- Você só pode estar de brincadeira. – Lua disse á mesa com Arthur e Sophia. – Sophia, você não pode deixar aquele cara te manipular assim.
- Aquele cara é meu marido, Lua. – Deu uma garfada em seu espaguete. Quando terminou de mastigar, completou. – É o pai da minha filha, se ele não se sente à vontade com isso, não custa nada me afastar. Eu nunca fui amiga do Micael mesmo.
- Sophia, a questão não é o Micael. – Arthur falou devagar. – Thiago controla todo mundo que chega perto de você.
- Vocês estão exagerando demais. – Rolou os olhos. – Eu sei que ele é um pouco ciumento, mas não é para tanto.
- Ah, não mano, você é cega. – Lua realmente se irritou. – Quer saber? Eu cansei.
- Cansou de quê, Lua? – Sophia a olhou irônica.
- Cansei de você e desse seu casamento. Quando você se recusar a fazer alguma coisa que ele mandar e ele te der um soco, você não vem reclamar para mim não. Vamos, Arthur. – Ele deixou algumas notas na mesa para pagar suas partes e os dois se foram. Sophia pagou a conta e voltou para a empresa, ainda na portaria deu de cara com Micael e ia passando direto.
- Ei, não fala nem um oi? – Micael sorriu e encarou Sophia que estava desconfortável ao parar perto dele. – Sophia, o que aconteceu?
- Nada. – Deu de ombros. – Eu só não quero papo. – Ele rolou os olhos, já tinha notado ela estranha na parte da manhã, mas agora estava ainda pior.
- Você e esse seu marido. – Bufou. – Vai Sophia. – Apontou para dentro e ela foi. – Sophia tem que se libertar desse cara logo. – Falou sozinho e ficou mais um tempo ali antes de entrar pra sua sala.
Os dias seguintes foram difíceis para Sophia. Ela realmente estava tentando se manter afastada e só conversava com Micael coisas profissionais. Nas horas de almoço, Arthur e Lua não tinham mais ido almoçar com ela e ela estava se sentindo extremamente sozinha.
- Por que você está com essa carinha? – Thiago perguntou. Era noite e estavam na cama, prontos pra dormir. – Tem alguma coisa te incomodando?
- É que parece que eu estou tão sozinha. – Ela suspirou, se acomodando em seguida em seu peito.
- Sozinha? Amor, tem eu e tem a Julinha, a gente te ama tanto. – Faz cafuné em sua cabeça.
- Eu sei, mas é que meus amigos, eles não aparecem pra almoçar comigo tem um bom tempo.
- Lua? – Sophia assentiu. – Ela nunca foi sua amiga mesmo, nunca deu força pra gente. Nunca vi um amigo que não quer ver o outro feliz.
- É logico que ela é minha amiga. – O marido bufou. – Ela só acha que você é possessivo demais.
- É o marido dela que não a ama, ai ela fala isso. – A apertou. – Não precisa se sentir sozinha, eu sempre vou estar aqui.
- Eu sei, eu sei. – Deram um beijinho. – Sabe, vou na casa da minha mãe amanhã.
- Sophia... – Até com isso ele implicava. – Você vai me deixar sozinho aqui?
- Thiago, é a minha mãe e a minha irmã que moram lá. – Se sentou para encara-lo. – Já tem meses que eu não as visito. Eu tenho saudade da minha família.
- Eu e a Júlia somos a sua família. – Disse grosso e Sophia bufou.
- Eu vou ver a minha mãe amanhã e vou levar a Júlia. – Disse alto. – Eu me afastei de todo mundo que você tinha ciúme, mas a minha mãe não. Ai você já quer demais.
- Tá bom, Sophia. – Disse baixo e puxou Sophia de volta para seu colo. – Me desculpa. Vai ver a sua mãe sim.
- Que ótimo. – Ela fechou os olhos tranquila e depois de bastante tempo e pensamentos, conseguiu adormecer.
No dia seguinte ela foi para a empresa pedir uma folga a Osvaldo, ela levou a filha. Estava se sentindo tão mal, não estava aguentando aquela situação. Osvaldo as recebeu rápido e deu um sorriso quando viu a neta, que correu para abraça-lo.
- Vovô. – Ela disse animada. – Eu estava com saudades.
- Eu também estava, minha pequena. – A levantou no colo. – Que milagre que sua mãe te trouxe aqui? – Olhou para Soph.
- Eu preciso de uma folga para hoje. – Ela se sentou na cadeira. – Preciso ir na minha mãe, preciso conversar.
Ele olhou para neta. – Meu amor, vai ali com a Mari para ela te levar pra comer um bolo bem gostoso. – Júlia se animou e foi correndo atrás da secretaria. Depois ela voltou sua atenção para Sophia. – Está acontecendo alguma coisa?
- Não, está tudo bem. – Ela foi pouco convincente.
- Não, minha filha. – Suspirou. – O que o Thiago fez agora?
- Não fez nada. É só que eu estou muito sozinha, meus amigos brigaram comigo porque dizem que o Thiago me controla demais, eu parei de falar com o Micael por causa dele.
- Você não tinha que ter parado de falar com ninguém por causa do meu filho. – Osvaldo deu a volta e se sentou na mesa, ele segurou uma mão de Sophia. – Se ele te ama, ele tem que confiar em você.
- O senhor acha que ele não confia em mim? – Ela tinha tantas dúvidas.
- Minha filha, se ele exige que você se afaste de alguém, ele não confia em você. – Deu um beijo em sua mão. – Você tem que se impor mais. Eu sei que ele é meu filho, mas ele se aproveita da sua bondade. – Sophia não sabia o que responder. – Pode ir falar com a sua mãe.
- Obrigada. – Ela sorriu, ainda mais confusa ela saiu da sala do chefe, pegou a filha e foi a caminho da casa de sua mãe, precisava de conselhos urgentes de quem sempre podia confiar.
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Virada [EM REVISÃO]
RomanceQue o mundo dá voltas, todo mundo sabe. Mas você vai esperar que isso aconteça justo com você? Que todo o mal que foi feito com brincadeiras estupidas no ensino médio fosse atrapalhar a sua vida anos depois? Que fosse se apaixonar pela maior vitim...