabalho? - Ela entrou no carro e fechou a porta, estava calor demais, precisava do ar condicionado do carro.
- Que nada, estou em casa, me obrigaram a tirar férias, eu já estava quase juntando duas. - Ela riu. - E você, que milagre é esse me ligando essa hora?
- Eu também estou de férias, queria conversar. - Ela falou baixo. - Eu tenho tanta coisa pra contar.
- Ah, então vem aqui em casa. - Sugeriu simpática. - Mas se for pra reclamar desse seu maridinho de merda, eu vou te expulsar daqui.
- Ex-maridinho de merda. - Virou a chave e o motor ganhou vida. - Como eu disse, tenho muita coisa pra contar.
- Ah, eu não acredito que você finalmente largou aquele cara, aposto que tem dedo do Micael no meio dessa história. - Lua soltou uma gargalhada.
- Pare de tentar adivinhar, estou indo praí. Beijinhos. - Desligou o aparelho e entrou no tráfego.
Micael estava trabalhando que nem um condenado para colocar todo o trabalho em dia e o expediente mal tinha começado. Ele fez uma pausa para beber água e infelizmente para ele deu de cara com Thiago que estava passando por ali. Aquele cara só sabia voar e ficar de conversinha pelos corredores. Assim que Thiago viu Micael passando, ele foi beber água também.
- Quer dizer que você está namorando com a Sophia?! - Disse depois de dar uma golada em seu copo d'água.
- Por que você não se mete na sua vida? - Completamente ignorante, os dois não se suportavam e aquilo era claro.
- Porque ela é a minha vida. - Micael rolou os olhos.
- Nossa, tão fofo, nem parece que é um estuprador e um quase homicida. - Thiago já estava espumando de ódio. - Sophia não é mais nada sua, quanto mais rápido você aceitar isso, mais rápido sua vida vai ficar melhor.
- Sophia continua sendo minha esposa. - Seu olhar era tão debochado que a vontade de Micael era enfiar um soco na cara dele. - Vai ser pra sempre a mãe da minha filha, então eu acho que nunca vou me afastar.
- Você é escroto demais, ela não quer mais nada com você. - Abalou um pouco a confiança de Thiago. - Você precisa procurar tratamento.
- Ela está com raiva do que eu fiz, mas ela vai voltar, ela sempre volta.
- Ela não vai voltar, ela tem um homem de verdade pra cuidar dela, não precisa mais de você. - Thiago não falou nada, apenas abaixou a cabeça. - Ela ainda não namora comigo, mas eu tenho certeza que ela me ama, ou então não teria traído você comigo não é mesmo?
- Vai ter volta. - Disse com raiva e Micael sorriu. - Vai ter volta.
- Estarei esperando. - Encheu seu copo mais uma vez e voltou para sua sala, estava com muito trabalho pra ficar de conversinha no corredor. Respirou fundo e se jogou nos papéis, agora só sairia dali na hora do almoço para encontrar sua Sophia.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...