Virada - Capítulo 25

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- Então quer dizer que o seu trabalho aqui é ficar jogando bolinha de papel com seu subordinado? - Thiago disse assim que entrou nada sala e viu sua esposa aos risos com aquele homem. - Em Sophia, me responde! - Ele falou alto e Sophia se encolheu. 

- Ei, você não precisa fazer esse show todo por causa de uma brincadeira. - Micael parou ao lado de Sophia e irritou ainda mais o Thiago. - Só fizemos uma pausa no trabalho. 

- Pausa no trabalho, Senhor Borges? - Micael assentiu. - Não é pra isso que existe horário de almoço e a hora do lanche mais tarde? 

- Para de ser hipócrita. - Micael não tinha papas na língua. - Você para seu trabalho o tempo inteiro pra vigiar a Sophia. 

- Olha como você fala, insolente. - Bufou bem perto da cara de Micael. - Eu faço o que eu quiser aqui dentro. 

- Se afasta de mim. - Disse entredentes. - Agora. 

- Ou o que? - Comprou briga dando mais um passo pra perto. Sophia se mexeu e entrou no meio. 

- Chega, Thiago. - Ela disse com um pouco de medo. - Não aconteceu nada aqui. 

- Tem certeza, Sophia? - Ele segurou tão forte no braço da menina que ela estava agoniada. 

- Você está me machucando. Solta. - Ela falava enquanto tentava se soltar. Geralmente, ele largava, mas dessa vez sua raiva era tão grande que não conseguiu. 

- Solta ela! - Micael falou alto. - Larga ela agora! - Thiago empurrou Sophia pra longe, ela desequilibrou e caiu. Micael se irritou ao máximo, viu o loiro que vinha pra perto e acertou um soco em seu queixo que o fez cambalear. - Agora você vai se entender comigo, mané. 

- Você é um idiota. - Falou alterado antes de ir pra cima e tomar outro soco. Sophia se levantou e saiu correndo atrás de ajuda. Ia atrás de seguranças, mas seu sogro vinha passando, ele sempre tirava a hora de almoço mais tarde, quando tinha um tempo. 

- Osvaldo, eu preciso de ajuda. - Ela disse esbaforida. - Vem, rápido. 

- O que aconteceu? - Perguntou alarmado. 

- Micael e Thiago vão se matar. - E os dois correram pra dentro. Osvaldo ficou parado quando olhou o estado da sala. cadeira derrubada, muitos papeis no chão e o computador de Sophia por pouco não teve o mesmo destino. 

- Chega! - Ele gritou fazendo os dois pararem na hora. - Vocês acham que estão onde? - Os dois encaravam Osvaldo com culpa, sabiam que estavam errados. - Que merda que está acontecendo aqui?

- Esse cara me deu um soco, só porque eu entrei aqui pra ver a minha esposa. - Thiago se fez de vitima e ajeitou o paletó, Micael apenas bufou. - Não foi, Sophia? - Ela não tinha resposta, se mentisse iria complicar o Micael, se falasse a verdade iria ter que se entender com o marido mais tarde. 

- É mentira. - Micael se pronunciou. - Eu sou da paz Osvaldo, mas eu odeio injustiça. 

- Que injustiça? - Perguntou interessado. 

- Ah, pai, esse cara vai inventar uma historia pra se safar. - Thiago falou antes de Micael e recebeu uma olhada feia do Pai. Logo ficou quieto. 

- Fala, Micael. - Ele assentiu antes de começar a falar. - Preciso entender o que aconteceu aqui. 

- Eu estava conversando com a Soph, esse cara entrou arrumando briga, gritando. O senhor me desculpe, mas eu não aguento ver esse tipo de coisa, ele estava claramente exagerando. - Osvaldo apenas assentia. - Sophia ficou entre nós dois e ai ele a segurou, ele a machucou. Ainda empurrou que ela caiu sentada ali. - Apontou o local. - Eu não tenho sangue de barata, ele não vai bater em mulher na minha frente. 

- Bater em mulher? Eu não bati na Sophia. - Bufou. 

- Filha, isso é verdade? - Sophia ainda não conseguia falar. 

- Olha o braço direito dela. - Osvaldo assentiu e conseguiu ver a marca vermelha. Abraçou Sophia e lhe deu um beijo no topo da cabeça. 

- Sophia, vai tomar uma água. - Ela saiu da sala. - Micael, você pode arrumar essa sala? - Ele perguntou simpático e Micael assentiu. - Vem, Thiago. Nós vamos conversar na minha sala. - Thiago bufou, mas seguiu o pai até a sala. 

- Você é idiota ou o que? - Osvaldo gritou para o filho. - Como que você bate na sua mulher?

- Eu nem bati nela. Aquele cara está exagerando. - Debochou. - Me admira o senhor acreditar nele. 

- Para Thiago, nada de joguinhos. - Estava sem paciência alguma. - EU NÃO CRIEI FILHO COVARDE. SE EU SOUBER QUE VOCÊ OUSOU BATER NA SOPHIA OU NA JÚLIA...

- Vai fazer o quê? - Adorava desafiar a autoridade do pai, não tinha nenhum respeito. - Me diz velhote, vai me bater também. 

- Não, eu vou te deserdar. Você não vai ter mais nenhum centavo meu. 

- Eu sou seu único filho. - Ele agora estava preocupado. - O senhor não pode fazer isso. 

- Eu doo a empresa inteira para a caridade em testamento, eu faço alguma coisa. - Encarou o filho. - Mas eu não vou te ajudar a maltratar a mulher que faz de tudo por você. Que fica do seu lado mesmo você sendo esse machista insuportável. 

- Ok, o senhor ganhou. - Ergueu as mãos. - Eu não vou fazer mais nada e nem falar mais nada. Satisfeito? 

- Só depois de ouvir da Sophia o que aconteceu. - Cruzou os braços. - Agora vai para casa. Tira o resto do dia de folga, vai cuidar dessa cara que pelo visto o Micael fez um estrago. - Riu um pouco. - Pegar a Julia na escola. 

- Tá bem. Será que eu posso me despedir da Sophia? - Osvaldo fez uma careta. 

- Vai. - Continuou encarando o filho. - Mas se você arranjar confusão... 

- Não vou fazer nada, relaxa. - Ergueu os braços e saiu da sala, indo atrás de Sophia. 

Sophia não demorou até voltar a sala, ela segurava o braço e tinha o rosto assustado. Micael botou os papeis em cima da mesa de qualquer jeito e foi lhe dar um abraço, ela aceitou de bom grado. 

- Como você está se sentindo? - Perguntou a loira que suspirou. 

- Eu não sei te dizer. - Ela estava confusa. - Eu estou pensando em como vai ser em casa. 

- Está com medo de ir para casa? - Ela assentiu e ele se preocupou ainda mais. - Vai para a casa da sua mãe. 

- Eu não vou poder fugir para sempre. - Ela suspirou. - Sophia...

- Ele não vai fazer nada. - Ela se sentou. - Só vai brigar comigo e pronto. Só falar. 

- Você está tentando me convencer ou se convencer? - Ergueu uma sobrancelha e ela riu. - Ótimo, pelo menos você já ri. 

- Você é um bobo. - Foi até ele e o abraçou de novo. Ele tinha virado seu porto seguro. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora