Virada - Capítulo 75

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Sophia entrou na empresa completamente receosa do que iria acontecer ali. Não queria mais uma briga com Micael, queria ficar em paz, mas sabia que seria difícil demais. Assim que passou pela porta encontrou o namorado concentrado em alguma coisa no computador. Ele nem ao menos olhou para ela. 

Caminhando até sua cadeira e com um pouco de raiva por ter sido claramente ignorada, ela resolveu falar com ele após alguns minutos sentada em silencio. 

- Começou a trabalhar cedo hein. - Deu uma risadinha, nem está no horário ainda. - Olhou o relógio que tinha no pulso por reflexo. 

- Eu não estou trabalhando ainda. - Deu de ombros ainda sem descolar os olhos do monitor. 

- Ué, está tão concentrado no quê? - Colocou o cotovelo  sobre a mesa e apoiou sua cabeça. 

- Estou procurando uma casa. - Repetiu o dar de ombros e conseguiu deixar a namorada ainda mais intrigada. - Uma casa grande. 

- Amor, eu não estou entendendo. - Franziu a testa. - O que tem de errado com o seu apartamento? 

- Ele só tem um quarto. - Virou o rosto e seus olhos se encontraram com o de Sophia. - Muito pequeno, nós temos dois filhos. - Os olhos dela chega lacrimejaram. - Precisamos de um quarto pra Júlia e um pro bebê. Com certeza é um menino, não vamos poder deixar os dois dormirem juntos pra sempre. Vão precisar de privacidade. 

- Micael, você não está com raiva de mim? - Perguntou num suspiro e ele negou com a cabeça antes de responder. 

- Não, eu não fico com raiva de você por bobeira. - Ela deu um sorriso. - Eu estou chateado por você não ter mandado nem uma mensagem pra mim ontem dizendo que chegou bem. 

- Me perdoa, é que a gente ficou conversando e dormimos do nada, a gente apagou. - Deu um risinho. - Eu juro que nunca mais eu faço isso! 

- Eu acho muito bom. - Finalmente um esboço de um sorriso. - Agora vem pra cá ver essa casa, eu achei maravilhosa. - Ela arrastou a cadeira até o lado de seu amor. 

- Ela é incrível. - Colocou a mão na boca, surpresa. - É linda demais. 

- Eu também achei, de todas as que eu vi, foi a que mais me chamou a atenção. - Sophia saiu de sua cadeira e sentou no colo de Micael que a abraçou. - Ela fica em um bairro residencial, espaçosa, tem quatro quartos, um quintal incrível...

- Essa casa deve ser uma fortuna. - Arregalou os olhos. - Acho melhor procurarmos outra, não precisamos de quatro quartos. 

- Claro que precisamos. - Ela o encarou. - Um vai ser o nosso, ai cada uma das crianças tem o seu e o outro é pra quando você me expulsar do nosso. - Ele finalmente caiu na gargalhada. 

- Eu nunca vou te expulsar do nosso quarto! - Segurou seu rosto e deu um selinho. 

-  Você vive com raiva e estressada. - Riu de novo. - É logico que uma hora vai querer que eu durma no sofá, mas eu estou sendo precavido né. 

- Estou estressada por causa da criança que cresce dentro de mim. - Encarou Micael já com raiva. - A culpa é sua se ela tá aqui. - Ele pegou a mão e colocou sobre o ventre reto de Sophia. 

- Ainda bem que ele está aqui. - Sorriu e toda a raiva de Sophia desmoronou. - Tornando você uma pessoa ainda mais especial pra mim, fazendo com que eu te ame ainda mais. 

- Você é tão maravilhoso! - Pronto, um rio de lagrimas já descia pelo rosto de Sophia. - Eu te amo tanto. 

- Eu sei que eu sou maravilhoso! - Recebeu um tapinha. - Eu sou seu, minha linda. Sempre serei. - Ela o abraçou tão forte e depois ele iniciou um beijo quente que os dois pararam ofegantes, ali não era lugar. 

- Mas ainda acho essa casa um pouco cara pra gente. - Voltou a encarar o monitor. - Eu sei que ganho bem aqui, mas eu não tenho condições de comprar uma casa dessa. - Micael rolou os olhos. - Eu que pago todas as contas lá da casa da minha mãe, complica demais manter esse nível de vida. 

- Sophia, primeiro de tudo, você não vai comprar nada, eu vou. - Ela riu. 

- Você é diretor executivo júnior, recebe menos que eu ainda! - Continuou rindo e Micael fez uma careta. 

- Mas adora jogar na minha cara que eu sou seu subordinado. - Fingiu chateação e a mulher logo se arrependeu do que disse. 

- Não foi isso que eu quis dizer. - Começou a se explicar, mas parou quando Micael começou a rir. 

- Deixa de ser boba, mulher. - Deu um beijo em sua bochecha. - Você sabe muito bem que a minha familia tem dinheiro pra gastar em três gerações e não acaba. - Rolou os olhos. 

- Eu não quero que seu pai fique pagando as coisas pra nós. 

- Minha linda, ele não vai ficar pagando nada. Até porque, a sua mãe vai casar, você não vai precisar mais pagar as contas da casa, certo? 

- Eu não tinha pensado nisso ainda. - Sorriu. 

- Agora outra surpresa. - Fez um pouco de suspense. - Eu já comprei essa casa. 

- Você o quê? - Arregalou os olhos. - Ontem eu fui na casa dos meus pais depois do trabalho e estava conversando com a minha mãe sobre construir uma familia com você. Aí ela me disse que eu ia ter que começar de algum lugar e nós ficamos escolhendo algumas. Nós adoramos essa e ela disse que era presente para o netinho dela. - Terminou a frase rindo. 

- Você só pode estar de brincadeira que nós ganhamos essa casa.  Se levantou num pulo. - Essa casa é incrível, Micael. 

- Tecnicamente o bebê ganhou a casa. - Ele riu. - E tem mais, ela está completamente mobiliada. 

- Então a gente pode se mudar? - Arregalou os olhos. 

- No caso, a gente tem que ir lá, assinar os papéis e entregar o cheque. - Enfiou a mão no bolso e tirou o pedaço de papel retangular. 

- E quando vamos? - Pegou o cheque da mão de Micael e voltou a se sentar no colo. 

- Eu marquei com a corretora hoje, no final do nosso expediente. Ela vai estar lá, nos esperando. 

- Eu não acredito que a gente vai ter uma casa, não acredito que a gente vai morar junto. - Distribuiu beijinhos pelo rosto de Micael. - Eu te amo, eu te amo, eu te amo! 

- Eu também te amo, linda. - Sorriu após sair de um longo beijo. - Agora vamos trabalhar porque o final do expediente tá longe ainda!

Virada [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora