Virada - Capítulo 137

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- Você não se lembra do que aconteceu? - Micael franziu a testa. - De nada? 

- Alguns flash's, mas nada concreto. - Ela suspirou e colocou a mão no pescoço, doía demais. 

- Thiago soltou a Cléo, ela não conseguiu explicar muita coisa, estava assustada demais. - Micael fez uma careta. - Ela chamou a policia e eles chegaram a tempo de resgatar você. - Suspirou. - Aparentemente Thiago tentou te matar de novo. 

- Ele me encurralou na parede. - Fechou os olhos enquanto as lembranças vinham. - Começou a apertar meu pescoço me pedindo desculpas, dizendo que me amava. Disse que se eu não fosse dele, não seria de ninguém. 

- Ele acho que você já estivesse morta no chão e sentou na cama, foi quando a policia chegou. - Segurou a mão da esposa. - Você precisa registrar queixa formal, Sophia. Sequestro, tentativa de homicídio, carcere privado e est... - Se interrompeu, não queria pensar em tudo que ele tinha feito com Sophia com mais de uma semana sozinho com ela. 

- Eu vou prestar, ele mexeu com a minha filha. - Ela estava chorando. - As coisas que ela foi obrigada a escutar... - Emitiu um ruido de nojo. - Como ela está? Eu achei que ele a tivesse matado. Fiquei com tanto medo. 

- Ela está no quarto ao lado, mas está sedada. Ela não conseguia dormir, acordava de hora em hora gritando por pesadelos. Os médicos acharam melhor mantê-la assim por enquanto. 

Antes que Sophia respondesse Branca entrou no quarto com um médico. Ele fez exames em Sophia deu algumas recomendações antes de sair do quarto. Sophia se sentou e encarou a mãe por algum tempo. 

- Thiago me disse uma coisa interessante... -  Ela começou a falar enquanto encarava Branca. - Antes de mais uma vez tentar me matar, ele disse que a fabiana é minha irmã. 

- Como se esse cara não fosse louco o suficiente. - Ela retrucou sem graça. 

- Gêmea. - Tentou encarar a mãe, mas não conseguiu. - Irmã gêmea. Como é possivel isso? 

- Você realmente acreditou nesse cara? - Micael disse baixo. - Só mais uma das mil coisas que ele inventou. 

- A mulher sou eu, Micael. - Argumentou. - Thiago foi até o Rio grande do Sul pra encontrar com uma sósia minha atoa? - Depois da medicação, já conseguia falar bem melhor. Foi quase que instantâneo. 

- Foi, já sabemos que ele é maluco. - O moreno disse irritado. - Não tem credibilidade nenhuma. 

- Explica isso, mãe. - Ela soltou um longo suspiro, deliberando mentalmente sobre contar ou não a verdade. - Eu já tenho idade suficiente pra saber das coisas. 

- O seu pai não morreu. - Disse num suspiro. - Nós brigávamos muito quando eu estava gravida e piorou ainda mais quando vocês nasceram. Renato nunca estava em casa e quando chegava era sempre cansado. Eu de resguardo, cuidando de duas bebês recém nascidas... 

- Você deu um bebê pra ele? - Sophia franziu a testa horrorizada. 

- Eu descobri uma traição, peguei ele no flagra com uma biscate. - Rangeu os dentes. - Joguei tudo o que podia em cima dele e o expulsei de casa. Mas ai começaram os problemas, porque eu não tinha um emprego, não ia conseguir manter vocês duas. - Branca começou a chorar. - Eu não tinha condições. 

- Ai ele foi embora com a mulher e levou um dos bebês? - Branca assentiu para Micael. - Bizarro. 

- Eu não queria deixar que ele fosse embora do estado com a minha filha, mas a familia da biscate dele é de lá, e a bebê ficar com ele foi parte do acordo. E assim ele foi embora com a minha filha, vocês tinham uns dois meses. 

- Como você foi capaz...

- Sophia, eu não estudei, eu não tinha um emprego, eu tive sorte de ter ficado com você. - As duas choravam. - Quando você estava para completar 1 ano eu conheci o pai da Jhenny. Ele te amava tanto e você o amava tanto que começou a chamar ele de pai. Eu não quis estragar as coisas na sua vida contando que seu pai era um miserável que deixou eu e você aqui sozinhas pra morrer de fome.

- Eu acho que esse assunto está pesado demais para o hospital. - Micael se intrometeu. - Sua mãe teve os motivos dela. 

- Você contou para o Osvaldo, ele contou para o Thiago. - Ela secou as lagrimas. - Ele foi atrás dela pra se vingar de mim e se não tivesse ido, eu jamais ia saber que tenho outra irmã. 

- Eu nunca esqueci que a Samanta existia. - Fungou. - Aquele homem deu um jeito até de mudar o nome dela. 

- Sophia e Samanta... - A loira suspirou. - É muita historia pra absorver.  - Descobriu as pernas e se pôs a levantar da cama. 

- Ei, onde pensa que vai? - Micael segurou sua mão quando ia arrancar a intravenosa do braço. 

- Eu não tenho nada quebrado. - Olhou seu corpo. - Eu preciso ver a minha filha. 

- Mas ela está dormindo. - Encarou a esposa. - Não vai adiantar nada. 

- Micael, nós duas passamos por tanta coisa nessa ultima semana. - Suspirou. - Preciso estar do lado da minha filha quando ela acordar, pra ela saber que saímos daquela situação, que estamos livres e bem. - Parou pra pensar um pouco. - Onde está Júlia? 

- Eu não deixei que ela viesse. - Sophia fez cara de brava. - Ei, não briga comigo. A policia me ligou dizendo que tinha encontrado você e que estava aqui. Eu não sabia o que ia encontrar. 

- Como assim? 

- Da outra vez você teve que ficar com um gesso no nariz por um tempo. Dessa vez eu não estava lá pra te ajudar, eu não sabia o que ele podia ter feito com você. Preferi que ela não te visse assim. 

- Pode ligar pra ele e pedir pra vir? - Sua voz ficou doce. - Tudo que eu preciso agora é da minha familia. - Saiu do quarto andando devagar, velaria o sono de sua caçula pelo tempo que fosse necessário. 

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora