Virada - Capítulo 97

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- Pelo amor de Deus, vocês tem que me escutar! - Ele puxou o braço de Lua já bem perto da porta. - Eu consigo explicar tudo aquilo. 

- Eu não acho que você tenha que explicar pra gente. - Mel cruzou os braços. - Eu achei que você tivesse mudado, Micael. 

- Gente, eu não fiz nada! - Arregalou os olhos e juntou as mãos. - Eu juro, eu não fiz nada. 

- A gente viu você beijando aquela vara pau. - Lua cruzou os braços, sua expressão não era nada amigável. 

- Por favor, vamos conversar. - Implorou. 

- Eu não estou afim. - Mel encarou Lua e as duas concordaram. 

- Escutem, a Sophia está muito estressada por isso que veio parar aqui, eu não quero que nada a deixe ainda mais estressada, entenderam? 

- Ai nós devemos encobrir essa sua traição? - Lua ergueu uma sobrancelha. - Micael, no hospital onde ela está. Conseguiu ser mais falta de respeito. 

- Primeiro que eu não beijei a Duda, foi ela que me agarrou. - Soltou um longo suspiro. 

- Amorzinho, você um homem desse tamanho e não consegue se defender daquela magrela? - Mel tocou seu ombro. - Se fosse um cara com certeza você ia impedir antes que ele conseguisse te beijar. Mulher não dá?

- Mel, eu juro, nós estávamos conversando e de repente ela me beijou. Eu fiquei sem reação, nem gosto dela e não sinto nenhuma atração. 

- Querido, traição é traição e a Sophia merece saber dessa pouca vergonha. - Lua disse brava e tentou se soltar da mão firme de Micael, mas ele continuou segurando. - Ela não pode ter saido de um casamento horroroso com um marido violento pra cair num com um safado, cafajeste. 

- Pra sua informação, não teve traição nenhuma! - Soltou seu braço e ela o encarou. 

- E o que foi que nós vimos? 

- Eu terminei com a Sophia ontem. - Ele não queria contar aquilo pra ninguém. - Eu mesmo vou contar que a Eduarda me agarrou, mas em outra ocasião quando ela estiver bem. Por favor, não piorem as coisas. 

- Vocês terminaram? - O olhar das meninas ficaram gradativamente mais calmo. - Sophia deve estar péssima. - Lua suspirou. - Ok, Micael. Se vocês já terminaram isso não é da minha conta então. Você faz da sua vida o que quiser. 

- Obrigado. - Ele sorriu. 

- Não faço nada por você. - Lua lhe deu um olhar de desprezo. - Eu achei que você tivesse fazendo bem pra Sophia, mas pelo visto me enganei. E pode ter certeza de que eu vou perguntar a Sophia se vocês terminaram mesmo. - Segurou a mão de Mel e as duas o deixaram sozinho no corredor. Ele colocou a mão na cabeça e respirou fundo, precisava achar um jeito de contar o que tinha acontecido. 

- Meu amor! - Lua entrou falando um pouco alto e correu para abraçar a amiga, seguida de Mel. - Como é que você está?

- Eu estou bem fisicamente e péssima emocionalmente. - Já tinha os olhos cheios de lagrimas. - Vanessa, essas são minhas amigas da escola! - Elas deram um beijinho no rosto. 

- Nós soubemos o que aconteceu, sentimos muito pelo que aconteceu. - Sophia balançou a cabeça. 

- O que vocês sabem? - Encarou as amigas. 

- Encontramos o Micael ali na sala de espera. - Foi só o que se limitaram a dizer. - Ele nos contou que vocês terminaram. 

- Esse idiota ainda está aqui? - Disse brava e ganhou um puxão de orelha da mãe. 

- Pelo visto a briga foi feia mesmo. - Sophia assentiu. - Dedinho podre que a bonita tem. 

- Nem me fala. - Suspirou. - Mas agora eu não me importo mais com o que ele faz da vida dele. Só quero saber das minhas menininhas e pronto. 

- É assim que se fala, você já superou ele uma vez, supera de novo. - Lua segurou a mão da amiga que soltou uma risada sem som. Aquilo era bastante doloroso pra ela porque ainda o amava demais. 

Sophia teve alta no mesmo dia e Osvaldo e Branca a levaram para casa. As amigas acabaram por seguir seu caminho. Micael não tinha saído do hospital e Sophia ficou surpresa ao vê-lo sentado perto da entrada, no fundo ela ficou feliz, mas não falou com ele, apenas seguiu seu caminho. 

- Como você está, mamãe? - Júlia perguntou assim que Sophia se deitou no sofá. - Eu soube que foi parar no hospital. 

- Eu estou bem, meu amorzinho. - Deu um beijo e puxou a menina para deitar junto com ela. - Eu e a sua irmã. 

- Mamãe, ela não tem nome? - Sophia soltou uma risada. 

- Nem eu e nem o pai dela pensamos em um nome pra ela ainda, você gosta de algum? - A menina assentiu muitas vezes e se virou para olhar nos olhos da mãe. - Então diga, qual é?

- Eu gosto de dois. - Sua empolgação era tão nítida que tinha animado um pouco Sophia. - Um é Laura. 

- Mas por que Laura? - Fez uma careta. - Nome de velho, filha. - A  menina riu da cara que a mãe estava fazendo. - Qual o outro?

- É o nome da minha boneca! Cléo. - Sophia pensou por alguns instantes. - Cléo não é velho não, mamãe. 

- Não é filha, eu gosto de Cléo, é simples e bonito. - Fez carinho em sua cabeça. - Acho que podemos chama-la de Cléo! 

- Oba! - A menina se levantou e encostou a cabeça na barriga da mãe, depois se afastou um pouco e fez carinho. - Ouviu Cléo, seu nome agora é Cléo! - E o bebê mexeu fazendo com que Sophia sorrisse. 

- Acho que ela gostou do nome! - Puxou a filha de volta para o sofá e a abraçou forte. - Amo demais vocês duas! 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora